m um café da manhã com jornalistas em Brasília, esta semana, o presidente Lula saiu com mais uma das suas “tiradas” ao ser questionado sobre os problemas a serem resolvidos em relação à COP30: “Ninguém vai ficar sem lugar para dormir em Belém”. Lula se referia aos entraves relacionados aos preços dos aluguéis para o evento. O que o presidente não disse, mas está em estudo há meses, é que a cúpula dos chefes de Estado, maior evento que antecede a COP, pode ser transferido de Belém para outra cidade.
Essa plataforma de hospedagem vem sendo discutida principalmente na Secretaria da COP30, da Casa Civil da Presidência da República, que tem a missão de comandar uma parte da infraestrutura da conferência.
Reunião de Cúpula
O governo federal, ciente e preocupado com as dificuldades de abrigar os cerca de 40 mil participantes da COP30, cortou na própria “carne” e já enxugou, por exemplo, o número de credenciais de sua própria delegação, que foram cedidas ao terceiro setor, que sempre comparece à Conferência em grande número de pessoas.
Outro estudo do governo é a cúpula de chefes de Estado, a mais importante do evento, que deverá ser realizada alguns dias antes do início da Conferência, para tentar reduzir o pico de pessoas simultaneamente em Belém. Essa espécie de “divisão da Conferência” está sendo conversada há algum tempo e, o mais provável, é que ela não seja realizada em Belém, e sim em outra cidade brasileira, com mais estrutura de hospedagem e também de segurança para receber os chefes de estados das maiores nações do planeta. Por enquanto, o governo espera de 130 a 150 autoridades do mais alto nível durante a cúpula.
Por ora, os organizadores mantêm um planejamento com a presença do presidente americano, Donald Trump, mas a participação, no entanto, é inesperada, uma vez que ele retirou os EUA do Acordo de Paris. Formalmente, o país só será desligado no começo de 2026, um ano após o pedido, mas a participação americana na COP30 deverá ser esvaziada.
Leitos insuficientes
A quantidade disponível de leitos em Belém é uma das principais preocupações dos envolvidos com a COP30. O governo brasileiro trabalha com a gestão estadual para ampliar a oferta de leitos, que atualmente está em 18 mil leitos.
Os gargalos se concentram sobretudo nos leitos da classe AAA, os de alto padrão, e que recebem os principais membros das delegações internacionais, como presidentes, ministros e até mesmo membros da realeza. Para suprir essa demanda, a organização do evento irá atracar cruzeiros no Porto de Sotave, em Outeiro, Distrito de Belém, mirando 4,5 mil camas.
Também está nos planos a oferta de prédios federais para serem transformados em hotéis e uma parceria com o site Airbnb para incentivar pessoas a oferecerem suas residências durante o evento, inclusive casas de alto padrão em condomínios de luxo.
Mesmo assim, desde o ano passado, a cerca de dez meses do evento, o preço da hospedagem em Belém explodiu, o que ligou um sinal de alerta entre os organizadores. Há, por exemplo, apartamentos com cinco camas sendo oferecidos por R$ 2 milhões por duas semanas.
Os organizadores dizem acreditar que o aumento da oferta de leitos, com os novos hotéis que devem abrir, além de cruzeiros e instalações temporárias, tende a baixar os preços.
Com informações do jornal Folha de S. Paulo
Papo Reto
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