nterrompido por um acidente com o veículo em que viajava para Belém em companhia da primeira dama, felizmente sem vítimas, o prefeito de Bragança, Raimundo Oliveira, deve ter adiado a decisão na qual pretendia abrir o jogo político que vem desenhando no município ao governador Helder Barbalho com relação à sucessão municipal. 

Parte desse jogo o governador já sabe: o médico Mário Júnior deverá ser o candidato do prefeito. A outra parte é mais espinhosa, se vier a ser confirmada: Raimundão estaria disposto a ceder a vaga de vice ao MDB, partido do governador, desde que o candidato não seja nem o atual deputado Renato Oliveira, nem ninguém ligado ao ex-prefeito Edson Oliveira, irmão de Renato que, dizem, não foi eleito pela população de Bragança, mas com votos da região nordeste do Pará. 

Os Oliveira da família do prefeito Raimundão e os Oliveira da família de Edson e Renato não se bicam e fazem mal uns aos outros até pintados de ouro. Pior para Manuelle Oliveira. 

Ao pé do ouvido 

A viagem interrompida do prefeito Raimundo Oliveira tinha justamente esse objetivo: discutir a sucessão municipal em Bragança, com as cartas devidamente marcadas a seu favor. Contudo, observadores da cena torcem o nariz para as pretensões de Raimundo Oliveira. Dizem que basta o governador listar favores e bondades disponibilizados à gestão municipal que Raimundão se queda, sem resistência. 

Como bem expressa um observador da política paraense, “quando o pão é pouco, ao menos o circo deve ser colorido”. E Helder caprichou nas tintas do circo montado pelo prefeito de Bragança desde que assumiu o Executivo estadual, sem a menor preocupação de enxergar o amarelo tucano do alcaide. 

Fantasma de saias 

Então, quem é e onde entra Manuelle - Manuelle Oliveira - neste picadeiro: vem a ser mulher do deputado Renato Oliveira e tida como possível candidata em eventual composição costurada pelo governador para a sucessão bragantina. 

Raimundão não quer nem sob vara, ao menos até a conversa com o governador Helder Barbalho, cujo poder e demonstração de poder vergam até a lâmina da misteriosa adaga de Tucancamon, que dizem ter vindo direto do espaço sideral para o icônico faraó do antigo Egito. 

Fogo fátuo 

Embora a suposta candidatura da jovem Manuelle Oliveira tenha sido apenas ventilada, ainda assim discretamente, nos arraiais políticos de Bragança - se é que não se trata de um projeto para mais distante - o ex-prefeito Edson Oliveira segue impedido de concorrer pela Justiça Eleitoral -, o prefeito Raimundo Oliveira faz suas contas: os Oliveira dá banda de lá são capazes de engolir sua cria, o médico e secretário Mário Júnior, em dois tempos, justamente quando, alcançado pela idade avançada e sem cargo, nada poderá fazer para evitar. 

Quem foi?

Sem falar que Raimundo Oliveira ainda não digeriu a última operação da Polícia Civil que bateu em sua residência, apreendeu dois veículos e atingiu contas bancárias dele e de pessoas a ele ligadas enquanto viajava para China. Raimundão jura de pés junto que sabe o dedo que moveu a operação. 

Papo Reto

O presidente da Faepa, Carlos Xavier (foto), deve decidir ainda hoje, depois de se reunir com assessores, se publica nota contra o MEC na formulação de prova do Enem demonizando o agronegócio. 

Em contato com a coluna, Xavier disse que outras manifestações do governo federal se referem ao setor com o mesmo viés e considera que, por se tratar de “mentiras”, o agro não deve ficar calado. 

A decisão do prefeito de Bragança, Raimundo Oliveira, de entregar a vaga de vice ao MDB na disputa das eleições 2024 deve deixar a secretária Marcelly Castanho e o vereador Júnior do Pneu sentados à beira do caminho. 

Tanto a secretária quanto o vereador do Pneu juravam pela fé da mucura que seriam contemplados com a vaga. 

Prossegue até o final da tarde de hoje, no auditório da Sedap, em Belém, a 2ª Reunião Ordinária do Comitê Permanente de Gestão da Pesca e do Uso Sustentável dos Recursos Naturais das Regiões Norte e Nordeste, do Ministério da Pesca e Aquicultura. 

Coordenado por Rivetla Édipo Araújo Cruz, o encontro deve abordar questões nevrálgicas do setor: o mau humor da natureza - aquecimento das águas e sumiço dos cardumes - e o ordenamento discutível das espécies. 

Esse “ordenamento”, como se sabe, possibilitou autorizações complementares - para uso provisório das embarcações no período de defeso - se tornarem-se permanentes, gerando a infame sobrepesca. 

Espera-se que a reunião setorial também explique a demora do ministério na análise de documentos para liberação de algumas embarcações pargueiras. 

Mais da metade - 54 exatamente, até ontem - municípios paraenses não se habilitaram aos benefícios do PAC Desenvolvimento e Sustentabilidade do governo federal. As inscrições vão até sexta-feira. 

Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais indicam que, em 2020, houve um aumento de 275% no número de vereadores trans no País - de oito, em 2016, para 30.

Em 2022, levantamento do Programa Voto com Orgulho, da Aliança Nacional LGBTI+, indicou que quatro mulheres trans foram eleitas deputadas estaduais, e outras duas, federais.