e alguém alimenta dúvidas sobre a candidatura do delegado Eder Mauro à Prefeitura de Belém, eis a resposta: “Boa tarde. Posso falar que, dentre os nossos, eu estou sim também como possível pré-candidato” - encaminhada via WhatsApp ante pergunta formulada pela Coluna Olavo Dutra. A pergunta, convém esclarecer, foi dirigida ao próprio parlamentar e a integrantes do PL, dado que Eder Mauro “ainda não botou a cara na janela”, como se diz.
As
expressões “também como” e “possível pré-candidato”, porém, mantêm a aura que
envolve o bolsonarista Eder Mauro e possivelmente contaminam as respostas
encaminhadas por outros nomes do partido. “Há resposta como “Pelo que sei, não
é candidato”; “É candidato, tanto que na última reunião com o presidente
Bolsonaro ele foi intimado a concorrer”; “Ele virá candidato”; “O grupo dele
está se mobilizando”; e “Creio que é” - esta, vinda de um político do alto
escalão do PL paraense.
Pelo
sim, pelo não, corre à boca pequena que o delegado, por si só, não tem lá muito
interesse no cargo de prefeito de Belém, que considera uma “herança maldita”
ante a situação caótica em que a cidade se encontra, inclusive na área
financeira e orçamentária. Seu objeto de desejo estaria na vaga ao Senado em
2026, tanto que o nome do deputado Rogério Barra, filho dele, chegou a ser
cogitado para concorrer.
Explica, mas não justifica
A
resposta ambígua do deputado deve seguir intrigando seus eleitores e eventuais
concorrentes ao cargo, embora ele continue pontuando alto nas pesquisas
eleitorais, como na publicada ontem, da Paraná Pesquisa. A empresa,
supostamente ligada ao presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, divide
opiniões: é vista como “assertiva” e, ao mesmo tempo, com reservas por manter
um contrato milionário continuado com o partido desde Bolsonaro. Dizem que o PL
usou dinheiro do Fundo Partidário para pagamentos do instituto, que já mantinha
contrato de R$ 1,6 mi com o governo do ex-presidente e teria recebido, no
período de pré-campanha eleitoral de 2022, mais R$ 2,7 milhões.
Na ponta dos cascos
Acontece
que, segundo a Paraná, Eder Mauro lidera a corrida eleitoral em Belém na
pesquisa estimulada, mas a pesquisa espontânea aponta para 75% do eleitorado
indeciso. Conforme o levantamento, o delegado lidera na faixa da pesquisa
estimulada com mais de 10% acima do segundo colocado, sendo apontado como a
preferência para 26% do eleitorado.
Abaixo
dele pontuam o secretário estadual Cássio Andrade, do PSB (12,8%) e o deputado
federal Priante, do MDB (12,8%). O atual prefeito de Belém, Edmilson
Rodrigues, do Psol, aparece com 11,1%, seguido de Everaldo Eguchi (9,3%),
Thiago Araújo (9%) e professor Ítalo Abati (2,4%).
Outros cenários
Em
outros cenários, o deputado estadual Zeca Pirão, do MDB, também é citado e
pontua aproximadamente 15%. O deputado licenciado e secretário de Cidadania do
Estado, Igor Normando, que deve ser anunciado como candidato do Palácio do
Governo ao cargo, tem quase 7% da preferência, segundo a Paraná Pesquisas.
Eleitor segue em dúvida
O
resultado da pesquisa espontânea surpreende. A pesquisa espontânea é aquela em
que nenhum nome de candidato é apresentado para análise do eleitor. Nesse
cenário, 75% do eleitorado belenense não sabe ou não respondeu. Edmilson
Rodrigues tem 5,6%, seguido de Eder Mauro com 3,6% e Zeca Pirão, com 1%.
Eguchi, Priante e Igor Normando pontuaram na faixa abaixo de 1% (Pesquisa
registrada no TST sob o n.º PA-07656/2024).