que deveria ser um festival de cultura e acolhimento em Belém, ganhou as redes sociais durante a última semana pelo suposto caso de ‘injúria racial’ sofrida pelo artista Liph Souza, atribuída pelo comediante a Alberico Moura de Góes, um dos donos da empresa responsável pela produção do “É Círio outra vez”, ocorrido de 7 a 13 deste mês, com patrocínio da Confederação Nacional de Seguradoras, via Programa Nacional de Apoio à Cultura, ao custo de R$ 1.999.380,00.

Com
experiência em eventos por todo o Brasil e até nos Estados Unidos - caso do
Festival de Cinema Brasileiro, em Miami -, Alberico e a mulher dele, Tayana
Santos, respectivamente produtor artístico e diretora-geral da empresa,
garantiram divulgar o Círio e a cultura paraense em suas estratégias trazendo
artistas do calibre de Chico César, Luiza Possi e Joana, mas não teriam dado
importância ao “fator humano”, segundo relatos encaminhados à Coluna
Olavo Dutra.
É do Pará
Esse
detalhe teria sido comprovado na postagem do comediante paraense conhecido como
Liph Souza, de 27 anos. A publicação veio à tona no Instagram no dia 13 de
outubro e gerou repercussão. Era a segunda vez que o artista participava da
programação “É Círio Outra Vez”, juntamente com outros artistas locais. Ele
atua há quatro anos.
“Eu,
Liph Souza, venho por meio desta manifestar meu repúdio total aos atos de
desrespeito, distrato, humilhação e injúria racial que sofri por parte do
senhor Alberto (Alberico) Moura de Góes, ocorridos nos dias 07 e 10/10, dentro
da Casa de Cultura”, informa a primeira parte do texto da postagem, que usou
as hashtags #repudio, #injuriaracial e #justiça
“Esses
comportamentos são inaceitáveis e ferem os princípios de respeito e dignidade
que todos merecem. Informo que todas as ações corretas estão sendo tomadas para
que essa situação seja devidamente tratada”, finaliza a nota do comediante.
O
artista recebeu a solidariedade em sua rede. Já são 115 comentários feitos,
grande parte repudiando o comportamento do produtor artístico. “Que situação
absurda/lamentável Minha solidariedade meu caro”, diz um dos comentários.
Entenda o caso
Na
tarde da última terça-feira, 15, o comediante deu detalhes do comportamento que
considera discriminatório por parte de Alberico Góes. E foi em dois momentos,
nos dias 7 e 10, na sala utilizada como backstage, na Casa de
Cultura. “Na sala, dei boa noite. Tinham duas mulheres brancas sentadas, e ele
apareceu lá e me retirou, mesmo eu sendo um dos artistas”, disse.
Na
segunda investida, Alberico teria sido mais agressivo, empurrando e puxando a
vítima para fora da sala, quando, segundo Liph, esbravejou: “Pode ser sem quem
for, aqui é a sala dos patrocinadores, e não pode estar aqui”. O artista
estava na companhia da equipe de comunicação do evento e aguardava para se
apresentar.
Após
a agressão, o comediante ligou para o Serviço 190, e uma guarnição da Polícia
Militar esteve no local, mas a organização disse se tratar de “um
mal-entendido”. “A organização passou o nome do Alberico, de Alberto, e disse
que o empresário era autista”, relata Liph. O caso foi registrado na Seccional
de São Brás. “Estamos adotando as medidas necessárias. Recebi o apoio de alguns
movimentos”, finalizou. Ainda conforme a vítima, a advogada da empresa tentou
contornar a situação, assim como a diretora-geral tentou se desculpar pelo
episódio, mas ambas foram ignoradas por Liph.
Por
telefone, a coluna tentou contato com o produtor Alberico Góes e com a diretora
Tayana Santos, sem sucesso, e aguarda eventuais esclarecimentos.
Papo Reto
· Enfim, depois de seis anos, integrantes da Polícia Civil
do Pará conseguem a aprovação do projeto que aumenta o valor da gratificação
pelo exercício de atividade de direção de Polícia Judiciária de 10% para 20%.
· O reajuste será aplicado sobre o salário
base, portanto, varia de categoria para categoria entre R$ 400 e R$ 600.
· Este foi o primeiro aumento proposto e assinado pelo
governador do Estado para os delegados de Polícia, mas é motivo de festa.
· O reajuste de salário de prefeito e vereadores de Belém,
aprovado no melhor estilo vapt-vupt pela Câmara, ontem, vai
acabar na Justiça.
· A vereadora Sílvia Letícia (foto) promete
recorrer, junto com a bancada do Psol, por considerar a medida “absurda”, já
que servidores municipais sequer recebam salário mínimo como vencimento base
· O advogado paraense radicado em Brasília, Cássio Mácola,
recomenda aos prefeitos eleitos que fiquem atentos à Plataforma TransfereGov.
· A plataforma promete suprimir a velha burocracia dos
órgãos federais e dar agilidade na relação com os municípios.
· Mácola afirma que o sistema eletrônico agiliza a
liberação de convênios junto ao governo sem a presença de prefeitos em
Brasília,
· O Banco Central está aperfeiçoando os mecanismos de
segurança do Pix e promete lançar logo, logo o Pix Automático, para combater
fraudes e golpes.
· Com esse novo instrumento, Pix superior a R$200 só poderá
ser feito por dispositivos previamente cadastrados pelos clientes. As medidas
devem ser implementadas a partir de 1º de novembro.
· A vacina contra a hanseníase será testada em 54
voluntários brasileiros.