indústria paraense do pescado, que vivencia diversas dificuldades que atrasam o crescimento do setor e impactam diretamente na geração de emprego e renda na região, tem enfrentado, mais recentemente, um novo desafio.
Desde
o início de agosto, além de cumprir as licenças, permissões, certificados e
outros documentos, as empresas precisarão de uma anuência do Ibama, no embarque
de mercadorias, como condição para exportação. A exigência tem gerado atrasos
na liberação das cargas e prejuízos ao setor.
As
informações são do Sindicato das Indústrias de Pesca, da Aquicultura e das
Empresas Armadoras, Armadores e Proprietários de Embarcações de Pesca Pará, o
Sinpesca, filiado à Fiepa, que encaminhou ofício ao Ministério da Pesca e
Aquicultura, no dia 12 de agosto, pedindo providências. O sindicato afirma que
o pescado exportado já passa por análise rigorosa do Mapa, que averigua
requisitos sanitários e legais, e que a nova exigência normativa tornou a
liberação dos contêineres ainda mais burocrática.
Atraso e custo elevado
O
presidente do Sinpesca, Apoliano Nascimento, alerta que a exigência de anuência
do Ibama para contêineres já despachados pelo Mapa gera atrasos na exportação e
custos elevados para as empresas, que precisam arcar com diárias de R$ 1,8 mil
por contêiner. “Além disso, o pescado congelado, sendo altamente perecível,
sofre com o tempo de espera prolongado, comprometendo sua qualidade. O
sindicato sugere que o Mapa e o Ibama trabalhem de forma integrada na análise
das licenças pertinentes para evitar prejuízos ao setor industrial e às
empresas exportadoras”, explicou Apoliano.
Concorrência desleal
Para
a Federação das Indústrias do Pará, a falta de regulação eficaz e de apoio do
Estado aos problemas relatados pelo sindicato da pesca, somados a obstáculos
como a pesca ilegal, deficiências tecnológicas, burocracia excessiva e elevada
carga tributária, têm resultado, ao longo dos anos, no enfraquecimento de um
setor que historicamente contribui para a economia estadual. "A situação
da indústria da pesca demonstra claramente que, na ausência de uma intervenção
e suporte adequados por parte do poder público, a ilegalidade tende a se
proliferar enquanto a atividade econômica formal, responsável por gerar
emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico, sofre um declínio acentuado,
prejudicando toda a sociedade", avalia o presidente da Fiepa, Alex Carvalho.
Peculiaridades regionais
Para
receber a anuência do Ibama, as empresas também são obrigadas a adequar suas
atividades ao Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações por Satélite, o
Preps, que regula o monitoramento de embarcações pesqueiras. O sindicato afirma
que não se opõe, mas que o programa precisa de ajustes, pois não leva em
consideração as peculiaridades da pesca em cada região do País, em especial a
região amazônica.
“O
grave equívoco na legislação tem gerado inúmeras autuações do órgão ambiental
aos armadores, porque não leva em consideração que, na Região Norte, a
distância média entre o porto e o local da pesca muitas vezes supera 40 horas e
não existem portos de apoio. Então, se o aparelho de rastreamento apresentar
defeito, a embarcação não vai conseguir fazer o conserto ou a troca dentro do
prazo concedido, que é de 5 horas”, explica Nascimento.
Papo Reto
· A TV Cultura do Pará deixou de transmitir ontem a
entrevista do deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme
Boulos (foto), no programa Roda Viva.
· Não é a primeira vez que a emissora nega aos seus
telespectadores um debate político em São Paulo. Aconteceu com Datena.
Recentemente. Boulos é candidato do Psol, portanto...
· Aviso aos incautos: o sucateamento da TV Cultura,
anunciado sob juramento na Justiça Eleitoral do Pará, impede a geração de
mídias eleitorais, não a repetição de programa gerado em São Paulo.
·A diretoria do Paysandu está
botando panos quentes, mas a verdade é que a destemperança do técnico Hélio dos
Anjos tem arrebentado os nervos dos jogadores.
· Daí para a frente é aquela história de sempre, vista e
repetida em qualquer clube de futebol, que se autoimpõe derrotas até que...
Bons entendedores entenderão.
· Os motoristas terceirizados dos restaurantes
universitários da UFPA estão em greve por melhores condições de trabalho.
· Vai daí que os alunos estão no sufoco para fazer suas
refeições, já que apenas o Restaurante Central está ativo.
· Então, pode-se dizer que é o mais do mesmo: ou seja,
reitor em fim de mandato sem apelo popular e apetite para gerir; reitor eleito
e não nomeado com apetite para gerir, mas sem mandato.
· Será que rola pelo menos uma "notinha de
pesar" da classe artística brasileira e dos ativistas internacionais, já
que a floresta amazônica registrou o maior número de focos de fogo dos últimos
17 anos?
· Aliás, imagens de satélite do Inpe mostram o início de
queimadas e avanço da fumaça até em São Paulo, onde já foram registrados
cancelamentos de voos e 41 cidades entraram em alerta máximo para incêndios.
· Lá, produtores afetados por incêndios receberão do
governo R$ 50 mil do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, com juro zero,
para custear medidas emergenciais como despesas de manutenção e recuperação da
produção.