prefeito Jair Martins, do MDB,
reagiu aparentemente ofendido à pergunta do redator, sexta-feira à noite:
“Salve! Estão me dizendo que você mandou prender o vereador, vero?”. Veja:
Nem mesmo o pedido de desculpas que
se seguiu à resposta parece ter convencido o prefeito de que a mensagem não
continha qualquer intenção de ofender. Era apenas uma tentativa de conversa
para esclarecer a informação, recebida à tarde, segundo a qual a arenga
política entre ele e o vereador Sharles Peixoto, do PT, chegara ao extremo. Em
áudio seguinte, o prefeito preferiu ironizar e a conversa se encerrou.
Mais do mesmo
Entra ano, sai ano e o prefeito Jair
Martins sempre procura a mesma sarna para se coçar - o famoso festival de verão
no município, quando seus adversários políticos encontram campo fértil para
ataques, não raro por conta de contratações de cantores famosos para
abrilhantar a festa a preços supostamente milionários.
É o caso da denúncia envolvendo o
contrato assinado pela prefeitura, através da Secretaria de Turismo, com a Banda
Raça Negra, no valor de R$ 480 mil, para uma apresentação, segundo publicação
oficial da prefeitura. Em suas redes sociais, o vereador Sharles Peixoto vinha
batendo na tecla do “superfaturamento e lavagem de dinheiro”, chegando a ser
desmentido pelo prefeito - e acusado - de tentar “enganar
a opinião pública”. Até prova em contrário, porém, a prefeitura não negou o
valor do contrato publicado no Diário Oficial, mas Jair Martins registrou
Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia, por se considerar “ofendido”.
Prisão relaxada
Sharles Peixoto acabou preso e
algemado sexta-feira, na própria residência, mas a prisão foi relaxada, segundo
o advogado de defesa, Álvaro Brito, que relata o ocorrido e as consequências da
ação policial, conforme o vídeo que circula nas redes sociais da região sudeste
do Estado. Ontem, já livre, o vereador também deu suas explicações ao fato.
Pequeno ditador?
Quanto ao prefeito, perdeu a
oportunidade de dar sua versão sobre o episódio com a sobriedade que caberia a
um homem público e agrega ao seu portfólio político a pecha de “ditador”.
Pequeno ditador, digamos.