Prefeitura de Oeiras muda data de pagamento do 13º e professores respondem com protesto

Em julho, receita do Fundeb somava R$ 4,8 milhões e a folha, R$ 7,5 milhões; saldo negativo quebrou gestão municipal.

17/08/2024, 11:00
Prefeitura de Oeiras muda data de pagamento do 13º e professores respondem com protesto
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ela primeira vez em mais de duas décadas, os servidores da educação em Oeiras do Pará, cidade do arquipélago marajoara, ficarão sem receber metade do 13º salário no final deste mês. O problema está no déficit que o município enfrenta na educação. Professores e técnicos prometem uma manifestação nos próximos dias contra a medida considerada “arbitrária".


Prefeita Gilma Ribeiro escapou de perder o mandato por supostas irregularidades na educação, mas segue devendo aos professores/Fotos: Divulgação.
 

A decisão foi tomada logo após o Conselho do Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - reunir com representantes da prefeitura e mostrar o "rombo" criado a partir de uma verdadeira "bola de neve" nos últimos anos.


Receita e despesa

 Até de julho deste ano, a receita do Fundeb no município somava R$ 4.857.244,24 e a folha, R$ 7.537.898,09, deixando um saldo negativo de R$ 2.680.653,85. A reunião aconteceu a pedido dos próprios conselheiros do Fundeb para mostrar a gravidade do problema e exigir da prefeita Gilma Ribeiro, do PP, medidas para evitar um possível colapso do setor.


Os professores e técnicos reclamam porque, dada a tradição de pagamento de metade do 13º em agosto, muitos se programam e comprometem parte do dinheiro. Ainda de acordo com representantes da categoria, a medida foi anunciada de forma arbitrária, por meio de memorando, e sem qualquer canal de diálogo com os profissionais.


No mesmo documento, a Prefeitura de Oeiras do Pará informa que o 13º salário da categoria será pago junto com os proventos dos demais servidores do município até o dia 20 de dezembro - data limite prevista em lei para repasse do benefício.


Cadê o dinheiro?

A prefeita Gilma Ribeiro trava uma verdadeira queda de braço com os professores e demais profissionais da educação. O transporte escolar já não funciona há dois anos e os professores denunciam que os próprios pais têm se desdobrado na missão de garantir que os filhos cheguem à escola - alguns com gastos expressivos de combustível, por morarem em comunidades ribeirinhas.


A prefeita também já enfrentou dois processos de cassação e, por mais que tenha se livrado de perder o mandato, até hoje não explicou onde foram parar R$ 1,3 milhão usados para abastecer ônibus escolares num período em que as aulas estavam suspensas por conta da pandemia. Na ocasião, a denúncia foi protocolada pela própria Câmara de Vereadores junto ao Ministério Público do Estado. O dinheiro, no entanto, nunca foi devolvido aos cofres públicos. 

 

Papo Reto

 

· Não convidem para o mesmo palanque político o deputado estadual Tony Cunha (foto), candidato à prefeitura pelo PL, e representantes do agro em Marabá e região.  

 

· O Ministério da Justiça autorizou o emprego de efetivo da Força Nacional para garantir a ordem durante o concurso nacional unificado nos Amazonas, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Roraima.

 

· Aliás, cerca de 215 mil pessoas devem trabalhar neste certame que, por orientação da Polícia Federal, obrigará a coleta de digitais e exame grafológico, além de o candidato precisar reescrever frase impressa no cartão-resposta. 

 

· Quatro das cinco cidades com o metro quadrado mais caro do Brasil estão em Santa Catarina: Balneário Camboriú (R$13.379,00), Itapema (R$13.166,00), Itajaí (R$11.438,00) e Florianópolis (R$11.426,00).

 

· Somente a capital do Espírito Santo, Vitória (R$11.355,00), integra a lista do Top 5. Belém não aparece nem de longe. Os dados são do Índice FipeZap.

 

· Canaã dos Carajás (21 e 22); Parauapebas (23); Marabá (24); Belém (28 e 29); e Ilha do Combu (31 deste mês) receberão a peça “Proncovô”, trabalho poético-musical que reúne música e teatro e que celebra a arte mambembe.

 

· O espetáculo é encenado por Laura de Castro e Zé Motta, tem montagem e direção de Eduardo Moreira e direção musical de Sérgio Pererê.

 

· A poucos meses das eleições municipais, as fake news nas campanhas eleitorais são uma das maiores preocupações do eleitor no Norte.

 

· Segundo levantamento inédito do Observatório Febraban, 50% da população na região já recebeu fake news nas redes sociais e a grande maioria (86%) acha que o político que usa esse expediente deve ser punido.

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