Campanha de reeleição de Edmilson "embarca" nos ônibus e expõe as relações de adversários

Depois de admitir sobrepreço na compra dos veículos elétricos na esfera administrativa, prefeitura parte para guerra política total em Belém.

03/09/2024 09:30

A pouco mais de 30 dias das eleições, prefeito de Belém, que tenta reduzir rejeição e recuperar votos, ataca diretamente o governador e o candidato do MDB/Fotos: Divulgação.


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ma inserção da propaganda eleitoral do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, do Psol, candidato à reeleição, escancara as relações da família do governador Helder Barbalho, agora seu adversário número 1, com efeitos colaterais no candidato do MDB ao cargo, Igor Normando, primo do governador.

 

O ambiente escolhido pela equipe de marketing do prefeito é o Tribunal de Contas dos Municípios, o TCM, cuja decisão, através da conselheira Ann Pontes, de determinar a suspensão do pagamento dos veículos, desencadeou a crise, superada depois que a gestão municipal admitiu e corrigiu as falhas no processo.

 

A exposição de tais relações familiares no horário eleitoral tem por objetivo atacar qualquer imagem de isenção que poderia haver no caso da compra dos ônibus elétricos.

 

Ataque frontal

 

A peça publicitária expõe com todas as letras o que seria a influência familiar e política do governador acumulada no TCM. Com imagens extraídas do site do próprio Tribunal, a propaganda mostra as fotos e os cargos de pessoas importantes da corte de contas e as relaciona nominalmente com o candidato Igor Normando. Até a conselheira Ann Pontes entra na ‘lista’, em que a narrativa questiona: “Deu para entender qual era a intenção deles?”.

 

Também indicado ao cargo de conselheiro pelo governador Helder Barbalho, o ex-vice-governador Lúcio Vale não foi citado, mas foi personagem da querela dos ônibus. Foi ele quem recebeu a comissão de parlamentares do Psol no TCM, a mesma que recorreu ao Ministério Público, onde foi aberta “notícia de fato” com base na denúncia formulada pelos parlamentares, que acusaram a conselheira de “prevaricação e de perseguição política”, conforme noticiado na Coluna Olavo Dutra.

 

Exposição sem filtros

 

Como na política a regra é clara e guerra em alguns casos torna-se declarada, as relações familiares e políticas do governador e do candidato do MDB foram estampadas no horário eleitoral gratuito de televisão sem filtros.

 

Licitação corrigida

 

A crise gerada pela compra, ou não compra, dos ônibus gerou até uma “manifestação” na porta do TCM, mas a compra só foi liberada recentemente por Ann Pontes, após uma audiência de negociação onde o TCM apontou diversas irregularidades técnicas e de preços no processo licitatório, e a Superintendência de Mobilidade Urbana se comprometeu a fazer os ajustes necessários para enquadrar a transação milionária aos apontamentos feitos pelo Tribunal.

 

Papo Reto

 

· O Partido Liberal informa que suspendeu o evento com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (foto) em Belém, “por falta de um espaço amplo, seguro e confortável” para acomodar apoiadores. A visita poderá ocorrer em uma outra data.

 

· Michelle Bolsonaro apoia a candidatura do delegado Éder Mauro e foi quem indicou a candidata à vice-prefeita na chapa, Tatiane Barra.

 

· A agenda de Michelle está mantida em Santarém, hoje, onde falará a apoiadores do partido, com previsão de 3 mil pessoas.

 

·  A TV Cultura está reprisando o Programa Roda Viva com a atriz Cláudia Raia e não a entrevista ao vivo do candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, do jeito que fez com as entrevistas de Datena e Boulos.

 

· Os participantes voluntários do projeto Ponto de Apoio, que promove passeios com bicicletas adaptadas a pessoas com dificuldade de locomoção e idosos, no Parque do Utinga, tiveram que cancelar as atividades no sábado passado, 31.

 

· Ao chegar para buscar as bicicletas, guardadas em um galpão fechado com cadeado, da Cosanpa, dentro da área do Utinga, perceberam que seis delas estavam com falta de pneus, assentos, correias e outros mais, que foram roubados.

 

· As atividades tiveram que ser suspensas para a recuperar as bicicletas e um BO foi registrado. O projeto começou em 2018 e é muito concorrido para passeios. As atividades voltarão no domingo, 15.

 

· O tradicional Hotel Solar do Caeté, que nasceu Hotel Carioca, e ocupava um prédio histórico na orla de Bragança, cerrou as portas no último dia de agosto - e lá se vão 80 anos de história.

 

· O empreendimento pertenceu ao empresário Carlos Fernandes Rendeiro, falecido dois anos atrás, sendo referência em hotelaria na região nordeste do Pará, com destaque para o seu Restaurante Varanda do Caeté.

 

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