Corregedoria do MP manda juízes e promotores voltarem ao trabalho presencial a partir deste mês

Parece um ‘bora trabalhar’; e é: Corregedor-Geral destaca como “imprescindível” a presença física “em defesa do interesse público, dos direitos individuais e da aplicação da justiça”.

05/08/2024 08:00
Corregedoria do MP manda juízes e promotores voltarem ao trabalho presencial a partir deste mês
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m burburinho toma conta de servidores do Judiciário nas comarcas do Brasil, com reflexos muito fortes no Pará, que sofre do mesmo mal de ter promotores, juízes e até desembargadores residindo distante de suas comarcas: a Corregedoria Nacional do MP determinou a realização de audiências presenciais por meio de portaria, no dia 16 de julho.


Na seara política, decisão atribuída ao PGJ César Mattar na verdade vem da Corregedoria Nacional, com obrigação de cumprir/Fotos: Divulgação.

A medida tem múltiplos efeitos. No Pará, a Corregedoria do Ministério Público teve que aderir à recomendação já neste mês de agosto, por meio de portaria assinada no último dia 1º pelo Corregedor-Geral, Sérgio Tibúrcio Silva, enfatizando a necessidade, de forma imprescindível, “da presença física dos membros do MP nas audiências, atos judiciais e sessões de tribunais, para garantir a efetividade da atuação ministerial, a defesa do interesse público e a adequada representação da instituição, dos direitos sociais e individuais indisponíveis e da correta aplicação da justiça”, destaca o documento.

 

Sob fiscalização

 

O corregedor-geral do MP afirma ainda que a recomendação dispõe sobre a necessidade da fiscalização por parte das corregedorias-gerais, sendo justificada a participação virtual do membro em determinadas circunstâncias, que deverão ser comunicadas e comprovadas à Corregedoria no prazo de cinco dias após a definição da data para a realização da audiência, seção ou ato judicial.

 

O infame “embalo”

 

Como o Judiciário também não está livre dos discursos políticos, os “politiqueiros” de plantão tratam logo de disseminar a informação como sendo, no Pará, uma decisão isolada do Procurador-Geral de Justiça, César Mattar, que - veja o absurdo -, “contra tudo e contra todos” teria baixado a portaria determinando a todos os promotores a realização das audiências presenciais”.  De boas intenções o inferno está cheio.

 

O que na verdade o MP fez foi ser coerente com a decisão nacional da instituição, nascida da necessidade do reordenamento da distribuição dos servidores pelas comarcas, que ficou bastante confuso após o período da pandemia de covid-19, quando a realização do trabalho online, de forma não presencial ou híbrida, foi praticamente uma imposição do distanciamento social exigido naquela ocasião.

 

Volta ao novo normal

 

Porém, pela ordem natural das coisas, e pelo chamado novo normal, após a pandemia, seria um retorno ao trabalho presencial, ainda que de forma mais cuidadosa e com novos hábitos de prevenção às infecções respiratórias. Esse retorno, porém, não foi acatado por muitos promotores e juízes. Mas, no Pará, um bom exemplo desse retorno está nos próprios desembargadores do Tribunal de Justiça, que estão realizando as sessões presencialmente.

 

Até fora do Estado...

 

O mesmo tem ocorrido com os procuradores de Justiça do MP, que também retornaram integralmente ao trabalho presencial. Porém, depois da pandemia, muitos promotores continuam trabalhando no chamado home office, só que alguns com esse home office em outros municípios e até em outros Estados da federação, contrariando a lei da física, segundo a qual...

 

Atender à população

 

Ouvida pela Coluna Olavo Dutra, uma fonte do MP do Pará avalia a medida como “justa”, uma vez que a presença dos promotores de Justiça, principalmente do interior do Estado, não se restringe apenas a realizar audiências, mas também a prestar orientações. “É importante que os promotores estejam presentes para atender a comunidade. Estar presencialmente não é uma necessidade apenas das audiências, né? Mas é, principalmente, para atender a população, fazer as vistorias e verificar como é que está a situação dos serviços prestados à essa população. A presença do promotor é importante para fiscalizar o cumprimento das leis nos municípios, nas vilas. Então, para isso, a gente tem que estar presencialmente. É um dever do Ministério Público”, argumenta a fonte.

 

Princípio legal

 

O corregedor nacional do Ministério Público, Ângelo Fabiano Farias da Costa, mencionou o mesmo argumento na sua forma legal e considerando a Resolução 92, de 13 de março de 2013 - Regimento Interno do Conselho Nacional do Ministério Público -, e a Lei Complementar no 75/1993, em seu art. 239, V e IX, que prevê, dentre os deveres dos (as) membros(as) do Ministério Público da União os de "atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando for obrigatória a sua presença; ou assistir a outros, quando conveniente ao interesse do serviço" e "desempenhar com zelo e probidade as suas funções", cita ele na sua determinação, que já está em vigor.

 

Nota do redator

A coluna avalia que, qualquer semelhança com o slogan “Bora trabalhar”, do governador Helder Barbalho, não será mera coincidência.

Papo Reto

 

·  Deve ter sido horrível para a cúpula da Segurança Pública do Pará ver de corpo presente a violência que marcou a convenção do MDB, no Mangueirinho.

 

· Lá estavam, vestindo a camisa do partido, o secretário Ualame Machado e os adjuntos de Inteligência, André Viana da Costa, e de Operações, Luciano Oliveira.

 

· Aliás, caberá ao delegado Luciano Oliveira organizar as ações do Estado para acompanhar as eleições. Vai vendo...

 

· O União Brasil homologa hoje a candidatura do deputado estadual Eliel Faustino (foto) à Prefeitura de Ananindeua e de candidatos do partido à Câmara de Vereadores. Serpa na sede do Rotary Club, localizado na rua da Providência, 285 - Cidade Nova, às 16 horas.

 

· Eliel Faustino é engenheiro formado pela UFPA, com MBA executivo Internacional em gerenciamento de projetos pela FGV-SP e Universidade da Califórnia, EUA.

 

· Também é bacharel em Direito pela Unama; em Ciências Contábeis, pela Universidade do Sul de Santa Catarina; pós-graduado em direito administrativo avançado pela Faculdade Ibmec-SP e mestrando em gestão pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, em Portugal.

 

·  Também hoje o partido Republicanos anuncia o nome do candidato a vice na chapa de Thiago Araújo para a Prefeitura de Belém. O anúncio será feito às 17 horas, na sede do partido, na travessa do Chaco, no bairro do Marco.

 

· Thiago Araújo concorrerá pela segunda vez à Prefeitura de Belém. Em 2020, o parlamentar saiu da disputa fortalecido. Filiado ao Republicanos desde março deste ano, o deputado se apresenta como candidato independente, mas aberto ao diálogo com os demais poderes.

 

· A convenção do MDB Santa Izabel contou com a presença de mais de 3 mil pessoas. Nela, foram definidos como candidato a prefeito do município Neneco Tavares. Para vice-prefeito, o candidato escolhido veio do União Brasil, Gilvandro Andrade.

 

· O Ministério da Agricultura e Pecuária recolheu 16 tipos de café do mercado considerados impróprios para consumo, alguns deles encontrados em supermercados do Pará.

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