manhã da última segunda-feira, 20, foi intensa nas proximidades da entrada
do Condomínio Jardim Itororó, rua K3 e da Estrada da Ceasa, no bairro do
Curió-Utinga, em Belém. No centro da polêmica e dos ânimos exaltados aparece um
tapume em uma via do condomínio particular e o acesso de moradores que
residem às proximidades da Estrada da Ceasa.
Os
moradores resolveram protestar contra o fechamento da via e tentaram
invadir o local. “Um grupo de aproximadamente 20 pessoas tentou
invadir o Condomínio Jardim Itororó para tomar posse de uma parte do
terreno portando armas como martelo, pedaços de pau e pedras”, relata uma fonte
da Coluna Olavo Dutra.
A
situação ficou tensa, mas os ânimos ficaram mais calmos depois que uma viatura
policial chegou ao local. A ação dos moradores tem apoio
do recém-eleito vereador Rodrigo Moraes, do PCdoB, que integrou
o secretariado da recém-encerrada gestão de Edmilson Rodrigues, do
Psol, na pasta da Habitação.
Fechamento ansiado
A
questão no Jardim Itororó se arrasta há muitos anos e está na
Justiça. Também na segunda-feira, 20, um comunicado oficial do condomínio
informou: “Conforme dito em assembleia geral, o fechamento do
Condomínio Jardim Itororó é prioridade para a atual gestão, pois exprime o
anseio dos condôminos. Neste sentido, iniciamos hoje o fechamento, na prática,
mediante longas tratativas com a comunidade, com políticos e com os engenheiros
da obra do entorno a fim de fazê-lo de forma pacífica, mas acima de tudo na certeza
de não nos dobrarmos em detrimento de nossos direitos, inclusive já
reconhecidos judicialmente”.
Os
moradores da comunidade alegam que não têm como ir e vir na rua Fé em
Deus, também conhecida como rua do Tubo. “Essa questão colocada como impedimento
do ir e vir da comunidade não é real, haja vista que antes de encerrar o ano de
2024, a Prefeitura de Belém pavimentou a rua K3, que passa ao
lado do condomínio, e dá acesso tanto à avenida João Paulo
II, quanto à Estrada da Ceasa”, contextualizou a fonte.
A rua da discórdia
A rua
K3 ficou famosa quando, em maio do ano passado, a Prefeitura de Belém convocou
servidores de pelo menos 18 órgãos municipais, com pedido expresso de
confirmação, para a cerimônia de assinatura de ordem de serviço da obra de
construção, no Curió-Utinga. A obra previa drenagem profunda, pavimentação e
paisagismo, realizadas pela Secretaria de Saneamento. Com 500 metros de
extensão, a K3 que liga o Canal do Marte à Estrada da Ceasa, foi
demandada pelos moradores pelo programa da prefeitura “Tá Selado”.
O
prefeito Edmilson Rodrigues, então em campanha de reeleição, fez circular
um vídeo em grupos de WhatsApp prometendo aos moradores que os
serviços estruturais também previam a derrubada de um muro e de guaritas de
segurança que ficam localizados dentro da área privada do Jardim Itororó,
no limite com a rua K3, e sobre o qual os moradores do condomínio afirmam
que a Prefeitura de Belém não tem ingerência. O
caso está tramitando na Justiça desde 2021.
Fez e não inaugurou
As
obras na rua K3 foram concluídas, mas quem entregou a rua pronta foi o
novo prefeito de Belém, Igor Normando, do MDB, no último sábado,
18. A Agência Belém dá conta de que “a vida dos moradores da
rua K3, bairro do Curió-Utinga, foram transformadas com mais uma entrega pela
Prefeitura de Belém neste sábado, 18. A entrega da nova rua totalmente
urbanizada dá fim aos alagamentos, lama e mato que causavam transtornos diários
à população”.
Aproveitando
a ocasião, Igor Normando viu de perto a situação das ruas
transversais do Curió-Utinga e, acompanhado do secretário de Urbanismo, Euler
Sizo, realizou uma visita técnica nas alamedas W3, W6, W9 e Altair Viola.
O
secretário Euler Sizo já antecipou as próximas intervenções no
perímetro da rua K3. "A urbanização da rua K3 vai ligar a Estrada da Ceasa
à avenida João Paulo II. Assim que o governo do Estado concluir as obras no
Canal Marte, a Prefeitura de Belém deverá urbanizar também o outro lado da via,
que fica após o canal", disse o secretário.
Cortando caminho
A rua
K3 está pronta e asfaltada, sendo uma via por onde os moradores da rua do Tubo
podem passar, mas eles preferem utilizar a rua interna do condomínio,
que é apenas pavimentada, e é particular, para “cortar
caminho”.
É nesse
ponto em que surge o vereador Rodrigo Moraes, “em um caso
de proselitismo político”, como qualificou a fonte da coluna, fazendo
promessas aos moradores mesmo sabendo que o caso está na Justiça. “Apenas
sei que isso não é papel de vereador. Não entendo como certa ou
não a administração do condomínio, mas esse tipo de politicagem elege os
oportunistas e torna “herói” o aproveitador. Hoje, foi iniciado
o tão almejado fechamento do condomínio”, explicou a fonte.
O
Jardim Itororó foi formalizado como condomínio em 1996, com daria
acesso à Estrada da Ceasa, mas o local data dos anos 1950, sendo o
primeiro condomínio horizontal de Belém. O condomínio, depois
da formalizado, passou a ter cunho privado e fechado, com guaritas de
segurança e um muro em uma de suas ruas, que traz segurança aos moradores,
principalmente, na questão do trânsito. Se essa passagem for aberta, o trânsito
de veículos entre as duas grandes avenidas será contínuo e intenso.
“O
nosso condomínio foi devidamente constituído e trata-se de uma área privativa.
Além disso, é importante destacar as manifestações da Seurb e do Ministério
Público, em que fora comprovada, mediante certidões do competente Ofício de
Registro e Imóveis e demais documentos da própria natureza privada do
condomínio”, diz o documento apresentado pelo condomínio.
Lei e ordem é por aqui
No
Processo Judicial número 0811701-93.2021.8.14.0301, de 2021 - Condomínio do
Jardim Itororó contra a Prefeitura de Belém -, há mais informações:
os autores entraram com a ação contra o “então iminente ato da Municipalidade
de demolição ou retirada forçada ilegal de guaritas e portões de acesso que
compõem, há mais de 20 anos, a sua infraestrutura condominial”. A tramitação
ocorre na 2ª Vara da Fazenda da Comarca de Belém. O juiz concedeu
“tutela cautelar pleiteada, ‘suspendendo a ordem de demolição constante da
notificação n. 10542/2020, sendo compelido o município de Belém a obrigação de
não fazer, qual seja, de não realizar ou determinar que se realize a demolição
de qualquer elemento que integre a estrutura do Condomínio-Autor’”.
“Quo vadis”, excelência?
Não
se tem notícia do que houve com as intervenções do vereador Rodrigo Moraes. Se
na segunda-feira, 20, ele prometeu “soluções milagrosas “aos moradores da rua
do Tubo, dizendo que iria “acionar o condomínio dentro da lei e da ordem”, na
terça-feira, em seu perfil no Instagram, o parlamentar parecia mais preocupado
com o preço do copinho de água mineral, cobrado no estádio do Paysandu a
R$ 10. Da briga pelo ir e vir na rua do Tubo, nada: a postagem sumiu.
Papo Reto
· O Procurador-Geral do Estado, Ricardo Sefer (foto), nunca trabalhou tanto em tão pouco tempo. Com tantas crises pipocando, Sefer segue contabilizando perdas para o Estado, como no caso da Seduc.
· Explica-se: o MPF pediu a extinção do processo judicial em que o Estado do Pará pede a reintegração de posse do prédio da Secretaria de Educação, em Belém.
· O argumento é de que o Estado não comprovou a alegação de que a ocupação estaria impedindo o funcionamento da Secretaria. E segue o andor que o santo é de barro.
·O TCM empossa nesta sexta-feira novos
dirigentes para o biênio 2025-2026. Ao contrário do TCE, que dará posse
aos seus na Estação das Docas, o TCM fará a solenidade na própria casa.
· As escolas do Sesi de Altamira e Marabá foram premiadas pela Controladoria Geral da União no 13º Concurso Nacional nas categorias Desenho e Escola Cidadã, respectivamente.
· Alguns torceram o nariz, mas quem vai presidir a COP30 será o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
· Dizem que o manganês paraense segue fluindo generosamente para diversos destinos, a partir de Vila do Conde, sem pagar impostos.
· A moda pegou: de ordem do presidente Lula, toda e qualquer portaria relacionada ao governo federal deve passar, obrigatoriamente, pela Casa Civil da Presidência da República antes da publicação.
· É uma nova modalidade de remédio
contra dor de cabeça, como entenderão os bons entendedores.É uma nova modalidade de remédio
contra dor de cabeça, como entenderão os bons entendedores.