esmo diante dos bons resultados de empregos formais obtidos este ano, em 13 Estados do País o número de beneficiários do Bolsa Família supera o de empregados formais. No português claro: há mais dependentes do assistencialismo do governo do que trabalhadores com carteira assinada. Os dados são do Caged e do Sagicad, índice do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Os 13
Estados onde esse resultado é apresentado são da região Norte e Nordeste. O
Maranhão lidera o ranking, com 581 mil beneficiários a mais que os
de empregados com carteira assinada, seguido pela Bahia, com 423 mil e pelo
Pará, no terceiro posto, com 394 mil.
Além
desses três Estados, os outros dez na mesma situação são, pela ordem, Piauí,
Paraíba, Pernambuco, Amazonas, Ceará, Alagoas, Sergipe, Amapá, Acre e Rio
Grande do Norte.
Os
três Estados da Região Norte onde os empregos formais são a maioria da renda da
população são, pela ordem, Rondônia, Tocantins e Roraima. Em todos os Estados
da região Nordeste, o número de beneficiários dos programas sociais é maior que
o de emprego com carteira assinada.
Por
outro lado, São Paulo tem 11 milhões de empregos formais a mais que os
beneficiários dos programas sociais do governo federal, e é seguido por Minas
Gerais, com mais de 3 milhões, e em terceiro, o Paraná, com mais de 2,5
milhões.
Emprego x desemprego
A divulgação de dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, o Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, em julho passado,
mostra que a criação de emprego formal no Brasil, que havia subido em junho,
caiu em julho. Nos últimos três meses, foram abertos 188.021 postos de trabalho
com carteira assinada. Esse indicador mede a diferença entre contratações e
demissões.
O
Caged também mostrou como está a relação entre os beneficiários dos programas
sociais do governo federal segundo a renda, em face aos que estão empregados
formalmente. O resultado é que em 13 Estados brasileiros, os primeiros, com o
programa Bolsa Família, superam os segundos.
Saldo positivo
Nos
sete primeiros meses do ano, foram abertas 1.492.214 vagas, resultado que é
27,2% mais alto que no mesmo período do ano passado. E foi verificado que em
julho-2024, as cinco regiões brasileiras apresentaram saldo positivo: Sudeste
(+82.549 postos, +0,35%); Nordeste (+39.341 postos, +0,51%); Sul (+33.025
postos, +0,39%); Centro-Oeste (+15.347 postos, +0,36 %); e Norte (+13.500
postos, +0,58%).
Nas
unidades da Federação, apenas o Espírito Santo registrou saldo negativo, com a
eliminação de 1.029 vagas. Os destaques na criação de empregos foram São Paulo
(+61.847 postos), Paraná (+14.185) e Santa Catarina (+12.150). Os números mais
baixos de abertura de vagas foram registrados no Amapá (+472), no Tocantins
(+205) e em Roraima (+137).
O
Pará teve saldo positivo também: com 42.404 admitidos; 37.312 desligados; com
saldo de 5.092, ou a variação relativa de 0,52%.
Salário médio
Em
todo território nacional, o salário médio de admissão em julho-2024 foi de R$
2.161,37. Comparado ao mês anterior, houve um aumento real de R$ 23,01 no
salário médio de admissão, uma variação em torno de - 1,08%. Na região Norte,
esse valor foi de R$ 1.865,04, e no Pará, R$ 1.939,40 - e o Estado encabeça a
lista, com o salário médio de admissão mais alto entre os sete Estados da
região.
Em
todo Brasil, o maior salário médio é o de São Paulo, com R$ 2.466,57; e o menor
é pago em Roraima, R$ 1.662,83.
Em
julho-2024, cinco Grandes Grupamentos de Atividades registraram saldos
positivos: serviços (+79.167 postos); indústria (+49.471 postos) -
principalmente na indústria de transformação (+45.803 postos); comércio (+33.003
postos); construção (+19.694 postos) e agropecuária (+6.688 postos).
O
resultado acumulado nos sete meses iniciais de 2024 é o maior desde 2021,
quando foram criados 1.787.662 postos de trabalho de janeiro a julho. A mudança
da metodologia do Caged não torna possível a comparação com anos anteriores a
2020.
Maiores destaques
Nos
serviços, a criação de empregos foi puxada pelo segmento de informação,
comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e
administrativas, com a abertura de 45.352 postos formais. A categoria de
administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e
serviços sociais abriu 11.102 vagas.
A
indústria de transformação contratou 45.803 trabalhadores a mais do que
demitiu. Em segundo lugar, ficou o segmento de água, esgoto, gestão de resíduos
e descontaminação, que abriu 1.986 vagas.