Presidente da Câmara de Santa Bárbara ataca e impõe humilhação a servidora da área de saúde

Vereador Dênis Bráulio é o principal cabo eleitoral e financiador do candidato do Republicanos à prefeitura da cidade.

13/09/2024 13:26

O vereador e parte das ofensas. Vídeo: Redes Sociais


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or conta de uma nova manifestação bizarra, o vereador Dênis Bráulio, do MDB, presidente da Câmara de Santa Bárbara do Pará, Região Metropolitana de Belém, corre o risco de ser acionado judicialmente. O parlamentar desferiu uma enxurrada de ofensas contra a servidora, agente comunitária de saúde, que ouviu dele palavrões e xingamentos através de um grupo de WathsApp.

 

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De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pela vítima, tudo começou depois que ela fez um comentário desfavorável ao vereador, que concorre à reeleição em Santa Bárbara, no grupo denominado “Santa Bárbara Notícias”. Dênio Bráulio é o principal cabo eleitoral e financiador do candidato Frankito Lima, do Republicanos, que concorre à prefeitura contra o atual prefeito, Marcão Colares, do MDB.


Nem todas as ofensas proferidas pelo vereador puderam ser colocadas no áudio que já circula nas redes sociais na cidade. Muito menos descritas neste texto, dado o nível de vulgaridade com que Dênio Bráulio tratou a vítima. M.N foi chamado de “porca”, “baleia”, “fedorenta”, “sebosa”, “safada”, “vagabunda” e “vadia”, fora os palavrões.

 

O presidente da Câmara alega que M.N. é funcionária “fantasma” e que, por isso, recebe sem trabalhar. “Queria uma pessoa dessa aí só se eu tivesse cem anos preso e saísse muito 'atrasado'”, disparou Dênio Bráulio.


Humilhação pública

 

“Não consigo sair na rua. As pessoas ficam me olhando, perguntando o que eu vou fazer. Eu realmente não sei nem o que fazer. Fui à delegacia e irei procurar os meus direitos, mas sinto que nada pode reparar as ofensas que esse homem disse contra mim. E logo ele, que deveria ser um representante do povo fazer um negócio desses”, declarou a vítima.

 

Manifestação em curso


Sensibilizadas com a situação, outras servidoras se reuniram e programaram uma manifestação na cidade para pedir punição ao presidente da Câmara e chamar a atenção de órgãos de fiscalização e segurança pública para os absurdos ditos pelo vereador contra a servidora. Na próxima semana, M.N. também irá procurar o Ministério Público do Estado para receber orientações e exigir medidas contra o vereador.


“No direito e na razão”

 

Até o fechamento desta edição, Dênio Bráulio não havia se manifestado sobre o fato. A reportagem segue com espaço aberto para possíveis esclarecimentos do vereador, que, nos próprios áudios encaminhados no grupo, se diz ‘no direito e na razão’ de falar e fazer tudo o que fez por ter “história e muito trabalho pelo município”. O candidato Frankito Lima também não se manifestou sobre a manifestação do seu aliado político.

 

Papo Reto


· Deu em Linha Direta, no jornal “Diário do Pará”: A UFPA confirmou que recebeu denúncia de assédio moral e sexual contra um professor-adjunto membro do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e que a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar investiga o caso.


· Ainda de acordo com a Universidade, cumprindo determinações legais, o processo corre em sigilo.


· Segundo informações recebidas pela coluna - do jornal -, é grande o clima de desconforto entre estudantes e servidores do Instituto, onde a história é de conhecimento de muitos, visto que o docente segue normalmente suas atividades, inclusive convivendo com eventuais vítimas.

 

· No mesmo documento, a UFPA informou - ao jornal - que, após a conclusão do trabalho da Comissão e apreciação do relatório relacionado à Procuradoria Federal, tomará as medidas cabíveis.

 

· Nada que a Coluna Olavo Dutra, modestamente, não tenha publicado.

 

· Sorte ao magnífico reitor Emmanuel Tourinho (foto), que não mencionou, na mesma nota, o caso de suspeita de falsificação ideológica envolvendo um professor no âmbito do Instituto.

 

· Se apertar um pouquinho mais, sangra.


· A Câmara Federal concluiu ontem a votação do projeto que reonera gradualmente a folha de pagamento de 17 setores da economia e de municípios de até 156 mil habitantes.


· A aprovação se deu nos minutos finais do prazo dado pela Justiça para que governo e Congresso entrassem em acordo em torno do assunto.



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