tento observador da coluna define a situação da cena política no Pará em poucas palavras, de maneira direta e certeira: “Tudo pode acontecer e acontece. O que acontece nos dias atuais no quadro político paraense parece relevante, mas não é: é como passageiros do ‘Pedreira-Nazaré’ passarem da fila um para a fila dois, saírem de trás para a cadeira da frente ou mudarem do corredor para a janela. O motorista, o cobrador e o itinerário seguem imutáveis. E é só isso que importa”.

A observação se aplica e se encaixa como luva na indicação do ex-coordenador da Casa Civil do governo do Estado Jardel Rodrigues da Silva para a presidência da Companhia Docas do Pará. A indicação, dizem fontes da coluna, está em análise na Presidência da República, de onde pode sair qualquer coisa, inclusive nada.

Carimbado e fichado

Aconteça o que acontecer, porém, Jardel Rodrigues não é um desconhecido para a Polícia Federal e para a metade do povo que acompanha o Círio de Nazaré. Considerado ‘lobista’, Jardel foi uma das pessoas presas na operação “Saldo Zero”, da PF, acusado de associação criminosa e supostamente responsável por desvios de mais de R$ 23 milhões quando atuava na Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias, a Funpea, extinta por decisão do então reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia Marcel Botelho.

Fundação extinta

Curiosamente, foi a gestão da Ufra quem identificou possíveis irregularidades na aplicação de verbas da Fundação, encaminhando as suspeitas ao conhecimento das Polícia Federal, que confirmou as suspeitas e desarticulou o que chamou de associação criminosa. Ato contínuo, a Reitoria extinguiu a Fundação cuja atuação, até então, passou batida pelo Ministério Público do Estado.    

A caminho da janela

Jardel Rodrigues foi preso pela Polícia Federal na Casa Civil. De lá para cá, como os passageiros do ‘Pedreira Nazaré’, saiu do banco de trás para o banco da frente e, pelo andar da carruagem, está prestes a trocar o corredor pela janela, isto é, a presidência da CDP, dependendo da Presidência da República. Nada relevante; é o que importa, afinal.

Papo Reto

Comenta-se nos bastidores do poder que o ex-deputado e secretário Regional de Estado no Tapajós, Hilton Aguiar (foto), do Avante, que teve 11.888 votos em Itaituba - onde Helder perdeu para Zequinha e Bolsonaro venceu Lula - vai disputar a prefeitura ungido pelo governador.

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