desinteligência política que corrói o PL no Pará, envolvendo os deputados federais Joaquim Passarinho e o Delegado Éder Mauro - com sobras para o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro -, ameaça não só o futuro dos dois líderes do partido no Estado, mas toda e qualquer eventual candidatura prevista para as eleições deste ano.
No âmbito da Assembleia Legislativa, por exemplo, as divergências foram escancaradas, expondo, principalmente, os deputados Rogério Barra, filho de Éder Mauro, e o seu colega Aveilton Souza, afilhado político de Joaquim Passarinho.
O
desentendimento teve como base o fato de Aveilton se negar a assinar projeto de
lei de Rogério Barra propondo a concessão do título de Cidadã do Pará à
primeira-dama Michelle Bolsonaro, sob a justificativa de que (Michelle) “nunca
fez serviço relevante” ao Estado para justificar a honraria.
Éder
Mauro se enfureceu e mandou encaminhar o caso à Comissão de Ética, que não
contou duas vezes para requerer o mandado de Aveilton, eleito com “votos
bolsonaristas” depois de responder pela Superintendência do Incra em Marabá.
De pai para filho
Nesse
episódio, Joaquim Passarinho não deu um pio, mas a base aliada na Assembleia,
embora em silêncio, apreciou o desfecho do episódio em que a família Éder Mauro
impôs sua vontade, enquanto pelo menos um dos integrantes do partido na Casa se
certificou, lá com seus botões, “sim, temos ditadura”.
Perda de liderança
Semana
passada, as divergências entre Éder Mauro e Joaquim Passarinho explodiram em
Parauapebas, sudeste do Estado, onde o até então candidato do partido à
sucessão do prefeito Darci Lermen, vereador Aurélio Goiano, aparecia como o
mais cotado para ocupar o cargo, segundo pesquisas eleitorais, e o MDB do
governador Helder Barbalho se encontra mais perdido do que “caititu fora do
bando”, por assim dizer. Aurélio deve se abrigar no Solidariedade para
concorrer.
Se
Joaquim Passarinho já não se entendiam com relação ao candidato, uma denúncia
formulada pela presidente da ala feminina do partido foi caprichosamente
oferecida à ex-primeira-dama Michelle e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem
coube, sem muita conversa, destituir Aurélio Goiano do projeto de concorrer à
prefeitura pelo PL.
Um
suposto dossiê, que virou caso de Polícia, selou seu destino político na
legenda e, se bem andou, já deve estar a caminho da outra, para tentar se
manter no grid de largada, enquanto o PL derrete sob o calor
do atrito provocado entre as lideranças.
Ninguém se entende
A
partir desse episódio, porém, outros foram descortinados em municípios como
Uruará, Altamira e Itaituba, onde Joaquim Passarinho também não apoia as
candidaturas do partido, mas sim as candidaturas do partido Avante - que está
nas mãos do seu aliado, o deputado estadual Wescley Tomaz, pré-candidato a
prefeito de Itaituba.
Promessas ao vento
Em
Belém, onde Éder Mauro aparece entre os candidatos mais cotados à sucessão do
prefeito Edmilson Rodrigues, a queixa de postulantes ao cargo de vereador
também aponta que o PL derrete. Nomes a quem o delegado prometeu vaga à Câmara
de Vereadores simplesmente ficaram de fora, embora cada parlamentar do partido
tenha direito a onze indicações.
A
caótica situação, longe de apontar um caminho até as eleições, sugere que o
partido do ex-presidente Jair Bolsonaro perde força e consistência política,
quer por interesses pessoais das lideranças locais, quer pela ausência de
liderança.
Dinheiro fala alta
“Quem
manda no Partido é o Eder Mauro”, diz fonte da coluna, “mas, sem o governo
federal, o dinheiro ficou curto”, sem falar nas articulações do governo
estadual, que aos poucos desidrata a legenda, atraindo lideranças em regiões
declaradamente bolsonaristas nas últimas eleições, como no sul e sudeste do
Estado e, mais recentemente, em Santarém.
Segundo a fonte, a suposta informação de pré-candidatos a vereador no Estado de que terão R$ 1 milhão disponibilizados às proximidades das eleições deste ano “é tentadora demais para defender causas e bandeiras; o dinheiro fala mais alto”.
Papo Reto
Sem
nenhum sinal significativo de mudança no comando do Ministério da Saúde,
ocupado pela ministra Nísia Trindade (foto), passa de 800 o número
mortes por dengue em 2024 no Brasil. Semana passada, o País chegou à casa dos 2
milhões de casos confirmados da doença.
Embora
reconhecendo que a Venezuela descumpriu o Acordo de Barbados por garantias
eleitorais, em nota, o Itamaraty diz que o "Brasil e a comunidade
internacional cooperarão para o pleito presidencial venezuelano, que deverá
normalizar a vida política do país caribenho".
A
verdade é que o principal bloco de oposição, a Plataforma Unitária Democrática
(PUD), de Corina Yoris - indicada por María Corina Machado, inabilitada ao
pleito pela Suprema Corte –, esperneia por também ter tido bloqueado o registro
de sua candidata.
Mas,
ao apagar das luzes, Manuel Rosales, governador de Zulia e ex-adversário de
Hugo Chávez, conseguiu formalizar a sua candidatura no Conselho Nacional
Eleitoral para enfrentar Maduro.
O
Supremo Tribunal Federal derrubou a carência para trabalhahora autônoma receber
salário-maternidade do INSS.
Prevaleceu
o entendimento do ministro Edson Fachin, para quem a exigência de cumprimento
de carência apenas para algumas trabalhadoras violava o princípio
constitucional da isonomia.
Já
não sem tempo, o Ministério Público e TRE do Rio de Janeiro se reuniram ontem
para elencar ações de inteligência que resultem num protocolo consistente que
reprima candidaturas ligadas ao crime organizado.
Embora
"quase impossível", segundo especialistas, o esforço não deixa de ser
louvável e bem que deveria ser copiado pelos demais estados da federação.