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quero anunciar aqui que o Igor será candidato a prefeito de Belém para que
possamos colocar a capital na mesma sintonia do Estado do Pará. O Estado está
voando e Belém ficando para trás; não é possível".
Do
governador Helder Barbalho, ontem, em ato quase solene, antes de erguer o braço
direito do deputado licenciado, secretário de Estado e primo, Igor Normando,
como o ungido. Entre os presentes, poucos se deram conta da ausência de um
certo doutor, prefeito no segundo maior colégio eleitoral do Estado, que também
sinaliza um “divisor de águas”.
O
certo é que, na capital do Pará, agora, é oficial: o divórcio entre o
governador Helder Barbalho e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, anunciado
com sinais claros e muita pancada por parte de todos os veículos de comunicação
da família Barbalho foi documentado.
O
vice não foi anunciado. Fontes garantem que será um prêmio de consolação ao PT,
para manter a aliança com o presidente Lula, mas essas mesmas fontes garantem
que não será alguém de Lula, já que a turma do presidente apoia Edmilson
Rodrigues. Resta apenas a banda do PT do senador Beto Faro, um capítulo à
parte, fiel às decisões de Helder.
O
anúncio do governador foi feito com pompa e circunstância, durante evento de filiação
na Assembleia Legislativa. Na ocasião, Helder filiou ao MDB o primo Igor e,
ainda, os deputados estaduais Renato Oliveira e Torrinho Torres, além de um bom
número de prefeitos e vereadores, incluindo Roni Gás, vereador cassado de
Belém, que deixa o Solidariedade (antigo Prós), após o voto da ministra Cármen
Lúcia, do TSE, favorável à cassação do mandato dele por fraude na cota de
gênero, decisão que também atingiu outros nomes.
Helder
comemorou as filiações no evento, que reuniu de início um bom número de pessoas
e uma estrutura que ocupou a frente do prédio da Assembleia e três outros
espaços, já que o auditório João Batista, escolhido para o evento, não
comportava a militância.
Pela
demora da chegada do governador, que, antes, foi à Santa Isabel do Pará, as
portas do auditório foram fechadas devido à lotação - por militantes do baixo
clero levados em ônibus - e só foram abertas no início do evento por ordem do
deputado Chicão Melo, presidente da Casa, que estava devidamente ao lado de
Helder, junto com a vice-governadora, Hana Ghassan, a deputada federal Elcione
Barbalho, o deputado federal Antônio Doido e os estaduais Iran Lima e Cilene
Couto.
Ausências que gritam
Diante
de poucas presenças de dirigentes da cúpula do MDB, as ausências foram
naturalmente notadas. A do ministro Jader Filho foi justificada por uma agenda
com o presidente Lula, mas Jader Filho fez questão de gravar um vídeo e enviar
para o evento.
Já as
ausências do presidente municipal do partido, o deputado federal José Priante,
do presidente da Câmara de Belém, vereador John Wayne; e do deputado estadual
Zeca Pirão, que lidera as pesquisas como candidato a prefeito, gritaram o
descontentamento com a escolha de Igor Normando, que, diferente do que Helder
chegou a ventilar, não foi pautada em pesquisas - Normando pontua entre os
fonas. Nos bastidores, a conclusão é de que o governador agiu com o
“autoritarismo habitual”: escolheu esse primo ao outro por preferência pessoal.
Estrutura de campanha
A
organização do evento pelo partido teve custos, mas ainda não se sabe de quem.
Foram feitas cerca de mil camisas azuis com os nomes de Helder, Hana e Igor,
este último já em destaque com uma espécie de logomarca, que também estava em
adesivos graúdos e nos telões espalhados pelo prédio. O evento envolveu ainda
um carro-som na frente da Assembleia, que acabou interditando o tráfego.
A
coluna, naturalmente, ligou para aquela fonte jurídica que, embora diga que
tais eventos possam ser feitos, da forma como este foi anunciado nas redes
sociais, e pela proporção que tomou, e por envolver o partido do governador,
que detém o poder político e econômico, não custava nada a Justiça Eleitoral
dar uma passadinha no local para averiguar possíveis abusos do poder econômico.
Por
outro lado, como às vezes a Justiça Eleitoral tem sono pesado, a fonte da
coluna diz que os demais pré-candidatos a prefeito precisam ficar de olho
nessas situações, em que a gravação de imagens já ajudaria em recurso legal
para que a Justiça atue e impeça os abusos de quem quer que tenha pago a conta
da estrutura do evento.
Homem ‘dois em um’
Todos
falaram, como é praxe nos eventos. Hana sem dizer muito e Igor com discurso
ensaiado, mostrando o “lado família” e, por pouco não fez o choro de saudade da
família que Helder Barbalho também usou na recente campanha. A melhor fala de
Igor foi repetir a plenos pulmões que não é mais possível para Helder exercer a
função de "dois em um": a de prefeito de Belém e governador do Pará.
E seguiu sua fala vira e mexe reiterando, sob muitos aplausos, que Helder
Barbalho tem sido o verdadeiro prefeito de Belém, mas completou falando mal do
atual gestor, sem citar o nome do Edmilson Rodrigues, o que ficou para a
plateia, com coro de “Igor prefeito” e “fora potoca”.
Mais de 100 dos 144
Mas
foi a fala de Helder que, sem dúvida, disse mais. Afinal, ele é quem manda e
faz as contas. Com as filiações de sexta-feira, o partido já passa de 100 dos
144 prefeitos do Pará - e 100 é o número que Helder está determinado a eleger
no pleito municipal deste ano.
Com
isso, ele garantiu que o partido está preparado e restaurado para participar do
que chama de “transformação” na próxima eleição, e deu esse crédito aos mais de
100 mil servidores públicos que “atuam diuturnamente trabalhando pelo Estado”.
Também não poupou elogios à vice-governadora Hana. “Quero agradecer sua
colaboração, contribuindo com sua competência de gestora preparada, de
servidora pública que deixou um legado da excelência no serviço público”, bradou.
Elogios ao primo
E,
claro, para não fugir da finalidade do evento, que é fazer o prefeito de Belém,
o governador também rasgou elogios ao primo Igor Normando, agora oficialmente o
candidato da corrente “pet” do MDB, onde Normando, à frente da Secretaria de
Articulação da Cidadania, administra as Usinas da Paz construídas pela
mineradora Vale, também leva toda semana seu grande ônibus-consultório de
animais para a Praça da República, no centro da cidade de Belém, em ação
contínua pela simpática causa animal, defendida pelo candidato também na vida
que ele exibe nas redes sociais.
Helder
falou da alegria pessoal de ver Igor Normando de volta ao MDB, e repetiu a fala
de Igor de que, anos atrás, estava no mesmo lugar, o auditório João Batista,
exatamente no dia 15 de março, com Igor tomando posse como presidente estadual
da juventude do MDB. Helder passou boa parte do discurso lembrando da
trajetória política de Igor e das agremiações por onde ele passou, nas quais
todas as movimentações do xadrez foram lideradas por Helder.
Fala nada mansa
Helder
também deu uma boa cutucada em quem não se reelegeu ou, visualmente, não tem
chance, como é o caso do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, segundo as
pesquisas. “Eleger é fácil, reeleger é avaliação da população sobre o trabalho.
Político que não consegue se reeleger é reprovação da população pelo trabalho
não feito”, disse Helder.
E,
como esperado, disse que não entregaria o programa das “Usinas da Paz” nas mãos
de quem não tivesse confiança. Por isso chamou Igor para ser secretário, “por
saber de sua lealdade”.
Papo Reto
O
governador Helder Barbalho tem um novo marqueteiro, que veio para suprir a
ausência de Edson Campos, que faleceu bruscamente.
Trata-se
do argentino Diego Brandy (foto), a quem os próximos chamam de “El
mago”. Sociólogo, amigo e ex-companheiro de campanhas de Duda Mendonça, “El
mago” é especialista em análise de pesquisas de opinião. A ele se atribuem as
duas eleições de Ronaldo Casagrande
Também
é o marqueteiro da família Campos Arraes, em Pernambuco, tendo acompanhado a
trajetória de Eduardo Campos e, agora, do filho dele, João Henrique Campos,
prefeito de Recife, cidade aliás onde o argentino reside na atualidade.
O
presidente do Sistema Fiepa, Alex Carvalho, participou, ontem, do Fórum
"Transição Justa e Segurança Energética", promovido pela Petrobras,
em parceria com o Consórcio Amazônia Legal e o governo do Maranhão, em São
Luís.
As
palestras foram relativas à exploração da Margem Equatorial Brasileira e às
oportunidades que as novas fronteiras de óleo e gás poderão proporcionar para a
autossuficiência, segurança e soberania energética nacional.
O
evento contou com as participações do presidente da Petrobras, Jean Paul
Prates, além de governadores do Pará e região.
Para
Jean Paul Prates, a proximidade da COP30 é propícia para se discutir transição
energética sob a perspectiva da Amazônia.
A
deputada Renilce Nicodemos esteve com o ministro dos Esportes, André Fufuca, e
cometeu, por assim dizer, um ato falho: presenteou Fufuca com uma camisa do
Remo, quando deveria fazê-lo com uma camisa do Águia. A opinião é de um
torcedor de Marabá.
Aliás,
ao derrotar o Maringá, no Paraná, e passar de fase na Copa do Brasil - ao
contrário do Paysandu -, o Amazonas demonstra estar melhor preparado para a
guerra da Segundona nacional.