Governo federal estuda tirar de Belém cúpula de chefes de Estado por falta de hospedagem

O mais importante evento da conferência está no radar do Planalto e pode ocorrer em cidade mais estrutura de hospedagem e de segurança dos participantes.

01/02/2025, 12:00
Governo federal estuda tirar de Belém cúpula de chefes de Estado por falta de hospedagem
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m um café da manhã com jornalistas em Brasília, esta semana, o presidente Lula saiu com mais uma das suas “tiradas” ao ser questionado sobre os problemas a serem resolvidos em relação à COP30: “Ninguém vai ficar sem lugar para dormir em Belém”. Lula se referia aos entraves relacionados aos preços dos aluguéis para o evento. O que o presidente não disse, mas está em estudo há meses, é que a cúpula dos chefes de Estado, maior evento que antecede a COP, pode ser transferido de Belém para outra cidade.

Em uma das visitas a Belém, Lula foi hóspede de uma suíte presidencial com diária de R$ 3.375,00, situação que deverá ser bem diferente na COP/Fotos: Divulgação.
Logo em seguida ao café com jornalistas, o governo federal anunciou que pretende lançar, por volta de março, logo depois do Carnaval, um portal na internet para centralizar as reservas de hospedagem da Conferência de Clima, em Belém. A ideia é reunir, em um único site, ofertas da rede de hotéis e hostels da cidade, quartos nos cruzeiros atracados no Porto da Sotave, leitos das 16 escolas estaduais que serão usadas para alojamento e casas de moradores que queiram alugar durante o evento.  

Essa plataforma de hospedagem vem sendo discutida principalmente na Secretaria da COP30, da Casa Civil da Presidência da República, que tem a missão de comandar uma parte da infraestrutura da conferência.

Reunião de Cúpula

O governo federal, ciente e preocupado com as dificuldades de abrigar os cerca de 40 mil participantes da COP30, cortou na própria “carne” e já enxugou, por exemplo, o número de credenciais de sua própria delegação, que foram cedidas ao terceiro setor, que sempre comparece à Conferência em grande número de pessoas. 

Outro estudo do governo é a cúpula de chefes de Estado, a mais importante do evento, que deverá ser realizada alguns dias antes do início da Conferência, para tentar reduzir o pico de pessoas simultaneamente em Belém. Essa espécie de “divisão da Conferência” está sendo conversada há algum tempo e, o mais provável, é que ela não seja realizada em Belém, e sim em outra cidade brasileira, com mais estrutura de hospedagem e também de segurança para receber os chefes de estados das maiores nações do planeta. Por enquanto, o governo espera de 130 a 150 autoridades do mais alto nível durante a cúpula.

Por ora, os organizadores mantêm um planejamento com a presença do presidente americano, Donald Trump, mas a participação, no entanto, é inesperada, uma vez que ele retirou os EUA do Acordo de Paris. Formalmente, o país só será desligado no começo de 2026, um ano após o pedido, mas a participação americana na COP30 deverá ser esvaziada. 

Leitos insuficientes 

A quantidade disponível de leitos em Belém é uma das principais preocupações dos envolvidos com a COP30. O governo brasileiro trabalha com a gestão estadual para ampliar a oferta de leitos, que atualmente está em 18 mil leitos. 

Os gargalos se concentram sobretudo nos leitos da classe AAA, os de alto padrão, e que recebem os principais membros das delegações internacionais, como presidentes, ministros e até mesmo membros da realeza. Para suprir essa demanda, a organização do evento irá atracar cruzeiros no Porto de Sotave, em Outeiro, Distrito de Belém, mirando 4,5 mil camas.

Também está nos planos a oferta de prédios federais para serem transformados em hotéis e uma parceria com o site Airbnb para incentivar pessoas a oferecerem suas residências durante o evento, inclusive casas de alto padrão em condomínios de luxo. 

Mesmo assim, desde o ano passado, a cerca de dez meses do evento, o preço da hospedagem em Belém explodiu, o que ligou um sinal de alerta entre os organizadores. Há, por exemplo, apartamentos com cinco camas sendo oferecidos por R$ 2 milhões por duas semanas. 

Os organizadores dizem acreditar que o aumento da oferta de leitos, com os novos hotéis que devem abrir, além de cruzeiros e instalações temporárias, tende a baixar os preços. 

Com informações do jornal Folha de S. Paulo 

Papo Reto

·Novo prefeito de Marabá, Toni Cunha (foto) cantou a pedra: a prefeitura não pretende gastar dinheiro com o carnaval, justificando que “há coisas mais importantes” em que gastar.

·A informação está nas redes sociais do prefeito: "Temos coisas mais urgentes para cuidar e vamos remodelar o carnaval, para que seja mais convidativo", escreveu.

·Toni promete, contudo, "uma grande festa para o aniversário de Marabá" e um veraneio "surpreendente".

·O governo do Estado entrega nesta segunda-feira a nova sede do Comando de Batalhões e Serviços da Polícia Militar do Pará.

·O novo prédio funciona no quartel do Comando-Geral, à Augusto Montenegro, em Belém, e representa investimento de mais de R$ 287 mil.

·Mais uma mangueira desabou ontem em Belém em plena rua dos Mundurucus, entre Padre Eutíquio e Serzedelo Corrêa, no coração da Praça Batista Campos. Por sorte, dano apenas em uma van que passava e foi embora. 

·A Prefeitura de São Domingos do Capim é acusada de castigar os concursados. Não chama nenhum deles para trabalhar e destina a vaga a servidores temporários, no melhor estilo “primeiro os meus”. 

·O governo Lula culpa a gestão anterior pelo rombo nos Correios, mas inquieta os observadores. Se a empresa sempre deu lucro no governo da direita, como atribuir culpa ao governo Bolsonaro?



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