Tecnologia social impulsiona manejo sustentável do pirarucu na Amazônia

Conhecimentos obtidos serão aplicados na construção de um flutuante de pré-beneficiamento na comunidade Santa Luzia do Jussara, no Amazonas

13/04/2025, 16:00
Tecnologia social impulsiona manejo sustentável do pirarucu na Amazônia

Manaus, AM - A Fundação Amazônia Sustentável, FAS, em parceria com o Instituto Mamirauá, realizou em março de 2025 o Workshop de Compartilhamento de Tecnologia Social, impactando 81 manejadores de três comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, no interior do Amazonas.


Durante o evento, os participantes compartilharam lições aprendidas sobre temas essenciais para a construção e gestão de unidades flutuantes voltadas ao beneficiamento do pirarucu na região. Foram abordados assuntos como concepção de projetos, documentação e licenciamentos, aquisição de materiais, contratação de empresas, governança, manutenção da estrutura, entre outros.


O workshop integra o projeto “Sistema de rastreabilidade: inovação e inteligência de mercado na cadeia produtiva do pirarucu da RDS Mamirauá”, uma iniciativa da FAS, com recursos da empresa Positivo Tecnologia, por meio do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio). A iniciativa integra uma política pública da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), coordenada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).


Wildney Mourão, gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia da FAS, destaca os benefícios da infraestrutura de pré-beneficiamento para os manejadores.


“O maior ganho de ter essa infraestrutura é a melhoria da qualidade do pescado, pois com o flutuante de pré-beneficiamento reforçamos as boas práticas sanitárias ao longo de todo o processo de evisceração do peixe, garantindo condições ainda mais adequadas.

Consequentemente, agregamos mais valor ao produto”, explica.


Vale ressaltar que, pela proximidade geográfica, muito do pirarucu beneficiado no Amazonas é consumido pela população paraense, sobretudo nos municípios de Santarém e Belém.


Parceria


A parceria entre a FAS e o Instituto Mamirauá teve início em dezembro de 2024, com a formalização de um Termo de Compartilhamento de Transferência de Conhecimento Técnico e Tecnológico para Inovação Aberta. O Instituto Mamirauá, que realiza pesquisas na região há 30 anos, desenvolveu a tecnologia social “Unidade flutuante de pré-beneficiamento” para o manejo sustentável do pescado em colaboração com as comunidades manejadoras de pirarucu.


A instituição já promoveu a construção de três flutuantes que contribuem para fortalecer a cadeia de manejo local. Ana Izel, analista de projetos da FAS, ressalta a importância da união entre as instituições para o desenvolvimento da Amazônia.


“Estamos unindo de um lado empreendedorismo e inovação, e do outro conhecimento aplicado obtido através de décadas de pesquisas. Esses dois pontos convergem e geram não só o encurtamento da curva de aprendizado e aceleração na implementação de soluções de impacto frente aos desafios da Amazônia, mas também replicabilidade e escala. Assim, a parceria se caracteriza como um marco na região no âmbito do compartilhamento da tecnologia social e inovação aberta para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da cadeia do manejo do pirarucu.”


Os conhecimentos adquiridos no workshop serão aplicados na construção de um novo flutuante de pré-beneficiamento de pirarucu na comunidade Santa Luzia do Jussara, cuja obra teve início no fim de março. As comunidades São Francisco da Mangueira e Catite também serão beneficiadas com a nova estrutura.


Foto: Divulgação/FAS

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