Operações de resgate continuam em andamento após o terremoto que atingiu a província de Ishikawa, na costa do Mar do Japão, região central do país, deixando vítimas fatais no dia de Ano Novo. Foram confirmadas as mortes de pelo menos 48 pessoas na província, mas esse número pode aumentar, já que muitas outras continuam presas sob os escombros.

A Agência de Meteorologia do Japão suspendeu todos os alertas preventivos de tsunami ao longo do Mar do Japão que tinham sido emitidos depois que um forte terremoto atingiu a área na tarde de segunda-feira, mas autoridades alertam que fortes tremores secundários podem continuar ocorrendo nos próximos sete dias, e mais provavelmente dentro dos próximos dois ou três dias.

O primeiro-ministro do Japão, Kishida Fumio, falou à nação na manhã de terça-feira, dizendo que: “O trabalho de auxílio está sendo dificultado por obstruções nas estradas, o que também está dificultando o envio de máquinas pesadas. Estamos pensando em maneiras de garantir as rotas e o uso de navios poderá ser uma opção. Estamos prontos para fazer o que pudermos para atender às necessidades da população.”

Às 15h30 de terça-feira, as autoridades da província de Ishikawa confirmaram a morte de 48 pessoas.

O corpo de bombeiros da cidade de Wajima informou que 50 construções desabaram — e pessoas podem ainda estar presas nos escombros de algumas delas. Os bombeiros foram vistos usando motosserras para entrar em casas e prédios desmoronados.

Incêndios devastadores causados pelo terremoto também destruíram cerca de 200 casas em Wajima. Os bombeiros continuavam combatendo os incêndios na tarde de terça-feira.

Na vizinha cidade de Suzu, as autoridades confirmaram que mais de 50 casas foram destruídas.

Hospitais nas cidades de Wajima e Suzu estão cuidando de várias vítimas que ficaram feridas.

O terremoto também desencadeou um alerta de megatsunami na província de Ishikawa, e ondas foram registradas em várias cidades da província. Wajima relatou ondas de tsunami com mais de 120cm de altura e Kanazawa registrou 90cm. Outras províncias também relataram testemunhos de tsunamis.

Acredita-se que mais de 32 mil pessoas tenham passado a noite em abrigos de evacuação em toda a província de Ishikawa. Em uma instalação de evacuação na cidade de Himi, uma mulher disse: “Eu estava em casa quando o terremoto aconteceu. Saí correndo de casa com os pés descalços. Desde então, eu não dormi nada. Só as crianças estão dormindo. Estou com tanto medo de que haja mais possíveis terremotos que isso me mantém acordada à noite.”

Algumas áreas tiveram corte no fornecimento de água, e residentes estão fazendo fila para receber água potável.

O terremoto também provocou deslizamentos de terra em algumas cidades, interrompendo o fluxo de estradas importantes.

Segundo a Agência de Meteorologia houve quase 180 tremores na região desde o terremoto inicial.

Em Toyama, a província vizinha, as autoridades receberam relatos de rachaduras nas estradas e canos de água quebrados em vários locais.

A Companhia de Energia Elétrica de Hokuriku afirma ter desligado dois geradores em sua usina termelétrica de Nanao Ota, na província de Ishikawa. Segundo as autoridades, mais de 44 mil lares da província estão sem eletricidade.

Existem várias instalações nucleares na região, mas nenhuma delas relatou irregularidades importantes.

As principais operadoras de telefonia móvel do Japão dizem que também estão sofrendo interrupções no serviço na região atingida pelos terremotos.

Fonte e foto: NHK