Belém, PA - O entorno do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, segue tomado pelo lixo acumulado durante os dias do Parárraiá 2025. A festa junina promovida pelo Governo do Estado entre os dias 13 e 15 de junho atraiu milhares de pessoas com shows, apresentações culturais e barracas de comidas típicas. Mas, passados sete dias do encerramento do evento, a cena no local é de abandono.
Fotografias registradas nesta quarta-feira (19) mostram dezenas de sacos de lixo amontoados em áreas verdes e sobre o calçamento do estacionamento. Em alguns trechos, os resíduos formam quase um “muro” em meio ao mato. O cenário chamou atenção do público que participou da programação de Corpus Christi no Ginásio Mangueirinho, vizinho ao local dos shows, e que tem vista direta para a área afetada.
O descaso expõe a fragilidade da logística ambiental de grandes eventos públicos no estado. A ausência de um plano efetivo de limpeza e descarte dos resíduos compromete não apenas o visual do espaço público, mas também a saúde da população e o meio ambiente — especialmente em uma área urbana cercada por vegetação.
Vendido pelo Governo do Pará como o “maior São João da Amazônia”, o Parárraiá contou com forte investimento público, inclusive para atrair atrações nacionais. Apesar disso, o evento parece não ter se alinhado com os princípios de sustentabilidade defendidos pela COP 30, que será realizada em Belém em novembro.
A estrutura dos shows sequer foi retirada por completo até o momento, e o lixo permanece espalhado. Leitores que enviaram imagens à redação questionam: com tantos recursos investidos e contratos com empresas como a Ciclus, responsável pela limpeza urbana da capital, quem responde pela negligência?
A reportagem aguarda posicionamento das autoridades responsáveis pela organização e limpeza do evento.