Rei das ondas

Filipinho é bicampeão e dá ao Brasil o 7º título do Circuito Mundial de Surfe

O paulista de Ubatuba confirmou o bicampeonato na praia de Trestles, em San Clemente, na Califórnia, neste sábado, ao bater o australiano Ethan Ewing.

09/09/2023 22:17
Filipinho é bicampeão e dá ao Brasil o 7º título do Circuito Mundial de Surfe

Filipe Toledo chegou ao WSL Finals, a decisão pelo título do Circuito Mundial de Surfe, como favorito, não só por estar vestindo a lycra amarela reservada ao primeiro colocado do ranking, mas por ser o atual campeão. Sem demonstrar nervosismo frente à responsabilidade, o paulista de Ubatuba confirmou o bicampeonato na praia de Trestles, em San Clemente, na Califórnia, neste sábado, ao bater o australiano Ethan Ewing, que surpreendeu por partir da segunda rodada, na qual eliminou o brasileiro João Chianca, e chegar à final um mês depois de quebrar duas vértebras.


A conquista de Filipinho ampliou para sete o número de Mundiais conquistados pela "Brazilian Storm", como é conhecida a vitoriosa geração do surfe brasileiro. Além dos dois troféus do ubatubense, o Brasil tem Adriano de Souza "Mineirinho" e Italo Ferreira na lista de vencedores do circuito ao lado do tricampeão Gabriel Medina. Toledo, assim como Chianca, está garantido nos Jogos de Paris-2024, conforme já estava definido pela participação no Finals.


O título deste sábado foi disputado em meio a certa polêmica a respeito dos critérios para formação de notas. A WSL, associação que organiza o campeonato, informou que o Finals valorizaria o surfe progressivo, que envolve manobras como aéreos de alto grau de dificuldade, uma das especialidades de Filipinho. Em entrevista à revista "Stab", na terça, o lendário Kelly Slater criticou a supervalorização dos aéreos e defendeu o "surfe de borda".


O pai de Filipinho, Ricardo Toledo, rebateu e disse, à SporTV, que Slater só pensa em ser "o centro das atenções". Discussões sobre critérios tomaram toda a temporada e vieram também de brasileiros, como Medina e Ítalo Ferreira, que não foram ao Finals. Em maio deste ano, em contestação com teor diferente à de Slater, pediram mais clareza na definição das notas.


Debates à parte, o certo é que Toledo foi versátil e mostrou belos aéreos e ótimas rasgadas contra Ewing para conseguir o bicampeonato, com vitória nas duas baterias da final em melhor de três - 17,97 a 17,23 e 14,27 a 12,37. Antes disso, seu adversário da Austrália trilhou uma jornada incrível, mostrando um surfe de primeiro nível mesmo voltando de lesão, para ter o direito de brigar pelo título.


Final Feminina


Na disputa feminina, a pentacampeã e então líder do ranking Carissa Moore, do Havaí, foi desbancada na final pela americana Caroline Marks, que entrou no Finals como terceira colocada e avançou desde a segunda bateria. Na a primeira bateria da melhor de três da grande decisão, venceu por 17,10 a 14,97. Na segunda, de poucas ondas, fez 14,60 a 13,53 para colocar o nome no panteão das melhores surfistas do mundo.


Marks acabou com uma dinastia de 15 anos, nos quais o Circuito de Surfe só teve três campeãs. Neste período, a vice desta sexta, Carissa Moore, venceu cinco Mundiais, enquanto a australiana Stephanie Gilmore foi campeã oito vezes. Taylor Wright, também da Austrália, era a única que havia se colocado entre as duas, com o bicampeonato conquistado em 2016 e 2017.


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