Na bolha chamada Belém, ‘cataclismo’ derrota árvores e expõe as raízes apodrecidas da cidade

Enfim, não foi por falta de aviso, mas de atenção; pensando bem, prefeitura não tem vento nem para empinar a pipa da Semob, onde ‘flanelinhas’ se refrescam no ventilador dos desmandos.

26/07/2023 12:00
Na bolha chamada Belém, ‘cataclismo’ derrota árvores e expõe as raízes apodrecidas da cidade
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á fatos que só se encaixam na bolha chamada Belém do Pará. O último vendaval - nem tanto - que assolou a tarde da capital paraense fez um estrago tão grande que obrigou o obediente prefeito a sair às ruas para dizer que não fora prevenido, por órgão algum, sobre o ‘cataclismo’. A verdade é que todos os noticiários avisaram, sim, e com a antecedência comum dessas previsões. Como ficou o dito pelo não dito, as árvores idosas e mal cuidadas caíram e continuarão a cair porque não há uma troca sistemática da arborização.

 


O prefeito Edmilson Rodrigues se mostrou ‘surpreso’ com a ventania que nem chegou perto de ser um vendaval, mas causou estrago na arborização da cidade; o certo é que ‘certas coisas’ só acontecem em Belém/Fotos: Divulgação.

Senhor Intendente

 

Dessa forma, pode-se deduzir que a culpa vai não exatamente para São Pedro, como sugeriu o alcaide, mas para o Intendente Antônio Lemos que, nos idos da troca dos Séculos XIX pelo XX teve a magnífica ideia de, ao urbanizar a cidade, plantar mangueiras para atenuar a canícula.

 

Os donos da rua

 

Não fossem somente os ventos, Belém também enfrenta uma balbúrdia no trânsito, alimentada por esgoelados vigilantes extorsionários que se misturam aos famigerados ‘flanelinhas’, todos cheios de boas intenções - como no inferno imaginário e do jeito que o diabo gosta. E as contradições afloram.

 

Pesos e medidas

 

Por que a Almirante Barroso pede uma velocidade máxima de 50 Km/h e as duas paralelas, João Paulo II e a Duque de Caxias permitem 60 Km/h? Por que a travessa do Chaco permite o estacionamento diário de carros em fila dupla e sobre as calçadas, em frente a um órgão estadual, sem qualquer admoestação da famigerada Secretaria de Mobilidade Urbana que não superintende nada? E na paralela Antônio Baena, em frente a um hospital, onde ninguém se atreve a parar por mais de um minuto?

 

Trocando em miúdos

 

Então, fica combinado assim: o prefeito não pode esperar ventos fortes para empinar a popa da Semob e os ‘flanelinhas’ que atualmente organizam o trânsito na cidade com seus métodos próprios seguem se refrescando no ventilador do desmando.

Enquanto isso, bem ao seu modo, Belém mostra, através das árvores caídas, as suas apodrecidas raízes mal enterradas.


Papo Reto


Pedra cantada: O Diário Oficial extra de hoje aponta que Hélio Leite deixa a Secretaria de Ciência e Tecnologia para assumir vaga na Câmara Federal. Vitor Dias sai da Assembleia e assume o cargo.

 

No embalo, Eliel Faustino (foto) se desobriga do cargo de secretário-adjunto da Secretaria de Educação e retorna à Assembleia Legislativa na vaga de Vítor Dias.

 

O troca-troca foi antecipado pela coluna, conforme a leitura de um observador atento, provavelmente o melhor disponível no Pará.

 

Todos mudam de lugar - da frente para trás, de trás para a frente e de um lado para o outro -, em obediência aos ditames políticos, mas o script, perdão, o itinerário, como no Sacramenta-Nazaré, é o mesmo.

 

O senador Beto da Fetagri Faro enveredou em um novo e promisso negócio: cultivo de dendê. A coluna está por saber de onde saem as mudas – não que queira concorrer com o senador.

 

Na maré da legalização das apostas em jogos de futebol estão embarcando defensores da legalização da maconha, cassinos de todo o tipo, clubes de tiro e outros menos votados, com o argumento singelo: o aumento da arrecadação tributária.

 

Veranistas de Marabá mandam avisar que falta água na cidade banhada por um dos mais caudalosos rios do mundo, o mesmo que abastece a gigante Hidrelétrica de Tucuruí.

 

Veranistas se depararam com a ‘estampa’ Patrícia Alencar exibida em vistosos outdoors na Praia do Atalaia no último fim e semanas. “Um colírio para os olhos”, suspiravam os afoitos.

 

 Interessante como a Prefeitura de Benevides, na Região Metropolitana de Belém, trabalha discretamente e segue acumulando bons resultados na educação.

 

As obras do BRT Metropolitana isolaram, literalmente, moradores do bairro São João, em Marituba. O acesso ao transporte público sentido cidade-Belém está fechado.

 

Passageiros precisam se deslocar 300 metros ou mais, a partir da saída do bairro, em busca de um retorno de volta à parada de ônibus. O que estava ruim ficou pior, mas, nada que uma tirolesa não resolva.

 

Falando nisso: quando a prefeitura da ‘estampa’ vai retomar as obras de asfaltamento das ruas do São João, paralisadas sem explicação, embora o projeto esteja com prazo de validade vencido?

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