residente da Unimed Belém, o CEO - Chief Executive Officer, em linguagem da governança chique - Wilson Niwa joga uma nova e ousada cartada, desta vez para tentar driblar os impedimentos legais que restringem seus movimentos e fazer sucessora sob medida na cooperativa.
Wilson Niwa, impedido, por questões legais, até de ser chefe de condomínio residencial, faz o tipo “além da imaginação” para todos os efeitos - médicos, administrativos, financeiros, o escambau a quatro. Como, legalmente, está “amarrado” pela legislação, Niwa se esgueira como um polvo pelas frestas possíveis e prepara uma sucessora para a disputa da presidência da cooperativa em uma operação que dribla qualquer mente sã.
Penduricalho de luxo
A médica Luciana Valente presidiu, até o dia 31 de dezembro do ano passado - data em que solicitou saída para concorrer à presidência da cooperativa -, o Conselho Fiscal (Confisc) da Unimed Belém. Caberá a ela, segundo fontes da Coluna Olavo Dutra, dar sequência à gestão Niwa. Ele, Wilson Niwa, pretende se tornar “fiscal de si mesmo”, ou seja, ocupará o icônico - ou seria irônico? - cargo de presidente do Comitê de Risco da cooperativa. Não haveria lugar melhor; nem hoje, nem nunca. Associados entenderão.
A Fama mal afamada
Os pecados de Wilson Niwa se estendem à Fama, no caso, a Federação das Unimeds da Amazônia, que teve pedido de recuperação judicial - feito pelo ágil presidente Wilson Niwa - deferido pelo Tribunal de Justiça do Amazonas. O remédio judicial para a agonizante Fama manteve, concomitante, por força de liminar, o atendimento pela Unimed Belém à clientela da Federação. Com sede em Manaus, a Fama deve, hoje, à Unimed Belém, cerca de R$ 7 milhões por conta da obrigatoriedade judicial desses atendimentos que, por óbvio, cairão no colo dos cooperados.
Por ter perdido as condições de permanência como “federada nacional”, uma vez que contabiliza menos de três singulares associadas, a Unimed Belém, sob Niwa, também perdeu a marca do sistema Unimed, mas ainda não está totalmente afastada em razão da decisão judicial que obriga o atendimento. Além disso, está sob direção fiscal e técnica decretada pela Agência Nacional de Saúde, a famosa ANS, entidade que, a rigor, ninguém obedece, nem aqui, nem na Cochinchina.
E sem recuperação...
Não há chance de recuperação à vista para a moribunda Fama, segundo avaliam especialistas consultados pela Coluna Olavo Dutra. A carteira de beneficiários só diminui e a dívida, só aumenta - chega a quase R$ 300 milhões, exatos R$ 280 milhões apurados em balanço -, que deverão ser pagos em sua maior parte pelo cooperado da Unimed Belém no balanço de 2024, por ser a singular com maior número de vidas. Acredita-se, com uma pitada de cicuta, que a recuperação judicial ocorre para manter os salários do presidente, diretores e conselheiros, muitos deles, amigos de Wilson Niwa.
Impacto? Que impacto?
Interessante: a candidata à presidência, em uma das reuniões do Confisc com cooperados, interrogada sobre o impacto financeiro da decomposição da Fama na Unimed Belém, negou qualquer repercussão. Foi omissa como conselheira fiscal junto com seus pares, que há muito deveriam ter tomado medidas que protegessem a Unimed Belém do desastre da Fama, presidida por Niwa.
Comentários de bastidores informam que a médica Luciana Valente já se preparava, politicamente ajustada com o CEO, para a sucessão presidencial. Ou seja, a verdade e a imparcialidade foram para o brejo sem tempo sequer de passar pela UTI.
Na própria carne
Portanto, na assembleia geral ordinária, prevista para o próximo 8 de março, a singular deverá participar do rateio das perdas da Unimed Fama correspondentes ao exercício de 2024, o que vai comprometer ainda mais as já exauridas finanças da cooperativa paraense.
Nesse cenário, a Unimed Fama, a partir de sua exclusão do Sistema Unimed, perde o direito de utilização da marca Unimed, segundo artigo 15 do Estatuto Social da Unimed do Brasil. Porém, com a decisão judicial favorável ao atendimento pela Unimed Belém, a Fama está se aproveitando dessa situação para usar indevidamente a marca.
Papo Reto
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