m estudo recente da Ong CarbonPlan, da Califórnia, nos EUA, e do jornal norte-americano “The Washington Post”, aponta que Belém se tornará a segunda cidade mais quente do mundo até o ano de 2050.
Segundo o que foi divulgado na semana passada, a capital paraense terá 222 dias de temperaturas extremas, anualmente, por volta de 2050, por conta do aquecimento global, mas existem diversas outras causas para esse acontecimento, que da cidade uma das capitais brasileiras com temperaturas mais altas no planeta.
Em termos de comparação, atualmente Belém tem apenas 50 dias de calor
extremo no ano. Além disso, as pesquisas apontam que, em 2050, serão
quase seis meses com calor beirando os
50 °C. O levantamento da CarbonPlan mostra também que
cerca de 5 bilhões de pessoas estarão expostas a pelo menos um mês de
calor prejudicial à saúde humana até 2050.
Mesmo Belém tendo menos dias de calor
extremo, a temperatura será maior do que a de Manaus, segundo o estudo. Por
este motivo, ela ficará à frente da capital do Amazonas no ranking. No
Brasil, ao menos cinco capitais terão mais de 200 dias de calor
extremo: Manaus, no Amazonas (258 dias); Belém (222); Porto Velho, em Rondônia
(218); Rio Branco, no Acre (212); e Boa Vista, em Roraima (209).
Condição climática
De acordo com a
pesquisa, Pekanbaru, na Indonésia, será uma das cidades mais afetadas
pelas altas temperaturas, que ultrapassam os 32º. Serão, ao todo, 344 dias
de calor extremo, que a tornarão a pior condição climática do
mundo. O estudo da CarbonPlan, uma respeitada organização sem
fins lucrativos que desenvolve informações climáticas e as tornam
públicas, é realizado em parceria com o “The Washington
Post”.
“Uma tendência preocupante é que,
historicamente, apenas o Sul da Ásia e o Médio Oriente experimentaram
temperaturas tão altas. Mas, em 2050, esse nível de calor se tornará cada vez
mais frequente em outros locais”, alertam os pesquisadores sobre o perigo
da segunda cidade mais quente do mundo ficar no Brasil, no caso,
Belém.
O que esperar
O que mais se aproxima de algo na
linha de mudanças climáticas no plano de governo de Igor
Normando, do MDB, prefeito eleito de Belém, no último dia 27 de
outubro, é que “De acordo com pesquisa, Belém, a capital da Amazônia, é a cidade
com menor percentual de arborização entre 15 cidades com mais de 1 milhão de
habitantes, sendo a pior da região Norte”.
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O plano de governo do Normando é
composto por dez itens. O quinto deles, intitulado “Meio Ambiente e
Sustentabilidade”, contém uma página com um diagnóstico de problemas ambientais
e meia página com ações para enfrentá-los. Mas termos como
“mudança climática” ou “aquecimento global” não são mencionados no plano
do prefeito eleito. Já a expressão “desastre ambiental” aparece de
forma genérica, como uma palavra solta, misturada a outros temas.
Fazem parte do plano de Normando:
“Implementar uma sala de controle de situação e monitoramento com
infraestrutura avançada, sensores, dispositivos conectados e análise de dados
para fornecer serviços urbanos mais eficientes, identificando áreas
alagadas, congestionamentos de trânsito, descarte regular de lixo, áreas
escuras, desastres ambientais e wi-fi em espaços públicos”.
Esse item aparece em ações consideradas “prioritárias
e emergenciais”.
Nem passa perto
Além dessa ação, que aparece em
primeiro lugar na lista de “ações de governo prioritárias e
emergenciais”, há mais seis itens no plano de governo de
Normando. E todos sem mencionar mudanças climáticas.
O segundo é sobre estímulo
a empreendedores e cooperativas a criarem hubs pelos bairros
e distritos, explorando comercialmente os resíduos sólidos, se
possível, com uso de unidades de beneficiamento. O terceiro é para
completar o projeto urbanístico da orla de Belém até a UFPA - mas o
plano esquece de mencionar o que será feito com os inúmeros portos,
oficiais e clandestinos, ao longo dessa orla - e estimular empresas a
contribuir para a redução de impactos ambientais. Cita, sem detalhar como
será feito, aproveitamento de água, resíduos sólidos, telhados verdes
e energia solar.
O quarto é o programa Cidade Verde,
que seria uma intervenção paisagística, em parceria com o governo
do Estado, para tornar Belém uma das cidades no País com mais área
verde por habitante, implementando ações de arborização por toda
cidade e condicionando o asfaltamento de vias ao plantio de árvores ao
longo do curso desses locais.
O programa Embaixador
Ambiental é o quinto item e pretende selecionar jovens em
condições de vulnerabilidade para atuar em ações de educação e proteção
ambiental em suas comunidades, gerando renda aos jovens e conscientizando
a população local da importância de participar em iniciativas que
resguardem a sustentabilidade.
E por fim, o sexto item se refere a reforçar a área da proteção e defesa animal, garantindo no hospital veterinário atendimento adequado, estimular a doação, combater maus-tratos e restringir a quantidade de animais abandonados nas ruas.
Papo Reto
· A parcela da torcida do
Paysandu que fez beicinho e chacota contra a contratação do técnico Márcio
Fernandes (foto) comeu abiu e deve ajudar a lotar a Curuzu no
jogo contra o Brusque, segunda-feira.
· Na última segunda-feira, as
contas bancárias dos pescadores da Região Norte amanheceram recheadas com o
"auxílio extraordinário" por conta da seca. Valor: R$ 2.824,00.
· Deu no
Congresso em Foco: “O Brasil terá, a partir do ano que vem, 440 suplentes de
vereadores que não tiveram um só voto nas eleições deste ano.
· Isso foi legitimado por uma
decisão do Supremo Tribunal Federal de 2023, que derrubou a exigência de um
piso mínimo de votação para esse cargo.
· O ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, garante que o pacote da tesoura nos gastos do governo será anunciado
"ainda esta semana"; só que Lula, o "russo" principal do
enredo, segue não querendo nem ouvir falar no assunto.
· Conforme a coluna previu tempos
atrás, o Ministério da Saúde incinerou 2,3 milhões de vacinas vencidas em 2024.
· Não é nada, não é nada, o
volume corresponde a 1,72% do total de 300 milhões de doses recebidas ao longo
do ano.
· O ministério, no
entanto, se comprometeu em distribuir 1,2 milhão de doses para ajudar a
regularizar os estoques nas cidades afetadas.
· Por falar em vacina, a oral
contra poliomielite será substituída por uma versão injetável, visando garantir
"mais eficácia", diz o governo. Em
outras palavras, aposentaram “Zé Gotinha”.