o final da Sessão de ontem no pleno do Tribunal
Regional Eleitoral do Pará, o presidente, desembargador Leonam Gondim da Cruz
Júnior, fez dura cobrança pública ao juiz eleitoral Rafael Fecury para que
julgue o processo que corre há um ano e nove meses na Justiça Eleitoral contra
o senador Beto Faro, do PT. O desembargador citou matéria veiculada ontem
na Coluna Olavo Dutra citando o caso e, de forma contundente,
dirigiu-se ao juiz Rafael Fecury pedindo que ele dê celeridade ao processo que
se encontra em seu poder.
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Pode ser antecipado
Em sua fala, gravada na sessão e disponível na íntegra
no canal público do TRE, o presidente disse que já verificou que o julgamento
está marcado para outubro, mas deixou claro que se depender dele pode inclusive
ser antecipado. “Nossa administração é uma administração séria, independente; e
essa audiência que está marcada para outubro pode antecipar, marcar para agora,
ainda este mês. Não é?”, questiona o desembargador.
“Não compactuo”
Cortês, mas firme em sua posição, Leonam Cruz pede
desculpas ao juiz Rafael Fecury, que pelo vídeo fica claro estar presente e
participando da sessão do pleno, mas diz que a situação “realmente é muito
desagradável”. “Eu quero aqui me pronunciar porque eu não compactuo com nada
ilegal, nada que venha travar o andamento do processo. Isso não é justiça, isso
é um desserviço para o Poder Judiciário. Me desculpe, doutor Rafael, mas eu não
posso deixar resvalar na minha pessoa nenhuma atitude, de nenhum magistrado
dessa casa, que seja contra os meus princípios, contra os meus valores. Eu acho
que isso aí é um dever nosso: julgar todos os processos, seja de quem for”, diz
o presidente.
Dormindo na gaveta
A situação levantada na Coluna Olavo Dutra ontem
dá conta de que, além de denúncias contra o juiz Rafael Fecury levadas ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - e veiculadas pelo Portal
Ver-o-Fato, pesa também contra Rafael Fecury a visível morosidade na
condução da Representação Especial nº 0602661-35.2022.6.14.0000, enviada ao TRE
em janeiro de 2023 pelo Ministério Público Eleitoral e, ainda, na Ação de
Impugnação de Mandato Eletivo de número 0600006-56.2023.6.14.0000, impetrada
pelo Partido Liberal, por suspeita de compra de votos, ambas com forte escopo
de provas.
Como, depois de algumas andanças internas no Tribunal,
caíram na mão do mesmo juiz, as duas ações foram condensadas em um só processo
no ano passado, que ficou a maior parte do tempo ‘dormindo’ no gabinete do juiz
Rafael Fecury que, pela sua fala à reportagem, ano passado, ficou sabendo pela
coluna de que o processo estava com ele.
Compra de votos
A denúncia contra Beto Farto foi feita em janeiro do ano
passado, poucos dias antes de ele iniciar os trabalhos como senador “eleito”,
quando o TRE do Pará recebeu do Ministério Público Eleitoral uma representação
especial do procurador Eleitoral Alan Mansur (nº 0602661-35.2022.6.14.0000) com
ampla apuração de suposta compra de votos para Beto Faro, e ainda a Ação de
Impugnação de Mandato Eletivo de número 0600006-56.2023.6.14.0000, impetrada
contra B0000eto Faro pelo Partido Liberal.
Ao contrário de outros processos eleitorais na Corte em
poder de outros juízes, este em especial passou todo o ano de 2023 e mais da
metade de 2024 andando a ‘passos de tartaruga’ sob a condução de Rafael Fecury.
Prejuízos à lei e ao erário
A Coluna Olavo Dutra trabalha, na maior
parte dos seus assuntos, sob a orientação de sua fonte jurídica, que neste caso
destaca que os prejuízos na condução do caso Beto Faro são muitos e graves. “Já
dissemos em nossa avaliação que além de ferir a legislação eleitoral e a
frontalmente própria Constituição Federal, que considera como razoável a
duração máxima de um ano para processos que possam resultar em perda de mandato
eletivo, no caso do Senado significa quase dois anos de toda uma estrutura de
gabinete paga com dinheiro público e, se comprovados os fatos, de desrespeito
grave à vontade da população que vai às urnas eleger seus representantes”, diz
a fonte, que prossegue: “Em uma caso desses, é melhor julgar para respeitar o
direito de todos. Quer favorecer no julgamento? Favoreça, os interessados
poderão recorrer em outras instâncias, mas julgue, cumpra a lei”, diz a fonte.
Justiça para todos
Na fala do desembargador Leonam Cruz ficou clara ser
esta também sua posição, quando ele reforça aos magistrados presentes que a
Justiça deve ser para todos. “Seja do mais favorecido, menos favorecido, seja
do mais privilegiado, do menos privilegiado, do poderoso e daquele que não tem
poder. Então, recebi neste momento - em referência à notícia na coluna -, e
fico muito triste... porque venho pedindo há muito tempo. Me desculpem o meu
desabafo: é que todos que me conhecem e à minha postura, não sou melhor do que
ninguém, mas eu não vou deixar que a minha conduta como advogado, e agora como
magistrado, seja arranhada”, disse ele, ao encerrar a sessão do pleno.
Papo Reto
· Rui
Barbosa: "Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e
manifesta". Este é um singelo voto de solidariedade da Coluna
Olavo Dutra ao presidente da Justiça Eleitoral no Pará, desembargador
Leonam Cruz (foto).
· De
uns anos para cá, o comando da Seleção Brasileira de Futebol virou um “cavalo
paraguaio”. Dorival Júnior, técnico atual, pode ser o último ginete. A
conferir.
· O
Banco Central informou que registrou, na última sexta-feira, 6, um novo recorde
de transações por meio do Pix.
· Foram
227,4 milhões de operações. Antes, o maior volume havia sido contabilizado no
dia 5 de julho, com 224,2 milhões de transações.
· "Os
números são mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura
digital pública, para a promoção da inclusão financeira, da inovação e da
concorrência na prestação de serviços de pagamentos no Brasil", diz o BC,
em nota.
· Existe
forte articulação política junto ao governo do Estado para a criação de uma
nova rodovia estadual, que ligará a PA-150 à BR-222, antiga PA-70.
· A região entre as duas vias se tornou referência do
setor agropecuário, no qual a região se destaca, e por isso precisa melhorar a
logística para facilitar o escoamento da produção.
· Deputados
e lideranças empresariais do agro e políticas da região abraçaram a demanda,
entre eles os prefeitos Itonir Tavares, de Jacundá; Adriana Andrade, de Rondon
do Pará; Pastor Davi, de Goianésia; e João Rocha, de Bom Jesus do Tocantins,
todos do MDB.
· Os
ex-prefeitos Adão Ribeiro, de Jacundá, e Hidelfonso Araújo, de Abel Figueiredo,
são fortes produtores rurais na região, além dos empresários Reinaldo Zucatelli
e Elmo Balbinot.