Helder fala por governadores no lançamento do PAC e se aproxima do Palácio do Planalto

Governador do Pará vira “olhos, ouvidos, braços e boca” do presidente da República e abre leque de possibilidades para exercícios de futurologia política, inclusive pelo discurso beirando o ufanismo.

Por Olavo Dutra

12/08/2023 08:00

“Momento Helder”: governador do Pará aproveita convite do presidente para dar seu recado, com direito a alfinetadas em eventuais futuros adversários, aplausos e sorrisos de Lula/Fotos: Divulgação.


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convite - exclusivo - do presidente Lula ao governador do Pará para atuar como ‘orador’ no lançamento do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento do governo federal, ontem, no Rio de Janeiro, colocou Helder Barbalho “nas nuvens” e, mais que isso, mais perto do Palácio do Planalto, corroborando as informações que circularam recentemente e na mídia nacional. Helder Barbalho passou a ser “olhos, ouvidos, braços e boca” do governo Lula menos de oito meses desde que o petista assumiu o cargo em terceiro mandato.

 

Além de sucessora

 

Não à toa, em Belém, a vice-governadora Hana Ghassan, anunciada publicamente pelo governador como “a sucessora”, foi chamada de “governadora”, também ontem, pelo secretário Rossieli Soares, durante evento promovido pela Secretaria de Educação. Aos observadores de plantão resta que as recorrentes ausências de Helder em Belém têm colocado Hana na linha de frente do governo, anunciando e acompanhando a execução de obras dentro e fora da capital, em uma clara demonstração de empoderamento político rumo a 2026..

 

Nessa batida, o nome de Hana se distancia da possibilidade - já aventada pelos observadores da cena paraense - de ser lançada candidata à Prefeitura de Ananindeua, iniciativa de Helder que se assemelharia a um “sossega leão” nas pretensões políticas do Dr. Daniel Santos, que incluiriam, além da reeleição, ano que vem, uma possível candidatura ao governo do Estado, contra os planos de Helder.

 

Alfinetada para o futuro

 

Montado em um discurso vigoroso e bem estruturado - Helder citou, prolongando a prosa, todos os governadores presentes, com as devidas inflexões de gênero, para ser politicamente correto -, o governador do Pará “lavou a alma”, com tempo de alfinetar o governador de Minas Gerais, Romeu Zema que, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite - não estava presente.

 

O presidente Lula não escondeu o sorrisinho e os presentes se derreteram em aplausos.

 

 “O gesto do seu governo de lançar o PAC e chamar um governador da Amazônia para falar em nomes dos governadores do Brasil é uma demonstração clara daqueles que pregam a democracia, pregam a união, pregam o Brasil para todos e trabalham por todos e querem uma construção nacional”, destacou Helder no discurso.

 

“E viva o Brasil!”

 

Mas foi ao mencionar a retomada dos investimentos que o governador do Pará achou o endereço do governador de Minas, destacando o novo “tempo de reconstrução com o restabelecimento do diálogo “em que é possível estar no mesmo ambiente os que pensam iguais e os que pensam diferente”. Dia desses, Zema andou defendendo a união de Estados do Sul contra os Estados do Nordeste.


Helder Barbalho não gostou, a ponto de lançar mão de certo ufanismo.

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