Cobras sucuri visitam Mangal das Garças e acendem sinal amarelo na Polícia Ambiental

Animal de cerca de três metros foi capturado pela autoridade ambiental e desperta preocupação dos frequentadores; período de inverno requer mais atenção da população.

01/01/2025 09:00

Chuvas e a cheia dos rios têm favorecido o aparecimento de animais nos equipamentos públicos na região ribeirinha de Belém/Fotos: BPA.


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ão é a boiúna segundo o mito amazônico, mas igualmente assustadoras: as sucuris, nem tão grandes, mas provavelmente famintas, que têm visitado o Mangal das Garças, na Cidade Velha, em Belém, povoam o imaginário popular e acendem os archotes do medo.


Há algumas semanas, justamente uma sucuri, de quase três metros, deu trabalho à equipe de biólogos e veterinários do Mangal. Aproveitando o habitat natural, a cobra andou “passeando”, espantou animais que habitam área a captou pelo menos três aves.


Diante da presença da cobra, espécie não-peçonhenta, mas que apresenta grande força e costuma fazer vítimas por constrição, a administração da Pará 2000, no Mangal das Garças, recorreu ao Batalhão de Polícia Ambiental. Militares foram acionados e a sucuri foi capturada e devolvida à natureza em área segura e distante do Mangal.

 

Sem alarde


O episódio serve de exemplo à prevenção, sobretudo no período do inverno amazônico, que propicia o aparecimento desse tipo de animal por conta do regime mais intenso das chuvas e das cheias dos rios.


Distante de provocar qualquer alarmismo, mas o fato deve chamar a atenção do poder público e de órgãos de controle de fauna às ocorrências de serpentes, como a sucuri, que costuma também aparecer em locais como Parque Estadual do Utinga e até em áreas residenciais.


 

População é esquecida
em meio às obras na área
central de Belém, enquanto
a COP30 não chega

Que Belém se transformou nos últimos meses em um grande canteiro de obras por causa da COP30 todo mundo já percebeu. O que parece ter escapado à percepção geral, porém, é que as obras em curso, ao contrário do que se imaginaria, passam longe da periferia da cidade, uma vez concentradas, na maioria dos casos, na área central - por onde a COP vai passar, por assim dizer.




Enquanto as obras são realizadas na Doca de Souza Franco, lugar dos prédios mais luxuosos, onde moram os endinheirados, ou na Tamandaré, outro bairro central de Belém, os transtornos são grandes para quem passa diariamente por esses locais. Mesmo na BR-316, palco das obras do BRT Metropolitano, as barreiras dispostas para controlar o tráfego deixam, até hoje, comunidades inteiras sem acesso às paradas de ônibus, senão tendo que caminhar até 200 a 300 metros. É o caso do bairro São João, por exemplo, nos limites da Alça Viária. Os acessos estão abertos para quem, entrando ou saindo da Região Metropolitana de Belém, precisa chegar aos supermercados.  

 

Acessos negados


E é justamente a população que depende de transporte público quem mais sofre com a ausência dele ou de acesso a esse serviço, por si só ruim. Para se ter ideia, o usuário de transporte público sequer tem abrigos para se proteger. Esqueceram dele no meio da rua.


Se antes havia abrigos precários na pista central da Doca, agora, com isolamento com tapumes gigantescos, e restando só uma pista de um lado e de outro, fica evidente que as autoridades não se preocuparam com esses mortais, que já sofrem com o transporte precário, parecendo mesmo querer que “o povo que se exploda”, como diria o personagem Justo Veríssimo, do comediante Chico Anysio. 


Proteção sob postes

Em meio ao sufoco patrocinado pelo transporte público, trabalhadores são obrigados a ficar na calçada, em pé, desconfortáveis, sujeitos a sol e chuva, sem ter chances de se proteger, a não ser pela sombra de um poste fincado na calçada. Também não tem onde se sentar para aguardar pacientemente o transporte chegar - e como demora.

Essa situação se repete em vários locais. Enquanto isso, mais de R$ 500 milhões são gastos em apenas duas obras no centro de Belém, para ficar apenas nesses dois exemplos. Parece que não teve um “iluminado” para pensar nessa gente. Bastaria economizar na plotagem de uma parte de uma quadra para manter um abrigo funcionando, ainda que provisoriamente.

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