ma presença não foi notada - e tampouco ignorada por um atento colaborador da Coluna Olavo Dutra - na abertura da segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração, o Ibram, na quarta-feira, 6, no Hangar, em Belém.
O ilustre desconhecido, por assim
dizer, atende pelo nome de Raul Protázio Romão, que vem a ser o novo titular da
Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado, nomeado pelo
governador Helder Barbalho para o lugar do procurador da União, Mauro Ó
Almeida. Com todo o respeito, Romão é tão desconhecido do público a ponto de
dar muito trabalho ao cerimonial da abertura do evento, que precisou corrigir
duas vezes o nome dele e a função que desempenha no governo.
É verdade que o secretário não precisa
ser conhecido do grande público para executar, e bem, o trabalho para o qual
foi designado. Longe disso, mas sua presença parece tão opaca que remete ao
nome do seu antecessor, sacado do governo em circunstâncias explicadas a meio
pau e que ainda consta no site da Agência Pará, órgão oficial do governo, como
titular da pasta. Bem, se até o governo não sabe quem é quem, imagine se o
cerimonial do Ibram também não ficaria confuso...
Compasso de espera ou...
Fontes da coluna ouvidas sobre essa
inusitada situação divergem. Uma delas, por exemplo, avalia a importância do
protagonismo de Mauro O’ de Almeida nas articulações do governador Helder
Barbalho para trazer a CO30 para Belém e afirma que os meios políticos e
técnicos ligados às pastas climática e ambiental estão incrédulos diante
retirada de cena de um dos mais qualificados secretários do governo às vésperas
do evento das ONU. Acrescem a estes dados a participação direta do então
secretário em outros eventos internacionais, por seu conhecimento técnico e
fluência na língua inglesa, a maioria em companhia do governador
... descarte premeditado?
Outra fonte da coluna avalia que
Mauro Ó de Almeida teria sido “descartado” justamente por ter se destacado
internacionalmente, a ponto de provocar a ciumeira da cúpula do governo que
gravita em torno de Helder. Pelo sim, pelo não, Mauro Ó de Almeida está mais
para reassumir seu cargo federal do que para assumir a direção de uma
secretaria exclusivamente voltada para as mudanças climáticas, conforme
prometido pelo governo ao ser exonerado. Se a promessa era para inglês ver
antes da COP30, ninguém sabe.
Clima de espera
Segundo a fonte da coluna, “o
processo” - de criação da Secretaria - “está travado”, a ponto de o
ex-secretário ser obrigado a se reapresentar no seu órgão de origem, a
Auditoria Geral da União, participando inclusive de um evento que ele próprio
fez questão de divulgar em suas redes sociais. Ao que parece - e tomara que não
-, Mauro Ó de Almeida é apenas mais uma vítima entre os que receberam um
“balão”.
Fogo no parquinho
A exoneração de Mauro Ó de Almeida do
cargo ocorreu em meio à crise ambiental no Estado, não por causa dela,
necessariamente, que provocou ao menos duas ações do Ministério Público para
forçar o Estado e a União à implementação de um plano emergencial para lidar
com as queimadas e reduzir os impactos ambientais.
Protázio Romão assumiu o cargo nessas
circunstâncias e com a missão de enfrentar a crise. Desde que assumiu, porém, o
fogo, que não foi debelado, atingiu o parquinho da Secretaria com a liberação
da licença ambiental da Hydro, gerando protestos e, das obras de construção da rua
da Marinha, ambas travadas por Ó de Almeida, que atravessam um parque ambiental
de Belém acabam de ser interditadas pela Justiça.