Às vésperas do veraneio, barraqueiros tentam evitar expulsão da orla do Atalaia, Salinópolis

Das 80 barracas em funcionamento na praia, 30 deverão ser removidas, mas trabalhadores não sabem qual teria sido o critério de escolha.

13/06/2024 14:30

Comitiva foi recebida pelo presidente Chicão Melo, que tenta negociar solução junto ao governo/Fotos: Divulgação.


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a última terça-feira, 11, uma comitiva de barraqueiros de Salinópolis, município da costa atlântica do Pará, promoveu um protesto em frente à Assembleia Legislativa, em Belém, em resposta ao projeto de reurbanização da orla da Praia do Atalaia.

Os trabalhadores - cerca de 100 -, temem ser expulsos devido às mudanças previstas no projeto de reurbanização e argumentam que o governo não está garantindo a continuidade de suas atividades após a conclusão da obra, recusando-se até a recebê-los para debate.

Ponto de equilíbrio

Uma comitiva de barraqueiros foi recebida pelo presidente da Casa, Chicão Melo, dando conhecimento dos possíveis prejuízos durante a alta temporada, daqui a menos de vinte dias, e tentando engatar uma articulação da garantia dos direitos dos trabalhadores.

Segundo uma das donas de barracas, Claudia Curimã, 43, a ida até a Assembleia foi a forma encontrada “para buscar apoio dos deputados”, depois de várias tentativas frustradas de conversar com representantes do governo. Dentre os pontos que queremos esclarecer estão os critérios para selecionar os barraqueiros”, conta Claudia.

“O presidente da Assembleia Legislativa, após ouvir nossas reivindicações, prometeu nos ajudar, pedindo que o advogado da nossa associação elabore um documento com todas as nossas necessidades para ser entregue ao governo com urgência que o caso exige”, relata.


Sem dó, nem piedade

Em conversa com o presidente da Associação dos Bares, Restaurantes, Barracas e Similares da Praia do Atalaia, Jorge Vieira, o governo está sendo intransigente, ao notificar a saída dos barraqueiros da orla sem conversar com a comunidade. “A princípio, queremos buscar o diálogo e o entendimento, mesmo sabendo que isso é difícil”.

Prazo está correndo

No dia 23 de maio, em notificação extrajudicial, o governo estabeleceu o prazo de 45 dias para a retirada, o que provocou a indignação dos barraqueiros. Ao todo, na Praia do Atalaia, segundo a Associação, existem cerca de 80 barracas, mas apenas 50 fazem parte do projeto. A entidade diz que não sabe os critérios adotados para a escolha. Ainda segundo a associação, é prevista a remoção das barracas compreendidas entre a primeira barraca e o segundo o atalho que leva à praia.

Papo Reto

Não duvide: tudo pode acontecer na Universidade Federal do Pará, a maior universidade pública do Norte do País, inclusive nada.

•  Na iminência de perder a referência acadêmica e tecnológica da COP30 para a Unama, a Reitoria planeja eventos paralelos durante a conferência da ONU, "à la Odorico Paraguaçu".

•  Quatro presos considerados perigosos fugiram da Penitenciária de Americano no último dia 10, mas o secretário, coronel Marco Antônio Sirotheau (foto), só tomou conhecimento 24 horas depois.

•  A fuga teria ocorrido na troca de plantões. Tanto que, no dia seguinte, quando os policiais penais perceberam, os detentos já estavam longe - e por isso, ninguém foi recapturado.

O produtor cultural Marcelo Damaso publicou em suas redes sociais que o famoso Festival Sonido passará a versão deste ano em branco por falta de patrocínio da Prefeitura de Belém.

• Segundo ele, o festival é apenas um detalhe, aliás, o início de um problema. Damaso questiona o que acontecerá no ano da COP30 ante tantos projetos interessados na capital, todos sempre muito bem recebidos pela prefeitura, em detrimento dos locais.

Levantamento do vereador Matheus Cavalcante aponta que, ano passado, a Prefeitura de Belém captou R$ 12 milhões através da Lei Paulo Gustavo para incentivar eventos culturais. 

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