consensual: o que está ruim, tende a ficar pior. Sempre. Nos Estados Unidos - e em parte do mundo -, a equação atende à Lei de Murphy. É o que está acontecendo na Agência Reguladora de Belém, a Arbel, que se classifica como uma “autarquia que regula os quatro eixos do saneamento básico da capital paraense”, e ganhou fama recente, depois que passou a abrigar um “puxadinho” do Psol e do ex-prefeito Edmilson Rodrigues, com nove nomeações de colaboradores “muito alinhados”. A publicação das nomeações está no Diário Oficial de Belém do dia 30 de dezembro de 2024, página 32.
Dois dos nomeados são muito próximos a Edmilson em toda sua carreira política:
Aldenor Júnior., que era chefe de Gabinete, mas está com Edmilson desde as duas
primeiras gestões, de 1997 a 2005; e a jornalista Enize Vidigal, que sempre
assessorou a comunicação de Ed em todos os cargos que ele exerceu.
Dividir 79 por nove
O fato concreto é que o prefeito Igor
Normando, do MDB, vai ter que conviver com essas nove pessoas nomeadas até a
metade do ano de 2028, quando acaba o mandato do atual diretor-presidente, o
advogado Ricardo Brandão Coelho e, além dele, os das diretoras Georgina Tolosa
Galvão e Valéria de Nazaré Santana Fidelis, autárquicas. Assim como Ricardo,
elas foram indicadas por Edmilson, sabatinadas e aprovadas pelos nobres
vereadores de Belém em junho do ano passado. Por ser uma autarquia, a Arbel
independe do prefeito que está na gestão, diz a regra, mas há divergências
agora. E muitas.
Os nomeados de Ed
Aldenor Jr. foi nomeado como ouvidor- autárquico, e Enize, chefe de Núcleo de Comunicação e Imprensa, valendo desde o dia 1 de janeiro de 2025. Além deles, foram nomeados Sylmara Symme Lima de Almeida Leite Silva - assessora autárquica I -; Vanuza do Socorro Rodrigues Serrão - assessora autárquica I -; Júlia Gietl Gorayeb - chefe de gabinete autárquica-; Ramiz Giestas Rachid Filho -assessor autárquico II -; Edielson Vidigal Shinohara - assessor autárquico II -; Marco Roberto Santos da Silva - assessor autárquico I -; Hélio Alves de Oliveira - assessor autárquico I; - e Marcos José Pereira Damasceno - chefe do Núcleo Setorial de Planejamento.
“Trás-os-montes”
A “cereja do bolo” dessas nomeações é a de Luiz Felipe da Fonseca Pereira, com data de contratação do início de 2024, como assessor I da Procuradoria Jurídica da Arbel, mas que mora em Portugal, onde se graduou, fez Mestrado em Direito e recebe salário regiamente. Provavelmente, Luiz Felipe nem sabe onde fica a sede da Arbel, em Belém.
“Desmentido” público
Na noite de quinta-feira, 2, a suposta manobra de Edmilson de agasalhar os apaniguados na Arbel ganhou as redes sociais. Um site de Belém se apressou em publicar e acabou dando o que se chama em jornalismo de “barrigada”. Normal, desde que inventaram a pressa como inimiga da perfeição.
A Arbel, que não quer briga com o prefeito Igor Normando, se apressou em
desmentir a publicação.
Veja a nota pública da Agência publicada no Instagram: “Diferente do que foi
publicado pelo site, o ex-chefe de Gabinete da Prefeitura de Belém na gestão de
Edmilson Rodrigues Aldenor Araújo Júnior, não foi nomeado para a equipe de
confiança do novo prefeito Igor Normando. Ele assume o cargo de ouvidor da
Arbel (Agência Reguladora de Belém), órgão independente da gestão municipal,
responsável pela regulação do saneamento na cidade. A portaria de nomeação,
publicada no Diário Oficial do Município do último dia 30 de dezembro de 2024,
ainda na gestão de Edmilson Rodrigues, foi assinada pelo diretor presidente da
Arbel, Ricardo Coelho. Os diretores da Arbel foram indicados por Edmilson e
aprovados em arguição da Câmara Municipal, no ano passado, para o mandato de 4
anos. Portanto, a nomeação para a Arbel não representa acordo político em
qualquer nível com a gestão que ora se inicia”.