Enquanto os Estados Unidos impõem tarifas agressivas sobre produtos brasileiros, o governador Tarcísio de Freitas decide agir. Liga para a Embaixada, mobiliza a Fiesp, escuta o setor produtivo e tenta proteger a economia de São Paulo. Atua como quem tem mandato. Como quem governa. Como quem está na arena.
Do outro lado, Eduardo Bolsonaro, licenciado do cargo de deputado federal, fora do país e cada vez mais distante da realidade política brasileira, usa o Twitter para atacar o governador. Questiona, critica e lacra tudo isso sem sequer estar exercendo o mandato para o qual foi eleito. Eduardo virou um candidato do Twitter. Um político de rede social. Um influencer de extrema direita, que fala para convertidos e foge da arena onde os embates reais acontecem.
E é aí que está a diferença fundamental.
Tarcísio pode até ter sido eleito com apoio do bolsonarismo, mas não se comporta como um apêndice dele. Honra os votos recebidos e governa para os paulistas. Mostra maturidade institucional e coragem política para enfrentar crises econômicas com diplomacia, articulação e trabalho. Está onde deveria estar: liderando.
Já Eduardo Bolsonaro abandona o campo. Já está licenciado. Agora cogita renunciar. Mas, ao mesmo tempo, quer ser o nome da direita para disputar a Presidência da República. Quer liderar sem mandato. Quer comandar sem compromisso com o voto. Quer palco, mas não quer responsabilidade.
Que contribuição concreta Eduardo deu ao estado de São Paulo, que o elegeu deputado federal com votação recorde? Que política pública liderou? Que causa encampou? Onde estava nos momentos decisivos do Congresso Nacional?
Mais do que um embate entre dois nomes da direita, o momento escancara dois estilos de fazer política. Um dentro da institucionalidade, buscando resultados. Outro, recluso ao conforto do digital, onde a ausência de mandato se camufla em likes e threads inflamadas.
A disputa por 2026 já começou. E se depender de quem está com os pés no chão ou melhor, com o mandato nas mãos, Tarcísio larga na frente. Não porque tem sobrenome. Mas porque tem trabalho.
Foto: Divulgação
________________
Elias Tavares é cientista político