uando a Escola de Samba Grande Rio entrar na Sapucaí, na madrugada desta quarta, para defender o enredo que enaltece a cultura do Pará "Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós", também estará em jogo uma verdadeira viagem pelas águas misteriosas do Pará na busca de um título que, até agora, somente a Beija-Flor conseguiu para o Estado em 1998, com o enredo “Pará - O Mundo Místico dos Caruanas nas Águas do Patu-Anu” (foto abaixo).
Independente de uma melhor análise sobre os reais custos do patrocínio do governo do Estado em um desfile de escola de samba carioca - até porque não são divulgados com a transparência devida -, não se pode negar que a repercussão, com a divulgação em todas as mídias de um evento dessa proporção, acaba por trazer bons dividendos para a cultura e o turismo do Estado.
O povo paraense é, por natureza, bairrista e vibra muito quando vê seus valores divulgados e ganhando elogios de quem é de fora. Foi assim quando a Beija-Flor ganhou o título levando para a Marquês de Sapucaí a pajelança da paraense Dona Zeneida, pajé conhecida nacionalmente.
Passados 27 anos, a ordem é torcer para que o Pará ganhe, mais uma vez, o protagonismo do desfile mais famoso do carnaval do Brasil. Não custa nada lembrar que, em outras tentativas, mesmo quando se saiu bem indo até para o desfile das campeãs, a vitória não aconteceu como se imaginava.
Estreia frustrante
O Pará não estreou bem no desfile do Rio de Janeiro. Em 1975, a Estácio de Sá lançou um de seus sambas considerados de melhor qualidade, “A Festa do Círio de Nazaré” - que até hoje é tema do Auto do Círio. Apesar da aclamação da trilha, a escola terminou a disputa daquele ano na 10ª colocação.
Pela segunda vez na avenida do samba, em 1998, a criação do mundo segundo a tradição Caruana da Ilha do Marajó deu à Beija-Flor a sua sexta vitória e o fim de um jejum de quinze anos sem vencer o grupo especial. O enredo “Pará - O Mundo Místico dos Caruanas na Águas do Patu-Anu” exaltou as tradições e cultura paraenses influenciadas pelos indígenas, tendo como base os escritos da pajé Zeneida Lima.
Desfile das campeãs
Depois dessa vitória, o Pará voltou a ser enredo na Sapucaí no ano de 2004, com a Viradouro, que reeditou o samba-enredo de 1975 da Estácio de Sá em homenagem ao Círio de Nazaré, com o enredo “Pediu pra Pará, Parou! Com a Viradouro Eu Vou… Pro Círio de Nazaré”. Diferente da primeira vez, a agremiação fez justiça ao “natal dos paraenses” e levou o 4º lugar da disputa, retornando para o desfile das campeãs.
Obra prima na avenida
Passados nove anos, em 2013 a Imperatriz Leopoldinense homenageou o Estado com o tema “Pará - O Muiraquitã do Brasil. Sobre a Nudez Forte da Verdade, o Manto Diáfono da Fantasia”, que promoveu uma verdadeira celebração da natureza, comidas típicas, pontos turísticos, arte marajoara, ritmos e fé paraense. A escola conquistou mais um quarto lugar para o Estado no grupo especial, retornando para o desfile das campeãs com a icônica introdução: "O Pará é a obra prima da Amazônia".
Cinzas da quarta-feira
Agora, resta saber se todo o investimento do Estado, feito pelo governador Helder Barbalho, será recompensado quando a Quarta-feira de Cinzas chegar.
Papo Reto
·O vereador Pablo Farah (foto), que herdou um terreno que era da família na Praia do Farol, em Mosqueiro, está construindo um restaurante cinco estrelas.
·Quem deixa o governo do Estado certo de que concorrerá à vaga no desembargo pelo quinto constitucional da OAB é André Bassalo.
·Aliás, tão certo que está em campanha. Dia desses, André reuniu advogados em um jantar de adesão à sua candidatura.
·O futuro do artesanato cerâmico de Icoaraci está para lá de incerto. Primeiro por conta da exaustão das jazidas de argila locais, segundo por conta da extrema escassez de mão-de-obra.
·Detalhe: o Liceu de Artes e Ofícios "Mestre Cardoso", criado há 25 anos pela secretária Terezinha Gueiros para promover a sustentabilidade das olarias, nunca formou um único oleiro, nem qualquer outro profissional para preservar a cultura cerâmica da tradicional vila.
·A miocardite diagnosticada no jogador paraense Paulo Henrique Ganso parece ter sido revertida, tanto que o craque do Fluminense já retornou aos treinos.
·Pelo visto, o governo Lula não está nem aí para as consequências que a expansão do desequilíbrio fiscal imporá para atual e futuras gerações, Lula descartou qualquer possibilidade de controle de gastos.
·Vai dobrar o valor da aposta com medidas que devem elevar ainda mais o rombo, a taxa de juros e a inflação.
·O presidente agora quer dar isenção de Imposto de Renda a pessoas que ganham até R$ 5 mil, na ampliação do programa Auxílio-Gás, além de pôr mais dinheiro no programa Pé-de-Meia.
·Só falta combinar com os "russos" do Congresso, ressabiados com o estelionato - emendas até hoje não pagas - aplicado após a aprovação do arcabouço fiscal.