O pastor Josué Bengtson volta ao noticiário nacional por conta da informação de que sua modesta fazenda de criação de gado em uma área de quase 7 mil hectares no Pará, que ano passado foi palco de novo conflito envolvendo os ocupantes do Assentamento Quirino Lira, na região do Alto Rio Guamá, é tão verdadeira quanto uma nota de 3 reais. As terras pertencem à União e teriam sido griladas, segundo o Incra.
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Segundo o projeto “De olho nos ruralistas”, mais de 70% dos 4.9 mil hectares ocupados pelo ex-deputado e
pastor estão em área pertencente à gleba federal destinada à reforma agrária
“Pau de Remo”. A Fazenda Cambará, a do pastor, fica próxima à Terra Indígena
Alto Rio Guamá, do povo Tembé, vítima de invasão de madeireiros a partir da Pau
de Remo e da famosa Gleba Cidapar. As informações dão conta de que, além da disputa
por terras, a família do pastor estaria envolvida em episódios de violência
contra assentados e assassinato, mas nega.
Droga em avião da Igreja
Tio da ex-ministra Damares Alves, o pastor esteve no noticiário policial depois que a Polícia Federal apreendeu 290 quilos de “skunk”, uma droga mais forte do que a maconha, em um avião pertencente à Igreja do Evangelho Quadrangular, da qual é líder destacado.
Daqui não saio...
No
caso da Fazenda Cambará, o suposto crime fundiário foi denunciado pelo Incra a
partir de avaliação apresentada pelo Instituto de Terras do Pará, o Iterpa.
Trocando em miúdos, o documento aponta que “o título provisório apresentado
pelo pastor Josué Bengtson para comprovar sua posse dentro da Gleba Pau de Remo
está localizado em outra área, bem mais distante, nos limites do município de
Cachoeira do Piriá e não de Santa Luzia do Pará”. A família do pastor diz que,
ao adquirir as terras, “não tinha conhecimento de se tratar de área federal”.
E não
saiu de lá.