Em vídeo revisado, desembargador do TRT adverte que “antes a democracia daqui do que a do Hamas”

E emenda, com o estilo que lhe é peculiar, segundo advogados e advogadas habituados à recorrente violação de prerrogativas: “Mas se quiser a gente adota a do Hamas também...”

Por Olavo Dutra

14/10/2023 08:00

Sob investigação do CNJ por negar pedido de advogada grávida, desembargador Georgenor Franco Filho, do TRT, violou prerrogativa da Advocacia na mesma sessão, segundo vídeo revisado que circula nas redes sociais/Foto: Reprodução-Redes Sociais.


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ão é exagero dizer que “ficou faltando um pedaço” no pedido solene de desculpas do desembargador Georgenor Franco Filho, presidente da 4ª. Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª. Região, depois da “indelicada e infeliz” manifestação de desdém contra a advogada Suzane Guimarães, durante uma sessão na última semana. No pedido, feito sob pressão da própria Corte, o desembargador se disse surpreso com a repercussão do fato nas redes sociais e fez o “mea culpa”.  

 

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Estilo ‘bate e arrebenta’

 Ocorre que na mesma sessão - mas em julgamento anterior, em que violou as prerrogativas da advogada -, o desembargador já havia violado as prerrogativas da Advocacia, segundo vídeo revisado que circula nas redes sociais com protestos de dezenas de advogados. No vídeo, o desembargador se dirige a um advogado instando-o a se manifestar e, em seguida, de modo grosseiro, desiste, praticamente cassando a palavra do advogado. No passo seguinte, o desembargador reage a uma outra questão - quase inaudível - com a seguinte advertência: “É, antes a democracia daqui do que a do Hamas, mas se quiser a gente adota a do Hamas também”. O plenário nem suspirou.

 

“Soberba e arrogância”

 

Dez entre cada dez profissionais se manifestam inconformados com o que entendem como “forma soberba e arrogante” com que o magistrado tem tratado advogados junto à quarta turma de julgamento do TRT. Para alguns deles, “aquele pedido de desculpas foi meramente protocolar” e apenas "atendeu ao espírito de corpo” da Corte.

 

O que se diz é que “não é de hoje” que o magistrado trata advogados e advogadas de forma descortês e que esses “fatos humilhantes para a classe” seriam corriqueiros. Fontes ouvidas pela coluna admitem que alguns desembargadores reprovam o comportamento, mas não se manifestam ou por receio ou, em última análise, por mero corporativismo.

 

Só para lembrar

 

Se interessar, as prerrogativas dos advogados são direitos imprescindíveis que garantem a independência e autonomia do exercício da profissão e a defesa do cidadão perante o estado democrático de direito e estão regulamentadas pelos artigos 6º e 7º do Estatuto da OAB - Lei 8.906/94.

 

Papo Reto

 

Em Volta Redonda, Rio de Janeiro, o choro é livre: divulgados pela própria CBF, áudios do VAR sobre a polêmico jogo que garantiu o acesso do Paysandu à série B comprovam que o jogador Robinho (foto) já havia sido, de fato, substituído no momento de sua expulsão, no final da partida.

 

Acredite, nativos de Cotijuba encontraram nesta semana, em uma das praias locais, um tubarão martelo já morto, medindo aproximadamente 1,80 m.

 

O Amazonas tem 1.664 focos de incêndio, a ponto de o Ibama precisar enviar reforço de brigadistas para ajudar conter as chamas na floresta.

 

Pior: os incêndios têm tornado o ar da Região Metropolitana de Manaus extremamente poluído, dez vezes pior do que a recomendação da Organização Mundial da Saúde.

 

Não se sabe o que choca mais: se as imagens de terra arrasada do vizinho Estado em sua seca descomunal, ou o "silêncio ensurdecedor" da grande mídia nacional e dos ativistas globais do meio ambiente.

 

Aliás, diante da seca histórica que assola o Amazonas, todos se perguntam quando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o próprio governo Federal, irão agir ou pelo menos se pronunciar.

 

Face à obsolescência, a Anatel vai desligar as redes 2G e 3G no Brasil.

 

Cosméticos usados há 2.000 anos são desenterrados por arqueólogos. Itens parecidos com os blush e sombras atuais, além de perfumes, já faziam parte do cotidiano das mulheres durante o Império Romano.

 

A pecuária também vem batendo recorde e já desponta como a segunda do Brasil em número de animais - cerca de 25 milhões de cabeças -, e destacando-se como primeira na criação de bubalinos -700 mil animais.

 

Essas commodities, que há uma década apresentavam pouca lucratividade, atualmente estão com preços nas alturas e até a farinha de mandioca de Bragança, vendida a R$ 19, já supera, em alguns casos, os preços do porco e do frango de granja.

 

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