Estudo aponta Belém como a segunda cidade mais quente do planeta por volta do ano 2050

Na comparação com dias atuais, que registram 50 dias de calor extremo por ano, capital paraense terá 222 dias de temperaturas mais elevadas, mas não há planos para o futuro...

05/11/2024 08:00
Estudo aponta Belém como a segunda cidade mais quente do planeta por volta do ano 2050
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m estudo recente da Ong CarbonPlan, da Califórnia, nos EUA, e do jornal norte-americano “The Washington Post”, aponta que Belém se tornará a segunda cidade mais quente do mundo até o ano de 2050.


Na Amazônia, Belém se alinha com Manaus, Porto Velho, Rio Branco e Boa Vista como cidades que terão mais de 200 dias de calor extremo/Fotos: Divulgação-Eva Pires.

 Segundo o que foi divulgado na semana passada, a capital paraense terá 222 dias de temperaturas extremas, anualmente, por volta de 2050, por conta do aquecimento global, mas existem diversas outras causas para esse acontecimento, que da cidade uma das capitais brasileiras com temperaturas mais altas no planeta.

 
Em termos de comparação, atualmente Belém tem apenas 50 dias de calor extremo no ano. Além disso, as pesquisas apontam que, em 2050, serão quase seis meses com calor beirando os 50 °C. O levantamento da CarbonPlan mostra também que cerca de 5 bilhões de pessoas estarão expostas a pelo menos um mês de calor prejudicial à saúde humana até 2050.

  

Mesmo Belém tendo menos dias de calor extremo, a temperatura será maior do que a de Manaus, segundo o estudo. Por este motivo, ela ficará à frente da capital do Amazonas no ranking. No Brasil, ao menos cinco capitais terão mais de 200 dias de calor extremo: Manaus, no Amazonas (258 dias); Belém (222); Porto Velho, em Rondônia (218); Rio Branco, no Acre (212); e Boa Vista, em Roraima (209).

 

Condição climática

 

De acordo com a pesquisa, Pekanbaru, na Indonésia, será uma das cidades mais afetadas pelas altas temperaturas, que ultrapassam os 32º. Serão, ao todo, 344 dias de calor extremo, que a tornarão a pior condição climática do mundo. O estudo da CarbonPlan, uma respeitada organização sem fins lucrativos que desenvolve informações climáticas e as tornam públicas, é realizado em parceria com o “The Washington Post”. 

 

“Uma tendência preocupante é que, historicamente, apenas o Sul da Ásia e o Médio Oriente experimentaram temperaturas tão altas. Mas, em 2050, esse nível de calor se tornará cada vez mais frequente em outros locais”, alertam os pesquisadores sobre o perigo da segunda cidade mais quente do mundo ficar no Brasil, no caso, Belém. 

 

O que esperar  

 

O que mais se aproxima de algo na linha de mudanças climáticas no plano de governo de Igor Normando, do MDB, prefeito eleito de Belém, no último dia 27 de outubro, é que “De acordo com pesquisa, Belém, a capital da Amazônia, é a cidade com menor percentual de arborização entre 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes, sendo a pior da região Norte”.  

 

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O plano de governo do Normando é composto por dez itens. O quinto deles, intitulado “Meio Ambiente e Sustentabilidade”, contém uma página com um diagnóstico de problemas ambientais e meia página com ações para enfrentá-los.   Mas termos como “mudança climática” ou “aquecimento global” não são mencionados no plano do prefeito eleito. Já a expressão “desastre ambiental” aparece de forma genérica, como uma palavra solta, misturada a outros temas. 

 

Fazem parte do plano de Normando: “Implementar uma sala de controle de situação e monitoramento com infraestrutura avançada, sensores, dispositivos conectados e análise de dados para fornecer serviços urbanos mais eficientes, identificando áreas alagadas, congestionamentos de trânsito, descarte regular de lixo, áreas escuras, desastres ambientais e wi-fi em espaços públicos”. Esse item aparece em ações consideradas “prioritárias e emergenciais”.

 

Nem passa perto

 

Além dessa ação, que aparece em primeiro lugar na lista de “ações de governo prioritárias e emergenciais”, há mais seis itens no plano de governo de Normando. E todos sem mencionar mudanças climáticas.  

 

O segundo é sobre estímulo a empreendedores e cooperativas a criarem hubs pelos bairros e distritos, explorando comercialmente os resíduos sólidos, se possível, com uso de unidades de beneficiamento.  O terceiro é para completar o projeto urbanístico da orla de Belém até a UFPA - mas o plano esquece de mencionar o que será feito com os inúmeros portos, oficiais e clandestinos, ao longo dessa orla - e estimular empresas a contribuir para a redução de impactos ambientais. Cita, sem detalhar como será feito, aproveitamento de água, resíduos sólidos, telhados verdes e energia solar. 

 

O quarto é o programa Cidade Verde, que seria uma intervenção paisagística, em parceria com o governo do Estado, para tornar Belém uma das cidades no País com mais área verde por habitante, implementando ações de arborização por toda cidade e condicionando o asfaltamento de vias ao plantio de árvores ao longo do curso desses locais. 

 

O programa Embaixador Ambiental é o quinto item e pretende selecionar jovens em condições de vulnerabilidade para atuar em ações de educação e proteção ambiental em suas comunidades, gerando renda aos jovens e conscientizando a população local da importância de participar em iniciativas que resguardem a sustentabilidade. 

 

E por fim, o sexto item se refere a reforçar a área da proteção e defesa animal, garantindo no hospital veterinário atendimento adequado, estimular a doação, combater maus-tratos e restringir a quantidade de animais abandonados nas ruas.  


Papo Reto

 

· A parcela da torcida do Paysandu que fez beicinho e chacota contra a contratação do técnico Márcio Fernandes (foto) comeu abiu e deve ajudar a lotar a Curuzu no jogo contra o Brusque, segunda-feira.

 

· Na última segunda-feira, as contas bancárias dos pescadores da Região Norte amanheceram recheadas com o "auxílio extraordinário" por conta da seca. Valor: R$ 2.824,00.

 

·  Deu no Congresso em Foco: “O Brasil terá, a partir do ano que vem, 440 suplentes de vereadores que não tiveram um só voto nas eleições deste ano.

 

· Isso foi legitimado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal de 2023, que derrubou a exigência de um piso mínimo de votação para esse cargo.

 

· O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garante que o pacote da tesoura nos gastos do governo será anunciado "ainda esta semana"; só que Lula, o "russo" principal do enredo, segue não querendo nem ouvir falar no assunto.

 

· Conforme a coluna previu tempos atrás, o Ministério da Saúde incinerou 2,3 milhões de vacinas vencidas em 2024.

 

· Não é nada, não é nada, o volume corresponde a 1,72% do total de 300 milhões de doses recebidas ao longo do ano.

 

· O ministério, no entanto, se comprometeu em distribuir 1,2 milhão de doses para ajudar a regularizar os estoques nas cidades afetadas.

 

· Por falar em vacina, a oral contra poliomielite será substituída por uma versão injetável, visando garantir "mais eficácia", diz o governo. Em outras palavras, aposentaram “Zé Gotinha”. 

 


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