bservadores dos incêndios que consomem
a floresta no Pará em meio a esta estiagem braba avaliam que o governo do
Estado negligenciou ao não criar uma política de segurança pública voltada para
a prevenção, diferentemente do Estado de Goiás, que instituiu mecanismos e
instrumentos contra essa prática, criminosa ou não, e briga na Justiça para
mantê-los.
Em 2023, o
governo do Pará declarou - depois prorrogou - estado de emergência em 15
municípios paraenses, então responsáveis por 76% do total do Pará de
desmatamento de 2019 a 2022. Além disso, alardeou duas grandes operações
- a “Amazônia Viva” e a “Curupira”; e criou três bases operacionais de apoio
para operações de fiscalização ambiental, em São Félix do Xingu, Uruará e em
Pacajá. Nenhuma dessas iniciativas governamentais foi capaz de prevenir a
situação de queimadas.
Pelo visto,
com todo o respeito, o governo de Ronaldo Caiado deu um banho nas ações de
segurança pública voltadas para a questão das mudanças climáticas, e a COP30
nem vai passar lá perto: será em Belém, daqui a um ano e isso pesa na balança
internacional.
E veja que o Estado tem o Centro
Integrado de Monitoramento Ambiental, o Cimam - só que inaugurado no governo
anterior; e isso também pesa -, órgão com ferramentas capazes de monitorar os
incêndios florestais e permitir a imediata intervenção do Estado em locais
identificados com focos de incêndio
Sabendo usar...
Como dizia a peça publicitária criada
pelo gênio criador da Mendes Publicidade, Oswaldo Mendes, para a extinta
concessionária de energia elétrica do Pará Celpa, “sabendo usar - porque
funciona; o grifo é nosso -, não vai faltar”.
Como não bastasse...
Informações provenientes do sudeste
de Estado dão conta de que a reserva da Fazenda Mutamba, em Marabá, está sendo
destruída diariamente e ninguém toma providências. Segundo as informações,
“pistoleiros dão cobertura para a extração de castanheiras e, na falta do que
fazer, tocam fogo no que resta”.
Trata-se de uma área produtiva, com reserva florestal legalizada, mas está
tomada por invasores, que matam o gado, explodem pontes e criam um inferno na
terra, incluindo ameaçando funcionários do empreendimento.
Papo Reto
· Semana passada, o prefeito
Edmilson Rodrigues (foto) escapou de tomar uma chuva de ovos em Icoaraci.
· Avisado a tempo do clima hostil
no interior do mercado municipal - que recebeu aporte financeiro do Estado, mas
nunca teve sua reforma concluída - o prefeito "passou direto",
fazendo de contas que nada tinha a ver com a inacabada obra do mercado.
· Falando nisso, o Observatório
Nacional vai transmitir o eclipse parcial da lua, amanhã, 17, às 21 horas,
41 minutos e 7 segundos, horário de Brasília. Apenas parte da lua passará pela
sombra escura da Terra.
· De um atento observador da cena
política em Belém: “Edmilson é vítima da própria incompetência, ao entregar o
comando do seu governo ao chefe de Gabinete, Aldenor Júnior e à própria irmã,
Edilene Rodrigues”.
· O governo de São Paulo fez a
maior ação aérea da história contra os incêndios, com todas as 20 aeronaves da
Defesa Civil envolvidas no combate às queimadas, naturais ou criminosas.
· A Amazônia lamentavelmente arde
sob as chamas e nenhum governador da região esboçou operação semelhante. Até
agora.
· Secretário de Administração,
de Finanças e de Meio Ambiente de Uruará, Bruno Valle foi exonerado.
· Foi flagrado na operação
“Carranca”, da Polícia Federal, que investiga a exploração ilegal de madeira na
região do Xingu.
· Detalhe: na chegada da PF,
Bruno Valle sapecou seu celular na privada e deu descarga, mas o jato não foi
suficiente para empurrar o aparelho, acabando por incriminá-lo, além das
suspeitas.
· O que todos sabem e comentam
no município é que, apesar de tudo, Bruno segue participando informalmente da
gestão do prefeito Gilsinho, do MDB, inclusive coordenando reuniões pedagógicas
e participando de eventos cívicos em palanques. Ou seja, mesmo com a prisão
decretada, nunca deixou de fazer parte do governo.