candidatura do deputado federal Eder Mauro, do PL, à Prefeitura de Belém,
passou da especulação à confirmação na manhã desta sexta-feira, 28. O anúncio
foi feito pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem Eder Mauro é tanto
próximo quanto defensor ferrenho em Brasília. Esse era, inclusive, um dos
pontos de dúvida quanto à disputa: a possível perda de um nome de peso em favor
do ex-presidente, em Brasília.
Bolsonaro
estará em Belém, junto com a esposa Michele, no próximo domingo, onde cumpre
uma série de agendas com políticos e apoiadores da direita, inclusive com
almoço programado em um restaurante regional no Distrito de Icoaraci. O ponto
alto da concentração será na Doca, onde detalhes do apoio à candidatura de Eder
Mauro serão pronunciados pelo ex-presidente da República, em palanque.
A cruz e a caldeirinha
A
situação de Eder Mauro foi bastante discutida entre a cúpula local e a direção
nacional do PL. Uma das conclusões pelo lançamento da candidatura é a de que,
se por um lado o time de Brasília perde, por outro, o partido ganha, já que,
com a prefeitura de uma capital nas mãos, a sigla pode ser fortalecida com a
ocupação de secretarias e demais cargos estratégicos por nomes importantes do
partido. É possível abraçar muito mais gente com uma prefeitura do que com um
cargo de deputado federal, em Brasília.
Antecipação estratégica
A
antecipação do anúncio da candidatura de Eder Mauro - já que a ideia era
fazê-lo apenas no domingo, diante dos apoiadores que comparecem às Doca de
Souza Franco - atende a dois aspectos previsíveis: o primeiro é aumentar a
quantidade de pessoas que teoricamente declaram apoio a Eder Mauro. Ir ao
evento para apoiar um pré-candidato declarado é mais motivador do que
comparecer para tirar uma dúvida. Depois, porque Eder Mauro não tem muito mais
o que crescer nas pesquisas com o anúncio do ex-presidente.
Dentro
de uma análise política, o anúncio de Bolsonaro consolida os votos que o
deputado federal já possui, mas não dá certeza de que indecisos, brancos ou
nulos e nem mesmo eleitores de outros candidatos migrem para Eder Mauro pelas
simples palavras do presidente.
O
mais provável, como sempre se vê em campanhas como a desenhada no cenário
local, é que Eder Mauro desidrate, dada a quantidade de concorrentes com força
suficiente para sugar votos de adversários. Como ele lidera, é natural que,
dele, saia mais votos para os demais.
DAS na linha de corte
Em
contrapartida, o bloco de apoio a Igor Normando, do MDB, já elabora uma
estratégia para eliminar os “traíras” que decidirem participar do ato, seja em
qual for o momento: do desembarque no Aeroporto Internacional de Belém,
passando pela Doca e Icoaraci, até a partida para o sudeste do Pará, de onde
Bolsonaro sairá pelo mesmo local.
Senhores, escolham
A
coordenação da campanha emedebista vai utilizar imagens das câmeras de
monitoramento espalhadas pela cidade, inclusive nos totens do 'Projeto Guardião’
para, a partir do uso de tecnologia de reconhecimento facial, identificar DAS
nomeados no Estado para agir com sumária demissão de quem ousar apoiar o evento
da direita, em Belém. A estratégica também vai valer para os atos em Marabá e
Parauapebas, onde Bolsonaro estará participando do lançamento de candidaturas
nos dias 1 e 2, respectivamente.
Se
isso é legal ou não, só o tempo dirá. Mas, na dúvida, é bom que os servidores
temporários com amor e necessidade ao emprego fiquem atentos para driblar as
câmeras ou ficar quietinhos, caso considerem, de fato, a renda que possuem,
importante para o sustento da família.
A
briga, como se diz, é de cachorro grande.