“Dura lex”: Emater promove demissão em massa e deve fechar escritório por falta de pessoal

Decisão consta da aprovação da reforma da previdência, mas chega aos servidores de maneira abrupta, gerando comoção e desconforto; Escritório de Goianésia fecha as portas em julho.

27/06/2024 13:30
“Dura lex”: Emater promove demissão em massa e deve fechar escritório por falta de pessoal
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e depender de exatos 25 servidores da Empresa de Extensão Rural do Pará, a Emater, o atual presidente, pastor Joniel Abreu, vai ‘queimar no fogo do inferno’. Joniel também é advogado, portanto, em uma empreitada em que assina a demissão de 25 servidores como quem troca a camisa de um time de futebol pelada seguramente tem amparo legal; e tem, verdade seja dita.


Presidente da empresa, Joniel Abreu recebe carga pela decisão, mas servidores foram avisados do desligamento/Fotos: Divulgação.

Desde a reforma da previdência, os servidores da empresa estavam cientes do desfecho desta novela, mas, como no caso das novelas mexicanas, os dirigentes empurravam o capítulo final com a barriga: faziam que nada aconteceria e os funcionários faziam que acreditavam. Aconteceu oficialmente ontem.

 

No olho da rua

 

De uma canetada só, Joniel Abreu assinou a fez publicar no Diário Oficial do Estado o desligamento de 25 servidores em obediência ao que determina a lei, que prevê a medida em virtude da extinção do contrato de trabalho depois da concessão de aposentadoria voluntária, ocorrida com a aprovação da Emenda Constitucional número 103/2019.

 

A crônica estava anunciada, mas a comoção é geral: “Ninguém esperava. Fomos pegos de surpresa. Alguns estão de férias e a indignação é muito grande”, informa um técnico do escritório central, em Marituba. Rigorosamente, segundo a coluna apurou, o que dói no servidor com a decisão não é a decisão, mas a forma “cruel e desumana” do anúncio, feitos em quatro linhas frias, sem consideração, sem agradecimentos pelos serviços prestados ao longo de décadas, sem dó, nem piedade.

 

De portas fechadas


Por conta da situação, o escritório da Emater em Goianésia do Pará será fechado, uma vez que o único servidor que trabalhava na região foi demitido. “Aqui em Goianésia do Pará, eu trabalho só desde 2014. Hoje, recebi a informação de que, amanhã, o veículo será deslocado para outro escritório e, na segunda-feira, nosso escritório fechará as portas por falta de técnico. Uma extrema falta de compromisso com a sociedade na prestação dos serviços, acrescido a maneira abrupta que fomos afastados sem nenhuma consideração”, informou o servidor.

 

Tudo posso naquele...

 

É fato que, desde que o governo do Estado entregou a empresa à administração de pastores da Igreja Evangélica - e nada contra a igreja -, onde pastores sem o menor conhecimento técnico se sucedem desastradamente, a Emater embicou, mas esse é um tema político de difícil alcance - tão difícil e delicado que remete à expressão “tudo posso naquele que me fortalece", inclusive e principalmente politicamente.


 

Papo Reto

 

· O governo do Pará não fica muito longe da Prefeitura de Belém em se tratando de transparência de dados públicos; muito pelo contrário.

 

·  Na verdade, parece até escárnio - e é -, mas a direção do Banpará não se dignou a esclarecer a questão do vazamento de dados denunciada pelo Banco Central até hoje. A presidente Ruth Costa (foto) ficou muda?

 

·  Não bastasse a péssima qualidade de serviços que oferece ao distinto cliente, o que prova que, em terra de cegos, quem tem um olho é rei.

 

·  Paciente do Iasep com problemas de visão bateu com a cara na porta de um hospital da Alcindo Cacela, onde havia feito uma série de exames pré-cirúrgicos.

 

·  Na portaria, a paciente foi informada de que o hospital cortou o atendimento a servidores do Estado por falta de pagamento.

 

·  Felizmente, teve a sorte de ser redirecionada para outra clínica, na avenida Padre Eutíquio, onde conseguiu agendar consulta para o mês de novembro.

 

·  Após 70 dias de "folga", professores universitários retomam atividades no País.

 

·  Pianinhos, tiveram que se contentar com a "vitória" na base de reposição salarial de 9% a partir de janeiro de 2026, e de 3,5% a partir de abril do mesmo ano.

 

·  Como vai ficar o calendário acadêmico ninguém ousa dizer nada. Aulas em julho? Bem, o que se diz é que isso está absolutamente fora de cogitação.

 

·  A Câmara de Santarém deu uma ‘pedalada’ tipo triplo mortal carpado e aprovou, na surdina, o aumento de salários dos vereadores. O servidor público pedala, pedala e não chega lá...edala e não chega lá...

 

·  Em Santa Isabel do Pará, Região Metropolitana de Belém, a disputa pela sucessão do prefeito Evandro Watanabe parece garantida. Neneco Tavares é o candidato do prefeito e lidera as pesquisas locais.

 

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