cordo formalizado ontem entre a Secretaria de Saúde e o Hospital Universitário Barros Barreto implantou o primeiro Ambulatório Transexualizador de Belém, com atendimento pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. O laboratório vai funcionar nas dependências do hospital para oferecer assistência a pessoas transexuais e travestis com idade a partir de 18 anos que pretendem fazer intervenções corporais para mudar de gênero.
Entre os serviços que o ambulatório
promete ofertar estão o acompanhamento clínico, a hormonioterapia, o apoio
psicossocial, a modulação vocal e o suporte pré e pós-operatório para cirurgia
de redesignação sexual.
Finalmente atendido
O novo ambulatório atende a uma
portaria que já tem mais de uma década de publicada pelo Ministério da Saúde. A
Portaria N 2.803 do MS que regulamenta o processo transexualizador no SUS data
de 19 de novembro de 2013, portanto, de 12 anos atrás.
Nesse tempo, a comunidade LGBTQIAPN+
de Belém tem pressionado pela implantação do ambulatório, que agora está sendo
atendida, nas palavras do secretário de Saúde de Belém, Pedro Anaisse, como um
avanço significativo na saúde pública, já que o ambulatório responde a uma
demanda histórica relacionada à lacuna assistencial direcionada ao cuidado da
população trans no município. "Este ambulatório é uma demanda da
comunidade LGBTQIAPN+, onde será oferecido um serviço pautado na humanização,
com respeito e acolhimento às pessoas transgênero", promete o secretário.
Sem fazer o básico
Com a repercussão da notícia, começou
também um burburinho de profissionais na própria rede de saúde para entender os
critérios de admissão ao ambulatório e outros pontos e como serão pagos os
especialistas, já que pagar em dia não tem sido uma expertise do
secretário Pedro Anaisse desde que assumiu a saúde municipal que, em tese, ele
conhece bastante, já que ocupou o mesmo cargo gestão anterior do prefeito
Edmilson Rodrigues.
Um exemplo é a situação dos
atendimentos de urgência. Profissionais de saúde apontam que os dois hospitais
de pronto-socorro de Belém estão à míngua, com péssimas condições de
atendimento, falta de médicos e outros profissionais de saúde, além da falta de
muitos medicamentos básicos.
Pagamentos atrasados
Além disso, no último dia 26, o
Sindicato dos Médicos do Estado do Pará recebeu denúncias de médicos da UPA da
Marambaia relatando constantes atrasos de pagamento. Segundo a denúncia, os
médicos estão com os honorários atrasados há três meses e temem sofrer calote
da empresa que administra a unidade, já que o contrato não foi renovado.
Os profissionais ainda denunciam que
foram proibidos de solicitar exames ou prescrever medicações aos pacientes
classificados em verde na triagem da urgência. O Sindicato prometeu que vai
solicitar esclarecimentos à gestão da UPA e ao secretário Pedro Anaisse,
pedindo a urgente regularização dos pagamentos.
Procuram-se especialistas
Para oferecer o serviço de acordo com
as diretrizes que definem o processo transexualizador no SUS, o ambulatório
precisará estar adaptado com uma super estrutura de especialistas. Para
garantir um atendimento com a qualidade mínima exigida, o serviço precisará ter
cuidado multiprofissional, que significa envolver uma enorme equipe de médicos
e outros profissionais.
Não basta oferecer
Nesse combo, o SUS exige que o
serviço tenha uma equipe composta por enfermeiros, assistentes sociais,
psicólogos, psiquiatras, endocrinologistas, infectologistas, dermatologistas e
fonoaudiólogos, e até um profissional de cosmiatria, a área da medicina que
estuda e trata da beleza física, com procedimentos e tratamentos que tenham
como finalidade a manutenção da beleza e a melhora da aparência da pele e seus
anexos.
“É impossível a gente não comparar
com outros atendimentos ambulatoriais onde a população espera meses por um
atendimento”, diz um profissional de saúde da rede municipal, informando que,
na rede, as consultas encaminhadas para especialistas têm em média três meses de
espera, mas em algumas especialidades, como a endocrinologia e dermatologia,
essas esperas podem chegar até seis meses.
Papo Reto
· Deu no
“Estadão”: Concretamente, é forçoso dizer, se há algo em curso no País que pode,
de fato, desestabilizar as instituições e, no limite, ameaçar o Estado
Democrático de Direito é a atitude monocrática do ministro Alexandre de Moraes (foto) e a sua aparente incapacidade de reconhecer erros na condução de inquéritos
sigilosos que há muitíssimo tempo já deveriam ter sido encerrados"
· "Tamanha concentração de
poder em uma autoridade ou instituição é diametralmente oposta ao ideal
republicano fundamental”.
· “Ao agir como se pairasse
acima do bem e do mal por força exclusiva de suas eventuais virtudes morais ou
boas intenções, Moraes (foto) avilta o próprio Estado
Democrático de Direito que ele jura defender".
· Virou moda: depois da supressão
do nome do ex-prefeito Ajax de Oliveira da Sala de Atendimento de Prefeitos do
TCM, descobriram que retiraram a homenagem a Evandro Almeida do Estádio Evandro
Almeida, do Remo.
· Tratava-se
de uma homenagem aos destacados atletas dos anos 1020-1930. No lugar fincaram a
placa Estádio Banpará Baenão. O Paysandu mantém Banpará Curuzu Leônidas Sodré
de Castro.
· "Sem trauma" e tão
somente "cumprindo a responsabilidade social", o governo Lula passou
a tesoura, ontem, em R$ 7,2 bilhões do INSS, R$ 6,5 bilhões do BPC, R$ 3,1
bilhões do Proagro, R$ 3,7 bilhões dos benefícios por incapacidade, R$ 2,7
bilhões do bolsa família e mais de R$ 1 bilhão do seguro-defeso no orçamento
2025.
· Aliás, os municípios cuja
economia depende das injeções do seguro-defeso estejam preparados para o pior,
já que o benefício, dizem, será cortado pela metade.
· Despesas com as frequentes e
caríssimas viagens internacionais, verbas milionárias para veículos da grande
imprensa, emendas pix, financiamento a partidos políticos e
"incentivo" à cultura, além dos gastos com mordomias dos poderes,
nenhum corte anunciado.