Posseiros utilizam terra sujeita à reintegração para prática de tráfico de drogas em Santarém

Enquanto proprietário enfrenta uma série de recursos procrastinatórios para reaver propriedade na Justiça, crime avança.

01/07/2024 11:30
Posseiros utilizam terra sujeita à reintegração para prática de tráfico de drogas em Santarém
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m imbróglio judicial que vem se arrastando desde o ano de 2020 pode ser julgado nesta semana na Vara Fazendária do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, em Belém. Uma grande propriedade às margens do rio Tapajós, em Santarém, no oeste do Pará, invadida recentemente, poderá, finalmente, ser entregue aos proprietários legítimos.


Droga foi apreendida na zona portuária da cidade graças a denúncia à Polícia Militar/Fotos: Divulgação.

Segundo o empresário Rodrigo Quinco, proprietário da área, a Polícia apreendeu uma grande quantidade de drogas, munição e carro suspeito, o que comprova o comportamento criminoso dos supostos posseiros que brigam, na Justiça, para permanecer no local.

 

Há, inclusive, suspeitas das autoridades que investigam o caso de que táticas semelhantes - de invasão de terra para o tráfico de drogas -, sejam utilizadas em vários outros pontos portuários por todo o território do Pará.

 

Questão de direito

 

Segundo o processo judicial com pedido de reintegração de posse os posseiros, todas as vezes que têm mandado de reintegração, entram com recursos para procrastinar a medida. Agora, porém, eles foram flagrados na prática do tráfico de entorpecentes. Pela lei, eles perderiam a terra, caso fossem legítimos proprietários, mas a propriedade está sob litígio judicial há anos em função dessa série de recursos procrastinatórios, fatos que serão observados pela Vara Fazendária.

 

Para completar, a empresa proprietária da área vem sendo achincalhada, como se fosse a autora do crime de tráfico de drogas, que levou viaturas e equipes policiais à zona portuária de Santarém, mais precisamente, no bairro do Uruará.

 

Por trás da invasão

 

A empresa vem requerendo a reintegração de posse que, por tanto custar a acontecer em razão de recursos dos posseiros, serviu para mostrar o que realmente os invasores estão fazendo no local, um porto particular que já foi utilizado com operações portuárias que geravam emprego e renda.

 

Anatomia do crime

 

Na noite da última sexta-feira, dia 28, por volta das 21 horas, a Polícia Militar do Pará apreendeu uma grande quantidade de drogas e munições no Porto do Quinco. A ação resultou na apreensão de 50 kg de maconha, 10 kg de crack e 20 munições de calibre 9mm, além de um veículo Corolla.

 

Tudo começou com informações repassadas pela 29ª CIPM (Óbidos) à Companhia de Policiamento Ostensivo Tático, dando conta da chegada de dois veículos suspeitos em uma balsa oriunda de Manaus. As viaturas da Companhia se dirigiram ao local e encontraram apenas o veículo Corolla.

 

Segundo o gerente da balsa, Sivaldo Magalhães Silva, os veículos estavam sob a responsabilidade de Victor Kaleb Monteiro da Silva. Minutos antes da chegada da PM, dois indivíduos teriam levado o veículo CRV, enquanto Kaleb retirou o Corolla da balsa e o estacionou nas proximidades. Ao perceber a presença dos policiais, Kaleb abandonou o local e fugiu.

 

Diante das circunstâncias, foi solicitado o apoio de um chaveiro para abrir o veículo. No porta-malas, foram encontrados 43 tabletes de substância análoga à maconha, 9 tabletes de substância análoga ao crack e 20 munições de calibre 9 mm.

Todo o material apreendido, juntamente com o veículo Corolla, foi encaminhado para a 16ª Seccional de Polícia Civil de Santarém. O gerente da balsa, também foi conduzido à delegacia para prestar depoimento sobre o caso.

 

Papo Reto

 

· O governo do Pará não fica muito longe da Prefeitura de Belém em se tratando de transparência de dados públicos; muito pelo contrário.

 

· Na verdade, parece até escárnio - e é -, mas a direção do Banpará não se dignou a esclarecer a questão do vazamento de dados denunciada pelo Banco Central até hoje. A presidente Ruth Costa (foto) ficou muda?

 

· Não bastasse a péssima qualidade de serviços que oferece ao distinto cliente, o que prova que, em terra de cegos, quem tem um olho é rei.

 

· Tem fogo amigo ardendo na Casa Militar do governador Helder Barbalho, de onde partem informações dando conta da suposta nomeação do coronel Costa Júnior para a direção do Detran.

 

· A verdade é que nem Costa Júnior assume o órgão de trânsito do Pará, nem a superintendente Renata Coelho deixará de acumular o cargo com o de secretária de Planejamento e Administração tão cedo.

 

· Comentário de um leitor da coluna em Salinópolis, costa atlântica do Pará: “Aqui, candidatos à Câmara de Vereadores ‘brincam de pira’ com o cheque moradia”.

 

· da possibilidade real de o chamado “imposto do pecado” - aquele seletivo previsto na reforma tributária - vingar para carros elétricos, não convidem para a mesma mesa dirigentes das montadoras nacionais e membros da cúpula do governo federal.

 

· relação azedou de vez os recentes e recíprocos afagos que andaram rolando depois dos recentes anúncios de vultosos investimentos no setor.


·  Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, uma das principais vozes contrárias à tributação de elétricos pelo “imposto do pecado”, incluir os automóveis na lista do seletivo "vai levar prejuízos à saúde e ao meio ambiente" - cenário inverso ao que prevê o tributo.

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