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Petróleo: liberação para novas perfurações na Margem Equatorial no Nordeste reaproximam Petrobras da Foz do Amazonas

Testes na área do estado do Rio Grande do Norte foram liberados pelo IBama; expectativa é que a medida facilite a liberação de pesquisas também na Foz do Amazonas, onde parte do território paraense seria beneficiado por uma possível exploração.

02/10/2023 23:35
Petróleo: liberação para novas perfurações na Margem Equatorial no Nordeste reaproximam Petrobras da Foz do Amazonas

Rio de Janeiro (RJ) e Belém (PA) - A Petrobras recebeu permissão para pesquisar poços de petróleo na Margem Equatorial, mas no Rio Grande do Norte, área na qual já atua. É uma área promissora de produção, na qual a estatal busca obter licenças também para explorar a Foz do Amazonas - trecho ambientalmente sensível e para o qual o Ibama resiste em liberar as pesquisas da estatal. As informações são do jornal O Globo.


As manifestações contrárias à exploração da Foz do Amazonas ganha força na atuação de entidades ligadas ao Meio Ambiente e aos Direitos Humanos que atuam no Estado do Pará. Por outro lado, políticos - sobretudo os ligados aos municípios que seriam beneficiados com a exploração da área - seguem fazendo lobby, inclusive em Brasília (DF), pela liberação da área para testes relacionados à extração de petróleo na região.


Segundo o ministério de Minas e Energia, o Ibama concedeu licença ambiental para pesquisar a Bacia Potiguar, uma das cinco regiões da Margem Equatorial. A Petrobras começará a perfurar a área no próximo mês, após a chegada de uma sonda ao local, informou a empresa por e-mail.


O plano é fazer um levantamento da área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo feita em 2013 no poço Pitu. Não há produção de petróleo nesta fase.




A Petrobras vê a Margem Equatorial como uma das últimas oportunidades promissoras de exploração de petróleo no Brasil. A empresa aposta que a região poderá deter reservas semelhantes às descobertas multibilionárias que a Exxon Mobil está desenvolvendo ao norte da Guiana.


Embate político e ambiental


No início deste ano, o Ibama bloqueou os planos da empresa de começar a perfurar o bloco FZA-M-59 na região rica em petróleo na bacia da Foz do Amazonas devido a preocupações sociais e ambientais. A Petrobras decidiu então solicitar licença para perfurar na Bacia Potiguar como alternativa, enquanto aguarda a análise pela autoridade ambiental.


Após a aprovação para pesquisa na Bacia Potiguar, os técnicos poderão avançar nos estudos das condições necessárias para a pesquisa na Bacia da Foz do Amazonas, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Estudos da Petrobras sinalizam que o bloco FZA-M-59 pode ter potencial de 5,6 bilhões de barris de petróleo, segundo ele.


O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou em sua conta numa rede social nesta segunda-feira que a Margem Equatorial “representa um potencial de investimentos de US$ 21 bilhões na região, geração de quase 500 mil empregos diretos e indiretos e cerca de R$ 160 bilhões em receitas governamentais nos próximos cinco anos”.


“Se bem administrados, os recursos garantirão a organização da economia circular da floresta em pé, o desenvolvimento da infraestrutura em harmonia com a natureza e o bem estar dos povos da Amazônia”, postou.


Prates acrescentou que “o êxito na simulação técnica e operacional deixa a Petrobras otimista quanto à obtenção da licença para perfurar Pitu Oeste na próxima semana” e prosseguir com a finalização do processo de licenciamento no Amapá.


(Com O Globo)

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