Pará tem mais dependentes do bolsa família do que trabalhadores com carteira assinada

O Maranhão lidera o ranking, com 581 mil beneficiários, seguido pela Bahia, com 423 mil, e pelo Estado, com 394 mil.

07/09/2024 11:00
Pará tem mais dependentes do bolsa família do que trabalhadores com carteira assinada
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esmo diante dos bons resultados de empregos formais obtidos este ano, em 13 Estados do País o número de beneficiários do Bolsa Família supera o de empregados formais. No português claro: há mais dependentes do assistencialismo do governo do que trabalhadores com carteira assinada. Os dados são do Caged e do Sagicad, índice do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Programa de assistencialismo supera o quadro de emprego formal, apesar das irregularidades confirmadas no pagamento do benefício/Fotos: Divulgação.

Os 13 Estados onde esse resultado é apresentado são da região Norte e Nordeste. O Maranhão lidera o ranking, com 581 mil beneficiários a mais que os de empregados com carteira assinada, seguido pela Bahia, com 423 mil e pelo Pará, no terceiro posto, com 394 mil.

 

Além desses três Estados, os outros dez na mesma situação são, pela ordem, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Amazonas, Ceará, Alagoas, Sergipe, Amapá, Acre e Rio Grande do Norte.

 

Os três Estados da Região Norte onde os empregos formais são a maioria da renda da população são, pela ordem, Rondônia, Tocantins e Roraima. Em todos os Estados da região Nordeste, o número de beneficiários dos programas sociais é maior que o de emprego com carteira assinada.

 

Por outro lado, São Paulo tem 11 milhões de empregos formais a mais que os beneficiários dos programas sociais do governo federal, e é seguido por Minas Gerais, com mais de 3 milhões, e em terceiro, o Paraná, com mais de 2,5 milhões.  

 

Emprego x desemprego

 

A divulgação de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, em julho passado, mostra que a criação de emprego formal no Brasil, que havia subido em junho, caiu em julho. Nos últimos três meses, foram abertos 188.021 postos de trabalho com carteira assinada. Esse indicador mede a diferença entre contratações e demissões.

 

O Caged também mostrou como está a relação entre os beneficiários dos programas sociais do governo federal segundo a renda, em face aos que estão empregados formalmente. O resultado é que em 13 Estados brasileiros, os primeiros, com o programa Bolsa Família, superam os segundos.

 

Saldo positivo

 

Nos sete primeiros meses do ano, foram abertas 1.492.214 vagas, resultado que é 27,2% mais alto que no mesmo período do ano passado. E foi verificado que em julho-2024, as cinco regiões brasileiras apresentaram saldo positivo: Sudeste (+82.549 postos, +0,35%); Nordeste (+39.341 postos, +0,51%); Sul (+33.025 postos, +0,39%); Centro-Oeste (+15.347 postos, +0,36 %); e Norte (+13.500 postos, +0,58%).

 

Nas unidades da Federação, apenas o Espírito Santo registrou saldo negativo, com a eliminação de 1.029 vagas. Os destaques na criação de empregos foram São Paulo (+61.847 postos), Paraná (+14.185) e Santa Catarina (+12.150). Os números mais baixos de abertura de vagas foram registrados no Amapá (+472), no Tocantins (+205) e em Roraima (+137).

 

O Pará teve saldo positivo também: com 42.404 admitidos; 37.312 desligados; com saldo de 5.092, ou a variação relativa de 0,52%.

 

Salário médio

 

Em todo território nacional, o salário médio de admissão em julho-2024 foi de R$ 2.161,37. Comparado ao mês anterior, houve um aumento real de R$ 23,01 no salário médio de admissão, uma variação em torno de - 1,08%. Na região Norte, esse valor foi de R$ 1.865,04, e no Pará, R$ 1.939,40 - e o Estado encabeça a lista, com o salário médio de admissão mais alto entre os sete Estados da região.

 

Em todo Brasil, o maior salário médio é o de São Paulo, com R$ 2.466,57; e o menor é pago em Roraima, R$ 1.662,83.

 

Em julho-2024, cinco Grandes Grupamentos de Atividades registraram saldos positivos: serviços (+79.167 postos); indústria (+49.471 postos) - principalmente na indústria de transformação (+45.803 postos); comércio (+33.003 postos); construção (+19.694 postos) e agropecuária (+6.688 postos).

 

O resultado acumulado nos sete meses iniciais de 2024 é o maior desde 2021, quando foram criados 1.787.662 postos de trabalho de janeiro a julho. A mudança da metodologia do Caged não torna possível a comparação com anos anteriores a 2020.

 

Maiores destaques 

 

Nos serviços, a criação de empregos foi puxada pelo segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com a abertura de 45.352 postos formais. A categoria de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais abriu 11.102 vagas.


A indústria de transformação contratou 45.803 trabalhadores a mais do que demitiu. Em segundo lugar, ficou o segmento de água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação, que abriu 1.986 vagas.

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