o deixar o governo no último dia 31, contava-se 20 anos que Edmilson Rodrigues deixava a administração da cidade, encerrando, em 2004, seu segundo mandato, à época pelo PT. Naquela vez, Edmilson não conseguiu eleger sua sucessora, Ana Júlia Carepa. O prefeito também deixava por terminar e envoltas em tapumes obras como a feira da 25 de Setembro - hoje, Romulo Maiorana; o túnel do Entroncamento; o prolongamento da avenida João Paulo II; a reforma da Praça Frei Caetano Brandão e as obras do prédio que abrigaria um pronto socorro na Sacramenta, que mal teve tamanho para abrigar, posteriormente a Casa Dia, de suporte aos pacientes com HIV-Aids.
Após 16 anos, com uma forte
ajuda do governador Helder Barbalho, Belém voltou a eleger Edmilson Rodrigues,
que repete o feito de uma boa lista de obras por terminar. A diferença agora é
que, tendo rompido com o ex-prefeito no meio do caminho e lançado a candidatura
de Igor Normando, que saiu vencedor, volta para o colo do governo do Estado o
rol de obras inacabadas, algumas necessárias para que o governo estadual não
faça feio na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30,
daqui a exatos 11 meses.
Desafios a vencer
Da lista, a mais emblemática
é a do Complexo do Ver-o-Peso, a primeira na lista da COP30, que só teve início
em fevereiro de 2023. A obra é realizada em cinco etapas, com investimentos de
R$ 64 milhões financiados pelo governo federal, via Itaipu Binacional. A obra
no complexo não envolve apenas o mercado, que é o principal cartão postal de
Belém, mas também abrange as áreas do estacionamento, Mercado do Peixe, Mercado
de Carne, Feira do Açaí, Pedra do Peixe e Ladeira do Castelo.
Ainda pela metade
Em todos esses locais houve
avanços, mas que nas medições alcançam no máximo 50% das obras. Logo, em uma
conta de matemática simples, é possível prever duas coisas: que se em quase
dois anos de obras só se chegou à metade, em 11 meses a outra metade não será
concluída. Ou, que Igor Normando vai, literalmente, correr com as obras para
dar conta do recado. Há pontos, porém, que são muito críticos e o ex-prefeito
deixou com 0% de avanço, como a revitalização da Pedra do Peixe, que deveria
ter começado até novembro passado, mas nada aconteceu por lá ainda que ao menos
espantasse o grande volume de urubus que já foram personagem de vídeos de
turistas que tomam aquele susto quando chegam por lá.
Mercados se arrastam
Nas medições de recursos
aplicados, os números não são muito claros, e no portal da Transparência é
possível saber mais sobre a Ladeira do Castelo, em execução na contrapartida de
recursos próprios da Prefeitura de Belém, e que já consumiu R$ 1,2 milhão.
No campo feiras, na
realidade, a gestão de Edmilson não foi nada feliz. Arrastam-se há muito tempo
as obras dos mercados dos bairros da Pedreira, Guamá e da Terra Firme, enquanto
a população sonha com as melhorias prometidas, que trariam maior limpeza e ventilação,
o que é o mínimo que deveria ser ofertado aos usuários das feiras, que juntas
estão orçadas em mais de R$ 53 milhões.
Caminho do aeroporto
Outra obra que não saiu do
papel é o projeto de reurbanização da avenida Júlio César, que por acaso é o
caminho do Aeroporto Internacional de Belém. Com recursos estimados em R$ 136,6
milhões, o projeto previa duas fases. A primeira, que seguiria até agosto deste
ano, dois meses antes da COP30, é na própria Júlio César, entre a Praça São
Cristóvão e o aeroporto, em Val-de-Cães. Seria o básico, com serviços de
terraplenagem, pavimentação, drenagem, sinalização e paisagismo, tudo isso
destinado à implantação do sistema de transporte expresso na avenida.
Andar da carruagem
A lentidão em obras
aparentemente simples foi uma marca na gestão do ex-prefeito, demonstrada na
avenida Romulo Maiorana, que em quase três anos só foi concluído o trecho entre
a avenida Doutor Freitas e a travessa Lomas Valentina, no bairro do Marco. O
restante da obra, que prevê recursos de mais de R$ 27,7 milhões, também ficou
de herança para o prefeito Igor Normando.
Atraso da pandemia
Tudo isso para citar somente
alguns exemplos de obras. E se estas, que são do próprio prefeito Edmilson
Rodrigues, não foram concluídas, o que dizer da obra herdada do BRT municipal e
da reurbanização da avenida Augusto Montenegro. O projeto conta com total de
8,5 quilômetros em cada via - ida e volta -, do Tapanã a Icoaraci - sentido
Icoaraci/Belém -, e neste trecho também ficou pela metade, na melhor das
hipóteses. Em sua defesa, na despedida, Edmilson relembrou em notas que a
Prefeitura de Belém passou muito tempo “lutando para recuperar a cidade da
crise instalada pela pandemia da covid-19” e, por isso, desta vez, não
conseguiu trabalhar.
Papo Reto
· Atenção: 176 policiais
militares estão sendo preparados para atuar na fiscalização do trânsito em
Belém. O treinamento começou ontem.
· Falando nisso, quando a
Prefeitura de Marituba e a Polícia Rodoviária Estadual vão tomar providências
para controlar o tráfego no cruzamento de rua do município com a Alça Viária?
· A rua é secundária,
movimentada e perigosa, dando acesso tanto à Alça, quanto ao bairro São João,
saindo do centro de Marituba, por dentro.
· Acredite, apesar da pinima do
ministro Flávio Dino (foto), o governo Lula derramou R$191,6 milhões
em emendas só no primeiro dia útil do ano.
· Com a saída de Arthur Lira do
comando da Câmara Federal, já se tem com certa uma "limpa" na
diretoria da Caixa Econômica Federal, onde o alagoano mandava e desmandava.
· O Ideflor-Bio avisa que o
período de defeso do caranguejo-uçá no Estado terá cinco períodos: de 30 de
dezembro de a 4 de janeiro de deste ano; de 13 a 18 de janeiro; de 29 de
janeiro a 3 de fevereiro; de 27 de fevereiro a 4 de março, e de 29 de março a 3
de abril.
· O paraense de Xinguara
Willian Lira avisa que vai continuar no futebol dos Emirados Árabes. Nos
últimos quatro jogos, o atacante marcou três vezes, assumindo a artilharia do
Hatta Club na First Division League.
· Todo
inverno, chuva e maré alta protagonizam a "parceria perfeita do
caos", que todo belenense bem conhece; a semana promete.
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