Relatos sobre o Círio apontam mudanças de hábito, ataque à corda, balbúrdia musical e falta de orações

“Círio selvagem”, assim definido por leitora da coluna que relata momentos da Trasladação e da Grande Romaria, cenas de “selvageria” e presença de “facções” disputando a corda.

10/10/2023 11:30

Multiplicação de sons e músicas aleatórios, sem cânticos religiosos, deram a este Círio características únicas rejeitadas por muitos fiéis/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


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m 17 anos doando água na Romaria do Círio, foi a primeira vez que tive que voltar para casa com quase 70 pacotes. Assim como eu, vi muitas outras pessoas no trajeto fazendo o mesmo.

 

Não tivemos o grito de apelo dos promesseiros pedindo água. Não tivemos corda atrelada; tivemos "facções" tomando conta da corda. Pareciam animais selvagens devorando a carniça. Uma brutalidade assustadora.

 

Imagino que este foi o Círio com maior número de atendimentos médicos por metro quadrado.

 

Na Trasladação vi, de repente, a romaria mudar de rumo. Assistia de uma varanda, na Presidente Vargas, com amigos, quando de repente uma multidão sai do percurso e entra na Oswaldo Cruz. A corda havia se arrebentado, cortada e esfacelada, enquanto os romeiros eram levados para outro rumo. 

 

Na procissão do Círio, mais uma vez, a selvageria se repetiu em diversos trechos. 

 

A disputa da corda

 

No início da avenida Nazaré, as "facções" partiram a corda em diversos pedaços e grupos de marmanjos os protegiam, enquanto outros cortavam a corda, mas, para isso, empurravam idosas contra as grades, que só não foram esmagadas porque outros adultos resolveram protegê-las.

 

Vi pessoas desmaiadas ou tentando ser socorridas, mas mesmo escutando os nossos gritos de apelo eram ignoradas pelos marmanjos, que retrucavam com palavrões. Foi preciso outros grupos empurrá-los para o socorro providencial de fiéis.

 

Sem controle, sem orações

 

Definitivamente, este foi um Círio sem controle e sem orações.


Não tivemos um sistema de som para toda a romaria; ao invés disso, cada estabelecimento ou órgão público comandava a romaria com seus sistemas de som. As músicas do Círio viraram samba e de bois-bumbás nesses sistemas e nos corais... e em nenhum deles havia oração...”

 

“Bagunça geral” exige
atenção da diretoria da
festa e da arquidiocese

 

Católicos de verdade que participaram da Transladação até agora estão sem entender a "bagunça" instalada no percurso da romaria noturna com a "liberação geral" para repartições e prédios privados executarem as suas festas particulares, cada uma com suas caixas de som e bandas tocando a volume máximo.

 

“Fora de época”


"Em anos anteriores, o percurso da procissão sempre foi preservado. É inexplicável essa liberação por parte da Arquidiocese de Belém; virou um verdadeiro carnaval fora de época, tremenda afronta à fé das pessoas" - comentou outra leitora da coluna.




Papo Reto

 

Do secretário de Segurança de Ananindeua, Arlindo Silva (foto), sobre a condição de ‘enexequível’, em função de falhas graves, no projeto que repassou mais de R$ 1 milhão ao município e terá que ser devolvido a Brasília por falta de uso.

 

 “Após meses de trabalho árduo, conseguimos, na última semana, finalizar e aprovar uma proposta de ajuste no plano de trabalho. Na próxima semana iniciaremos a execução, com a instauração dos processos de aquisição dos bens.

 

Só estamos na dependência da Polícia Federal, onde demos entrada no projeto”. Só para lembrar, o tal projeto ficou engavetado por três anos...

 

A falta de água em Icoaraci e Outeiro completou três meses na base do dito pelo não dito por parte da Cosanpa.

 

Mais uma da série "se a inveja matasse...": semana passada, o Ministério Público do Rio Grande do Sul mostrou ao Brasil como imprensar a CEEE Equatorial na parede e exigir a melhoria da prestação de serviço de fornecimento de energia elétrica.

 

No lançamento da segunda fase da campanha internacional de sustentabilidade da proteína animal da Associação Brasileira de Proteína Animal, na Alemanha, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, convocou o setor produtivo brasileiro a quebrar a retórica de que o agro prejudica o meio ambiente. 

 

De fato, nos últimos 50 anos, o Brasil deixou de ser importador para se tornar um dos maiores exportadores de proteína do mundo, aumentando a produtividade sem ampliar a área de plantio.

 

Na contramão dessa lógica, o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, disse a indústrias pesqueiras brasileiras que vai "tentar" convencer Lula a não importar tilápia do Vietnã, o que acabará soando como mais uma vingança do petista contra membros do setor produtivo.

 

No fundo, dizem muitos já sabem que, por trás de André de Paula reina absoluta uma raposa hábil e felpuda querendo inviabilizar um setor que cresce a olhos vistos, tal qual fez quando incentivou a importação de camarão do Equador, arruinando os produtores do Nordeste.


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