ma crise - ainda não se sabe se interna ou externa - invadiu o diretório estadual do Partido Solidariedade, presidido, no Pará, ao menos até ontem, por Ed Wilson Dias e Silva, que já foi secretário de governo e chefe de gabinete da Prefeitura de Ananindeua, e continua assessor e pessoa muito próxima do prefeito Daniel Santos, do PSB.
A crise, por ora, reside, de um lado,
no campo de uma intensa boataria dando conta de que Ed Wilson foi destituído da
presidência estadual do Solidariedade; e de outro, no silêncio oficial da
direção do partido.
Procurado pela Coluna Olavo
Dutra, o primeiro vice-presidente do Solidariedade no Pará, Alessandro
Amaro, que já foi vereador e presidente da Câmara de Irituia, em vez de prestar
esclarecimentos, na condição de membro da diretoria do partido, limitou-se
questionar - pense em coisa mais chata - “como a coluna obteve o número” do seu
telefone...
Perguntado se haveria uma nota
oficial do partido, o sonolento Alessandro Amaro limitou-se a responder com um
lacônico “sim”, mas não enviou qualquer informação até o fechamento desta
edição. Ainda deve estar procurando saber “como a coluna obteve o número” do
seu telefone...
Caminho das pedras
Nos mesmos grupos políticos de
mensagens onde a coluna teve acesso ao contato do primeiro vice-presidente,
circulavam os recortes das notas de blogs na web dando
conta do afastamento de Ed Wilson do partido, possivelmente por conta do
procedimento de investigação aberto a pedido do Ministério Público do Pará pelo
procurador Armando Brasil, por supostos desvios no Instituto de Assistência dos
Servidores do Estado, o Iasep.
Segredo de Justiça
A investigação segue em sigilo de
Justiça, mas, até onde se sabe, entre as medidas cautelares já tomadas, há uma
que impede Ed Wilson de manter contato ou permanecer próximo do prefeito de
Ananindeua, com o fim de evitar possíveis trocas de informações que possam
atrapalhar o andamento das investigações. O problema é que os advogados ainda
não conseguiram que suas peças de defesa fossem analisadas pelo desembargo, uma
vez que o procurador Armando Brasil, designado pelo Procurador-Geral do Pará,
Cezar Mattar, para atuar como representante no processo de busca e apreensão
realizado em Ananindeua, aparentemente ainda não se manifestou sobre a
manutenção ou não das medidas cautelares.
Ordem dada, executada
Ao que tudo indica, a medida continua
valendo e sendo cumprida pelos envolvidos. Na noite da última
terça-feira, 25, por exemplo, Ed Wilson esteve, junto com Alessandro Amaro, no
evento de lançamento de Afonso Monteiro, pré-candidato a vereador em Belém pelo
PSD, um dos partidos que já manifestaram apoio ao pré-candidato Thiago Araújo a
prefeito de Belém. E, claro, estando Ed Wilson, o prefeito Daniel Santos não
compareceu.
Somente o restante de seu time - a
primeira dama e deputada federal Alessandra Haber, o deputado Erick Monteiro e
a mulher dele, Giselle Monteiro, que é filiada ao Solidariedade - e até o
momento divide com Ed Wilson a expectativa de ser indicada como vice do
prefeito Daniel Santos - deram as caras.
Esse time de frente de Daniel aparece
na foto ao lado dos pré-candidatos Thiago Araújo e Afonso Monteiro, a vereador,
mas Ed Wilson, sempre discreto, puxou Alessandro Amaro para um canto escuro e
não aparecem nas imagens que circularam nos grupos após o evento.
Atrapalhando o partido
Na prática, sem a revisão dessas
medidas cautelares impostas pela investigação, a situação do partido fica
complicada, já que a presença de Ed Wilson fica impossibilitada em muitos
eventos onde o prefeito Daniel Santos precisa estar, e isso atrapalha os
movimentos da campanha eleitoral. E seria a “justificativa oficial” para a
destituição do diretório estadual.
Esse foi, inclusive, o “motivo de
força maior” que impediu Ed Wilson de participar, no último dia 25 de maio, do evento
“Qualifica”, do partido Solidariedade, realizado em um dos auditórios do
Radisson Hotel, em Belém, com participação do prefeito Daniel Santos.
Para o evento, que reuniu vereadores,
prefeitos e vice-prefeitos de vários municípios paraenses com a finalidade de
preparar os filiados para as eleições 2024, Ed Wilson Dias passou a semana que
antecedeu convidando a todos, inclusive com mensagens em vídeo, mas, no dia do
evento, justificou sua ausência com os tais “motivos de força maior”.
Golpe de mestre
Por outro lado, fonte da Coluna
Olavo Dutra garantiu, também na noite desta terça-feira, 25, que, por
trás da justificativa oficial houve uma manobra do MDB para “tomar o
Solidariedade de Daniel Santos”, deixando, com isso, um partido a menos na
órbita do prefeito de Ananindeua para as eleições deste ano. É que o partido
está fortalecido em Santarém, uma região estratégica para as eleições de
governador. Lá, o advogado Osmando Figueiredo, pré-candidato a vereador, é o
braço forte no grupo político do prefeito Daniel Santos. Ele já foi vereador da
cidade nos anos 1990, e recentemente reabriu e preside o Solidariedade em
Santarém, trabalhando, naturalmente, em prol da futura candidatura de Daniel ao
governo do Pará.
Segundo a fonte, foi Figueiredo o
articulador das atuais pré-candidaturas a prefeito e vice do Delegado Jardel,
ex-Podemos, e do economista Valdir Matias Jr, ex-PV.
Papo Reto
· Mara Santiago (foto),
presidente do Bancrévea, lança hoje à noite, na sede do clube, sua candidatura
à Câmara de Vereadores de Ananindeua.
· A moça é apoiada pelo
pré-candidato a prefeito do MDB, o deputado federal Antônio Doido. Tudo
certo, pero no mucho...
· A
escolha do local de lançamento agradou os associados do Bancrévea, Mara, antes
considerada “a dama de ferro”, virou massa.
· A Prefeitura de Belém
informa: por questões operacionais, a apresentação da nova frota de ônibus de
Belém, que ocorreria hoje, foi adiada. Calma, acontece.
· O Brasil fechará o semestre
com recorde de queimadas e o Pantanal mostrando o pior desempenho para o
período desde o início das medições, em 1988, segundo relatório do WWF-Brasil.
· Aliás, depois de seriamente
devastado pelo fogo, o Pantanal recebeu do governo mais uma promessa: R$ 100
milhões, 50 brigadistas do Ibama e 60 agentes da Força Nacional, para "dar
um gás" no combate ao fogaréu em que se transformou aquele bioma.
· O delegado da Polícia Federal
Valdecy Urquiza foi eleito ontem, em Lyon, França, para comandar a Interpol;
será o primeiro brasileiro a comandar a instituição.
· A descriminalização do porte
de maconha para uso pessoal já está garantida no STF, embora o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, continue a discordar da "invasão de
competência" da Corte.
· Ainda
sobre maconha: o presidente da Câmara, Arthur Lira, já anunciou a criação de
uma comissão para elaborar proposta contrária à decisão do Supremo. A exemplo
do Pantanal, o parquinho promete arder.
· Sem "estudos comprovando
a eficácia e a segurança do fenol em procedimentos", a Anvisa proibiu o
uso da substância em território nacional.
· Vão até
esta sexta as inscrições para primeira etapa do Revalida 2024/2.
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