m fevereiro deste ano, o IBGE divulgou os valores dos rendimentos domiciliares per capita referentes a 2023 para o Brasil, Estados da federação e Distrito Federal, calculados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O rendimento domiciliar per capita para o Brasil, no ano passado, foi de R$ 1.893, variando de R$ 945 no Maranhão a R$ 3.357 no Distrito Federal, que manteve a liderança de 2022. Os rendimentos em Brasília são 255% maiores que no Maranhão.
Fundo de participação
A divulgação atende à Lei
Complementar 143/2013, que estabelece os novos critérios de rateio do Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito Federal - FPE, e a definição dos valores
a serem repassados ao TCU. O rendimento é calculado sobre o total dos
rendimentos domiciliares - nominais - dividido pelo total de moradores. Todos
os moradores são considerados no cálculo, inclusive os pensionistas, empregados
domésticos e seus parentes. Segundo dados da pesquisa, o Estado com maior alta
no crescimento da renda per capita no ano passado foi o Amapá,
com 29,1%, e o menor, em Sergipe, com 2,6%.
Registros no Pará
O Pará está na 19ª posição entre os
26 Estados e o Distrito Federal. Se em 2022, a renda per capita do
Pará era R$ 1.061, sendo o terceiro lugar entre os piores na região Norte, em
2023, a renda subiu para R$ 1.282,00, em uma elevação de 20,8%. Já Belém, em
2021, a renda per capita era de R$ 3.850,00.
O Estado fica atrás de Rondônia,
Amapá e Roraima, ficando à frente do Amazonas e Acre, que tem o pior dado na
região e ocupa o penúltimo lugar no ranking geral, atrás
apenas do Maranhão, último colocado.
O Maranhão é o único Estado que
apresenta renda per capita abaixo de R$ 1 mil, com R$ 945,00,
mas, ainda assim, como em todas as unidades da federação, também teve um aumento,
e no caso dele, de 16,1%. A renda no Acre cresceu apenas 5,5%, perdendo somente
para Sergipe, com 2,6%.
Auxílio emergencial
O impacto do auxílio emergencial em
2020 contribuiu em 1% na renda domiciliar média dos brasileiros. Em 2021, no
segundo ano da pandemia de covid 19, a renda média nacional reduziu novamente
para R$ 1.367, voltando ao patamar de 2018, e veio por meio descontinuidade dos
subsídios do governo à população e perda real do salário-mínimo ao poder de
compra. Em 2022, pós-pandemia, houve acréscimos em todas as unidades
federativas, continuando assim em 2023.
Transferência federal
O Fundo de Participação dos Estados e
do Distrito Federal (FPE) é uma transferência federal que visa equilibrar a
capacidade fiscal das 27 unidades federativas, sendo modalidade de
transferência de recursos financeiros da União, prevista no artigo 159 da Constituição
Federal.
Em 2023, o governo federal repassou
R$ 6,3 bilhões ao FPE para compensar a redução nas transferências, retirado do
excesso de arrecadação de 2022. A distribuição do FPE é feita anualmente
pelo TCU, baseada em novos percentuais recalculados com base na população e na
renda domiciliar per capita.
Valores recebidos
Até quarta-feira, 28 de agosto, o
Pará havia recebido do governo federal, em valores reais, observados pelo
Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do mês anterior da última data de
atualização, mais de R$ 19 bilhões, sendo que o FPE se apresenta como o de
maior repasse, com um pouco mais de R$ 6 bilhões. Em 2023, o repasse total do
FPE ao Pará chegou a R$ 8,5 milhões.
Também até esta data, Belém recebeu
da União mais de R$ 600 milhões, em 2024, com o maior valor advindo do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), que está em pouco mais de R$ 400 milhões. O
maior repasse do FPM no Pará é para Parauapebas, com R$ 630 milhões, seguido
por Belém e, ali colado, está o município de Canaã dos Carajás, com R$ 502
milhões, em terceiro. O município que menos recebe repasses federais é Banach,
que nem chega a R$ 10 milhões.
Papo Reto
· O clima político entrou em
ebulição em Uruará, onde o atual prefeito, Gilsinho Brandão, do MDB, eleito em
2017 e reeleito em 2020 com total suporte do deputado emedebista Eraldo
Pimenta (foto), passou apoiar, por debaixo dos panos, o candidato
do PSD, Carlinhos do Aparecido.
· Mais conhecido como
"Madereiro" -Aparecido foi preso em junho deste ano em uma operação
da Polícia Civil, e até hoje responde por, supostamente, fazer parte de um
esquema milionário de venda ilegal de créditos florestais.
· Interessante é que o prefeito
Gilsinho Brandão é primo de 1⁰ grau da esposa de Eraldo Pimenta, que desta
feita trabalha para eleger o próprio filho, Érico Pimenta, do MDB, com aval do
governo. Vá entender.
· Observação desinteressada: os
lagos do Porto Futuro estão virando uma pequena praia e não por causa do verão
escaldante; é pelo descaso, mesmo.
· Com o preço da água mineral e
até as mineralizadas nas alturas, voltou a crescer a procura do velho e bom
filtro de barro.
· Especialistas garantem que esse
recipiente demodê consegue eliminar até 95% do cloro, parasitas, pesticidas e
metais pesados, como ferro, chumbo e alumínio, além de reduzir a temperatura da
água.
· Passageira do navio Bom Jesus,
impedido de deixar Belém rumo a Portel, no Marajó, na noite de quarta-feira por
conta de documentação incompleta, diz à coluna que "não é de hoje que os
donos dessa empresa se acham acima do bem e do mal, não respeitando os
protocolos de segurança em suas viagens".
· Não custa nada bater na mesma
tecla: todo mundo ama o Marajó, mas negócio, é negócio - e a população,
coitada...