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meio a denúncias quase diárias de corrupção, uso e abuso desenfreado da máquina
por parte de um diretor, assédio moral a servidores de carreira, desserviços a
operadores e usuários - sem contar a extrema falta de critérios técnicos nas
análises das demandas do setor -, a Arcon está ameaçada de ser ‘desidratada’
nas suas principais atribuições, por decisão do governador Helder Barbalho.
Afinal, paciência tem limites.
O que
se diz nos bastidores do governo é que Helder Barbalho articula a transferência
de todas as obrigações constitucionais relativas ao transporte intermunicipal -
terrestre e fluvial - para outra autarquia, a ser criada, com a sigla Artran. A
se confirmar a decisão, o governo deve “melar”, de uma tacada só, a sequência
de malfeitos denunciados no transporte rodoviário e fluvial e uma série de
ações inescrupulosas que permitem a poucos avançar sobre o dinheiro de muitos.
E
mais: espera-se do governo cumprir a legislação e submeter à sabatina da douta
Assembleia Legislativa os nomes dos dirigentes de uma eventual nova Agência, o
que não aconteceu com os atuais ocupantes da Arcon, que pintam e bordam sem o
aparente conhecimento do Legislativo.
Hora de dar um basta
“Está
passando da hora de o governo do Estado dar um basta no modo criminoso com o
qual meia dúzia de políticos e seus apaniguados se locupletam da Agência em
detrimento da saúde de todo sistema de transporte público
intermunicipal".
O
comentário, recheado de indignação, é de um operador alternativo preocupado com
a completa dilapidação do histórico evolutivo da Agência ante a “tolerância
extrema do governo, que sacrifica a sociedade para evitar desgastes políticos
com aliados” - complementa.
A nova Agência
Segundo
fontes da coluna, a possibilidade de criação de uma segunda Agência de
Regulação, voltada exclusivamente ao transporte intermunicipal, seria real e já
estaria sendo estruturada nos gabinetes da Procuradoria-Geral do Estado. Ou
seja, tudo faz crer que, na Arcon, ficará apenas a regulamentação do
saneamento, do gás natural e da energia elétrica, coisa para a qual a Agência
nunca ligou.
Casa de Mãe Joana
Segundo
a coluna apurou, no sul, sudeste e nordeste do Estado é dado como certo que o
sistema de transporte público intermunicipal está absolutamente fora de
controle no Pará, graças ao desmantelamento da fiscalização.
Concorrência desleal
Para se ter ideia do efeito direto desse descalabro administrativo imposto pela atual gestão na fiscalização da Arcon, estima-se que só 30% dos veículos em uso hoje tenham autorização da Agência para transportar passageiros. Dados não oficiais apontam que existem cerca de 3,5 mil táxis-lotação e pelo menos outras 1,8 mil vans clandestinas operando e competindo livre e impunemente com os transportadores convencionais - ônibus - e alternativos - microônibus e vans - regulados no sistema, que lutam bravamente para manter suas taxas em dia, mas se sentem órfãos do sistema.
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