Em Santa Bárbara, vereadores trocam acusações sobre "quem bebe mais" ou "quem consome drogas"

Cenas deprimentes marcam sessão da Câmara em município da Grande Belém; decoro parlamentar que é bom, ninguém lembra.

05/09/2024 12:00

Discussão entre Dênio Bráulio, presidente da Câmara, e Mauro Moscoso começou por conta da disputa do cargo do prefeito Marcos Colares/Fotos: Divulgação.


E


studos mostram que álcool e direção são uma combinação explosiva. Na política, certas combinações têm efeito semelhante. Que o digam os vereadores de Santa Bárbara do Pará, Dênio Bráulio, do MDB, presidente da Câmara, e Mauro Moscoso, do PSD. Na última semana, os dois protagonizaram um debate deprimente, envolvendo acusações mútuas sobre quem mais consome álcool ou entorpecente.

 

O bate-boca começou no âmbito da disputa eleitoral, já que Mauro Moscoso apoia o atual prefeito, Marcos Colares, do MDB, na corrida pela reeleição, enquanto Dênio Bráulio integra o grupo que tenta mudar a direção do Executivo, na pessoa de Frankito Lima, do Republicanos - que, dizem todos, é apenas uma marionete do ex-prefeito Ciro Góes, impedido de concorrer ao cargo por condenação judicial proveniente de ilícitos cometidos quando ocupou o cargo.

 

Perderam as estribeiras

 

Acontece que o presidente do Legislativo perdeu a linha e acabou acusando Moscoso de alcoólatra. Nos vídeos extraídos da própria sessão e que circulam nas redes sociais, Dênio Bráulio afirma que irá acionar o Detran, Departamento de Trânsito do Estado, para instalar um bafômetro na porta da Câmara para mostrar que Moscoso não tem condições de frequentar o ambiente, já que o local proíbe o ingresso de pessoas alcoolizadas.

 

O vereador, por sua vez, rebateu a acusação e insinuou que, mais do que álcool, Dênio Bráulio faria uso de substâncias entorpecentes. “A bebida que eu bebo é lícita, o lugar que eu frequento é lícito e só o que entra no meu nariz é Vick Vaporub, presidente. O senhor, não; o senhor tem uma corja de amigos que são um bando de drogados”.

 

Bebum, palhaço e circo

 

A série de ofensas ocupou quase toda a sessão, ao ponto de ambos começarem a trocar farpas mesmo sem a necessidade de uso de microfone. “Presidente, o senhor é um palhaço. Aproveita que o circo tá aí (na cidade) e vai pra lá que o senhor vai ganhar mais dinheiro”, desferiu Moscoso, ao ponto que Dênio seguia acusando-o de alcoólatra e drogado.

 

Decoro parlamentar?

 

O debate invadiu a questão pessoal, de modo que Dênio Bráulio, mesmo como presidente do Poder Legislativo, sequer se viu em condições de pedir o respeito ou solicitar qualquer ato de revisão de decoro parlamentar por ter, ele mesmo, iniciado a baixaria testemunhada dezenas de pessoas presentes. Acabou que a sessão encerrou. Vida que segue.

 

Papo Reto

 

· O presidente da Comissão Eleitoral na eleição que escolheu os diretores do Instituto da Ufra, anulada pela Justiça Federal, foi transferido pela reitora Herdjânia Lima (foto) de um campus do interior para Belém.  

 

·  “Foi a paga”, como diz a comunidade acadêmica, pelos “serviços prestados”. Estará apto a votar dentro de 45 dias?

 

· Mais um dia sem coleta de lixo leva moradores do Conjunto Satélite, em Belém, ao estado de caos. Já se vão duas semanas com o lixo apodrecendo nas portas. 

 

· O Tribunal de Justiça do Pará determinou que a Prefeitura de Belém pague quase R$ 12 milhões à empresa Guamá Tratamento de Resíduos, responsável pelo Aterro Sanitário de Marituba.

 

· O prazo é de cinco dias, a contar da decisão, que saiu na última terça-feira, dia 3, e se refere a dívidas pelo não pagamento do tratamento do lixo doméstico entre janeiro e abril de 2024.

 

· A decisão resulta de contestação da empresa da proposta da prefeitura de parcelar a dívida em 12 meses violando artigo da Lei de Responsabilidade Fiscal, que não permite parcelar débitos após o fim do mandato na administração pública. 

 

· O programa de prevenção e repressão contra casos de violência doméstica e familiar contra à mulher e de feminicídio resultou em 181 prisões, entre flagrantes no Pará em agosto.

 

· A operação 'Shamar,' do Ministério da Justiça e Segurança Pública, teve a coordenação da Segup e participação das Polícias Civil e Militar registrou prisões, ações de educação, apreensões e diligências.

 

· A operação em seis municípios, incluindo Belém, cumpriu mandados de prisão e 1.414 medidas protetivas de urgência.

 

Mais matérias OLAVO DUTRA