Justiça Eleitoral desarticula planos do MDB em três municípios e devolve diretórios a partidos

Decisão beneficia candidatos que estavam ameaçados de não concorrer; em diversos municípios, candidatos do MDB se sentem pressionados e perdem espaço para concorrência.

03/08/2024 11:00

Festa dos favorecidos e trabalho para os candidatos do MDB no interior, onde a disputa está ficando difícil/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


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m três municípios - Tucuruí, Marapanim e Ananindeua -, a Justiça Eleitoral do Pará restituiu esta semana os diretórios partidários do Solidariedade e do Partido Progressista, que haviam sido tomados em operações políticas, mantendo as candidaturas de oposição aos candidatos do MDB.

 

A medida beneficiou o Solidariedade em Tucuruí e Ananindeua, cujos diretórios foram devolvidos ao comando do atual presidente da Câmara, vereador Rui Begot, e à ex-deputada Eliane Lima, respectivamente, e foi recebida como vitória e comemoração. Em Marapanim, a devolução do diretório beneficia o candidato a prefeito, vereador Paulo Gama (fotos).


 


Situação complicada

 

A verdade é que, independentemente da decisão da Justiça Eleitoral, que, no caso de Tucuruí, gerou constrangimento em plenário envolvendo o juiz Marcelo Guedes, a pré-campanha eleitoral vem impondo a candidatos do MDB em vários municípios uma situação delicada, com perda de apoiadores, aliados e correligionários políticos, dificultando o projeto do MDB de eleger 100 prefeitos nas eleições deste ano.

 

Lava louça todo dia...

 

Muitos candidatos do partido se dizem pressionados pela direção estadual do Pará e beiram o desespero diante da perda de capilaridade política, como no caso do município de Abel Figueiredo. O empresário e fazendeiro forte Hidelfonso Araújo, por exemplo, sofre tanto os efeitos da fragilidade da campanha que optou por passar o dia na casa de eleitores lavando louças e passando café para tentar se manter no jogo. Segundo fontes da Coluna Olavo Dutra, Hidelfonso recorreu a essa estratégia para conter o avanço da candidatura do seu maior opositor, o empresário Marconi Lacerda, do União Brasil.

 

Ataque pela frente

 

Em Jacundá, sudeste do Estado, acontece a mesma situação:  o atual prefeito, Itonir Tavares, do MDB, parecia enfrentar uma campanha de reeleição tranquila, mas o PSD, PT, PC do B e PV puxaram uma frente oposicionista e lançaram o nome do vereador Daniel Neves, o Daniel dos Estudantes, o que tirou o sono do atual prefeito. A campanha de Daniel ganhou corpo e envergadura, aglutinando lideranças políticas, comunitárias e empresariais e ameaçando o projeto de reeleição de Tavares.

 

Dança do carimbó


Em Marapanim, a situação do MDB se repete. O prefeito Anderson Dias tentou tomar o comando municipal do PP para inviabilizar a candidatura do partido à prefeitura, mas a decisão da Justiça Eleitoral barrou o plano e restabeleceu a situação, garantindo a candidatura de Paulo Gama ao cargo.

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