política não é para amadores na área da Região de
Integração Guamá, conhecida por suas vastas plantações de laranja e onde o
grupo político comandado pela família Tonheiro tem feito das tripas, coração
para se manter no poder em três cidades: Capitão Poço, com Fernanda Tonheiro;
Irituia, com Marcos Tonheiro; e Garrafão do Norte, com Socorro Tonheiro.
Em Capitão Poço, os Tonheiro travam uma grande
disputa com o grupo formado pelo deputado estadual Erick Monteiro, do PSDB; a
deputada estadual Diana Belo, do MDB; e o marido dela, Raimundo Belo, que
disputa a eleição em Capitão Poço pelo mesmo partido.
Imunidade garantida
A guerra conta com fortes e graves acusações de ambas as partes. Em recente discurso em Garrafão do Norte, Antônio Tonheiro disse, alto e em bom tom, que se vê no direito de falar o que quiser porque possui imunidade parlamentar. Além disso, falou que Diana e o marido, Raimundo Belo, têm o apoio de líderes de facções criminosas que atuam em Capitão Poço e que ambos aparecem, inclusive, em fotos com esses criminosos.
Esta e outras acusações fizeram Diana Belo se
manifestar no plenário da Assembleia Legislativa para condenar o comportamento
do deputado, sugerindo que a morte de duas pessoas em Capitão Poço está
associada ao modus operandi que a família Tonheiro utiliza na
região para amedrontar todos que se posicionam contra eles.
Morte por encomenda?
Dorivalda Ferreira de Brito e Francisco Santos
Silva foram mortos em circunstâncias ainda não esclarecidas pela Polícia Civil
na comunidade Eurico Siqueira, em Capitão Poço. Diana Belo afirma que o casal
foi morto logo depois de exibirem uma foto com Raimundo Belo, a quem declararam
apoio. O crime aconteceu 48 horas depois do pronunciamento de Antônio Tonheiro
no Plenário da Assembleia.
A deputada afirma ainda que o grupo está
“desesperado" porque a possibilidade de derrota nos três municípios é
real. Tonheiro alega que seus opositores não têm a mínima condição de
representar o povo porque “falam palavras difíceis em seus discursos”, o que os
torna distante das pessoas.
Secretário investiga
A morte de Dorivaldo e Francisco segue sem esclarecimento em Capitão Poço, mas o secretário de Segurança Pública do Pará, delegado Ualame Machado, esteve no município para apurar, pessoalmente, informações que ajudem a desvendar o duplo homicídio. Até lá, segue o barco das ofensas e a disputa acirrada por uma das regiões mais ricas do Estado.