“O Liberal” abre fogo contra tudo e contra todos, mas não há guerra à vista; muito pelo contrário.

Edição dominical do jornal da família Maiorana tráz veneno para todos os gostos, mas tem alvo definido e prazo de validade.

Por Olavo Dutra

31/07/2023 10:37
“O Liberal” abre fogo contra tudo e contra todos,  mas não há guerra à vista; muito pelo contrário.
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o lançar, ontem, a coluna “Política Pará”, Diógenes Brandão diz que “o jornal O Liberal mexeu uma pedra que estremeceu a torre onde fica a sede da TV RBA...”, prevendo “o início de uma guerra entre as famílias Maiorana e Barbalho”. Com todo respeito às partes, onde Diógenes Brandão enxerga a mexida de uma pedra, a coluna identifica um tiroteio, com balas a esmo e, para usar um termo técnico, com balas perdidas.

 

O governador é o suposto alvo da metralhadora giratória disparada pelo jornal na Coluna Repórter 70, que ‘importa’ um ex-ministro, mas condena a presença de grandes empresas ‘estrangeiras’ na exploração de recursos no Pará/Fotos: Divulgação.

A nova coluna fazia referência a uma nota publicada em poucas linhas da prestigiada coluna Repórter 70 da edição de domingo, onde um redator aparentemente sem muito zelo com a edição - ou pela urgência, o que também não se justifica - se pôs a destilar venenos de cima abaixo, atacando concessionária de energia elétrica, mineradoras e até a agenda de um evento internacional em 2030, sem provavelmente querer mencionar o povo que se programa para a COP, que até agora sequer tem lugar para se acomodar em Belém.

 

Importação execrada

 

A estrondosa edição permite entender, em uma leitura vertical e horizontal, de trás para a frente e da frente para trás, que há mais entre o céu e a terra do que imagina a vã filosofia do Pará nestes dias de treva política. Por ela, sabe-se que a concessionária de energia elétrica, que mostra faturamento de R$ 1 bilhão no último balanço, foi vendida no governo Jatene; que grandes empresas do setor mineral - inclusive a ‘parceira Vale’ - querem perpetuar a escravidão e que a exploração de madeira vai acabar suspensa em pouco tempo, defendendo a liberdade de escolha em resposta à servidão da população do Estado. Um grito de liberdade raramente visto por estas bandas e naquelas páginas.  

 

Sim, somos lidos

 

Até a coluna entrou na edição dominical, ao citar a ‘incógnita’ do lixo em Belém e a infame concorrência que, sob suspeita, foi acabar no colo do conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Cezar Colares, com pedido de suspensão - se bem andou, Colares já deve ter se manifestado no processo, pois o edital ficou de ser aberto hoje. Bom saber que a coluna está sendo lida na redação do jornal da família Maiorana.


‘Importação’ autorizada

 

Mas a cereja do bolo da edição é o ex-ministro Aldo Rebelo, que ‘abre’ o espaço Em poucas linhas como o personagem político que “vai mudar’ o domicílio político para o Pará para se lançar candidato pelo Estado a cargo majoritário sob o slogan “O Pará é dos paraenses”.

 

Explicação do óbvio

 

Para quem sugere mandar para o quinto dos infernos grandes empresas, decisão verticais sobre a conta de energia elétrica e o povo que participará de eventos internacionais, “importar” Aldo Rebelo para concorrer ao Senado ou ao governo do Estado parece um paradoxo só explicado por alguma arenga com o governador Helder Barbalho - e só com ele, porque o primogênito do senador Jader Barbalho e ministro das Cidades, Jader Filho, escapou do ataque ileso.  

 

Oxigênio limitado


Voltando a Diógenes Brandão, é verdade que onde há fumaça há fogo, menos quando falta de oxigênio - e a edição da coluna de “O Liberal” de domingo se esgota não pela venda - ou pelas ‘vendas’ que se interpõem aos interesses -, mas porque o tiroteio, como tantos outros já vistos, está recheado de balas de festim e a fumaça será varrida pelo tempo.  


Papo Reto


Erramos: o delegado federal Everaldo Eguchi (foto) foi reincorporado aos quadros da Polícia Federal em abril deste ano.

 

O Ministério Público cobra esclarecimentos da Secretaria de Educação sobre as denúncias de abusos da gestora da 10º USE, Ione Alves.

 

Perguntado se não seria saudável a Prefeitura de Belém copiar a de São Paulo na abertura de vagas para mães de alunos da rede municipal trabalharem em acolhimento de alunos, o prefeito Edmilson Rodrigues teria respondido: "Pergunta pro Helder..." Será?

 

O deputado estadual Diego Castro, do PL-BA, quase provocou a "terceira guerra mundial" ao propor que todos os estudantes das universidades estaduais fiquem obrigados a apresentar, semestralmente, testes toxicológicos, sob pena de "perda da vaga" em casos positivos de uso de substâncias proibidas.

 

Acredite, os afogamentos são responsáveis por 5,7 mil mortes por ano no Brasil, a maioria dos casos envolvendo a ingestão de álcool.

 

Pensada nos anos 1990, a privatização da telefonia teve seu papel na indução da concorrência entre empresas e na concessão de frequências da Banda B, mas dá sinais de que precisa sofrer ajustes.

 

A Vivo, por exemplo, lidera um movimento nacional entre as telefônicas prevendo taxar pelo uso do WhatsApp.

 

Carne de frango cultivada em laboratório já é realidade em alguns restaurantes norte-americanos.

 

O reajuste mediano real dos salários nos seis primeiros meses deste ano foi 0,79% superior à inflação, diz a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Todos os seis meses registraram reajustes reais acima da inflação.

 

A Petrobras mudou a política de dividendos, reduzindo o ganho de acionistas. Isso não vai dar certo.

 

O Conselho de Administração da empresa estabeleceu remuneração mínima de US$ 4 bilhões por ano para exercícios em que o preço médio do barril de petróleo tipo Brent seja superior a US$ 40 por barril.

 

Bairro fabricado com impressoras 3D recebe a primeira das 100 casas do projeto, nos EUA. As demais ficam prontas até setembro a um custo que varia de US$ 475 mil a US$ 599 mil.

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