Comediante Liph Souza acusa produtor do festival “É Círio outra vez” de injúria racial

Denúncia do ator paraense aponta atitude discriminatória e envolve a presença da Polícia, com grande repercussão nas redes sociais.

17/10/2024, 08:00
Comediante Liph Souza acusa produtor do festival “É Círio outra vez” de injúria racial
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que deveria ser um festival de cultura e acolhimento em Belém, ganhou as redes sociais durante a última semana pelo suposto caso de ‘injúria racial’ sofrida pelo artista Liph Souza, atribuída pelo comediante a Alberico Moura de Góes, um dos donos da empresa responsável pela produção do “É Círio outra vez”, ocorrido de 7 a 13 deste mês, com patrocínio da Confederação Nacional de Seguradoras, via Programa Nacional de Apoio à Cultura, ao custo de R$ 1.999.380,00.


Entre o grupo de artistas convidados para o evento, paraense se diz vítima de discriminação racial por parte da produção/Fotos: Divulgação.
 

Com experiência em eventos por todo o Brasil e até nos Estados Unidos - caso do Festival de Cinema Brasileiro, em Miami -, Alberico e a mulher dele, Tayana Santos, respectivamente produtor artístico e diretora-geral da empresa, garantiram divulgar o Círio e a cultura paraense em suas estratégias trazendo artistas do calibre de Chico César, Luiza Possi e Joana, mas não teriam dado importância ao “fator humano”, segundo relatos encaminhados à Coluna Olavo Dutra.

 

É do Pará

 

Esse detalhe teria sido comprovado na postagem do comediante paraense conhecido como Liph Souza, de 27 anos. A publicação veio à tona no Instagram no dia 13 de outubro e gerou repercussão. Era a segunda vez que o artista participava da programação “É Círio Outra Vez”, juntamente com outros artistas locais. Ele atua há quatro anos.

 

“Eu, Liph Souza, venho por meio desta manifestar meu repúdio total aos atos de desrespeito, distrato, humilhação e injúria racial que sofri por parte do senhor Alberto (Alberico) Moura de Góes, ocorridos nos dias 07 e 10/10, dentro da Casa de Cultura”, informa a primeira parte do texto da postagem, que usou as hashtags #repudio, #injuriaracial e #justiça

 

“Esses comportamentos são inaceitáveis e ferem os princípios de respeito e dignidade que todos merecem. Informo que todas as ações corretas estão sendo tomadas para que essa situação seja devidamente tratada”, finaliza a nota do comediante.

O artista recebeu a solidariedade em sua rede. Já são 115 comentários feitos, grande parte repudiando o comportamento do produtor artístico. “Que situação absurda/lamentável Minha solidariedade meu caro”, diz um dos comentários.

 

Entenda o caso

 

Na tarde da última terça-feira, 15, o comediante deu detalhes do comportamento que considera discriminatório por parte de Alberico Góes. E foi em dois momentos, nos dias 7 e 10, na sala utilizada como backstage, na Casa de Cultura. “Na sala, dei boa noite. Tinham duas mulheres brancas sentadas, e ele apareceu lá e me retirou, mesmo eu sendo um dos artistas”, disse.

 

Na segunda investida, Alberico teria sido mais agressivo, empurrando e puxando a vítima para fora da sala, quando, segundo Liph, esbravejou: “Pode ser sem quem for, aqui é a sala dos patrocinadores, e não pode estar aqui”.  O artista estava na companhia da equipe de comunicação do evento e aguardava para se apresentar.

 

Após a agressão, o comediante ligou para o Serviço 190, e uma guarnição da Polícia Militar esteve no local, mas a organização disse se tratar de “um mal-entendido”. “A organização passou o nome do Alberico, de Alberto, e disse que o empresário era autista”, relata Liph. O caso foi registrado na Seccional de São Brás. “Estamos adotando as medidas necessárias. Recebi o apoio de alguns movimentos”, finalizou. Ainda conforme a vítima, a advogada da empresa tentou contornar a situação, assim como a diretora-geral tentou se desculpar pelo episódio, mas ambas foram ignoradas por Liph.

 

Por telefone, a coluna tentou contato com o produtor Alberico Góes e com a diretora Tayana Santos, sem sucesso, e aguarda eventuais esclarecimentos.

 

Papo Reto

 

· Enfim, depois de seis anos, integrantes da Polícia Civil do Pará conseguem a aprovação do projeto que aumenta o valor da gratificação pelo exercício de atividade de direção de Polícia Judiciária de 10% para 20%.

 

· O reajuste será aplicado sobre o salário base, portanto, varia de categoria para categoria entre R$ 400 e R$ 600.

 

· Este foi o primeiro aumento proposto e assinado pelo governador do Estado para os delegados de Polícia, mas é motivo de festa.

 

· O reajuste de salário de prefeito e vereadores de Belém, aprovado no melhor estilo vapt-vupt pela Câmara, ontem, vai acabar na Justiça.

 

· A vereadora Sílvia Letícia (foto) promete recorrer, junto com a bancada do Psol, por considerar a medida “absurda”, já que servidores municipais sequer recebam salário mínimo como vencimento base

 

· O advogado paraense radicado em Brasília, Cássio Mácola, recomenda aos prefeitos eleitos que fiquem atentos à Plataforma TransfereGov.

 

· A plataforma promete suprimir a velha burocracia dos órgãos federais e dar agilidade na relação com os municípios. 

 

· Mácola afirma que o sistema eletrônico agiliza a liberação de convênios junto ao governo sem a presença de prefeitos em Brasília,

 

· O Banco Central está aperfeiçoando os mecanismos de segurança do Pix e promete lançar logo, logo o Pix Automático, para combater fraudes e golpes.

 

· Com esse novo instrumento, Pix superior a R$200 só poderá ser feito por dispositivos previamente cadastrados pelos clientes. As medidas devem ser implementadas a partir de 1º de novembro.


· A vacina contra a hanseníase será testada em 54 voluntários brasileiros.

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