uatorze páginas do edital publicado pela Secretaria de Planejamento e Administração do governo do Estado referente ao concurso da Polícia Militar dão uma pequena ideia da complexidade do exame, mas, ainda assim, a reprovação de 3 mil dos 4 mil candidatos que se submeteram ao exame médico remete a problemas na Justiça.
Para um observador da cena insólita,
nem a Nasa - a agência espacial norte-americana - seria tão exigente com os
astronautas. “A PM cobra em edital até o IMC”, observa outro, ao que o
interlocutor responde: “Imagina se exigisse IMC abaixo de 25 da maioria da
tropa”.
Pesos e medidas
O IMC, ou Massa Corporal, é um
parâmetro adotado pela Organização Mundial de Saúde para calcular o peso ideal
de cada indivíduo. O protocolo referente ao IMC representa o cálculo que
demonstra se o indivíduo está ou não em seu peso ideal. Esse índice é
importante para avaliar os riscos de obesidade e desnutrição. Um dos
principais indicadores para saber se uma pessoa está dentro do seu peso ideal é
o Índice de Massa Corporal, o tal IMC. Segundo o protocolo, estar acima ou
abaixo dos valores considerados “normais” por esse índice pode comprometer a
saúde, aumentando os riscos de doenças.
Silêncio profundo
Detalhe: apesar da reprovação de
cerca de 80% dos concorrentes, nem o governo do Estado, nem a Polícia Militar
se manifestaram, até a manhã de hoje, sobre os rigores dos exames, mas o caso
deve explodir até o final do dia de hoje. Afinal, a reprovação em massa
envolveu até candidatos que tenham se submetido a cirurgia no joelho ou
diagnosticado com alguma doença anterior.
Ninguém explicou nada, mas, para não
dizer que está absolutamente calada, o comando da PM divulgou notas em que dá a
seguinte informação: “Conforme a Secretaria de Estado de Planejamento e
Administração (Seplad), os candidatos não aprovados na fase de avaliação de
saúde dos concursos para praça e oficial da PM não preencheram requisitos
técnicos dispostos no edital”. E mais não disse.
Sobre a reprovação em massa, contudo,
e Escritório Baglioli Dammski, Bulhões & Costa manifestou posição, conforme
publicamos na íntegra, a seguir:
“Jamais, em tempo algum”
“Esse exame médico preliminar
reprovou mais de 3 mil candidatos, de um total de 4 mil aprovados na primeira
fase, uma situação excepcional e nós, em mais de dez anos acompanhando certames
estaduais, jamais havíamos visto algo desta natureza, o que exige a nós, como
representantes jurídicos, uma análise criteriosa e justa.
Informamos que nossos advogados estão
acompanhando de perto todos os processos, com o objetivo de garantir que os
direitos dos candidatos sejam respeitados e resguardados conforme a lei,
assegurando uma avaliação justa e transparente.
Ficamos à disposição de todos que necessitarem de orientação, esclarecimentos e suporte adequado”.