Investigação

PF indicia Bolsonaro, Braga Netto, Heleno e mais 34 por golpe de Estado; veja a lista

Relatório final do inquérito das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe imputa crimes com penas de até 30 anos de prisão ao ex-presidente, seus aliados e militares de alta patente

21/11/2024 15:41
PF indicia Bolsonaro, Braga Netto, Heleno e mais 34 por golpe de Estado; veja a lista

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e mais 33 investigados nas Operações Tempus Veritatis e Cotragolpe. A PF atribui ao ex-chefe do Executivo, militares de alta patente e aliados os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Somadas, as penas máximas previstas para esses delitos chegam a 30 anos de prisão.

Entre os indicados estão o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e o general Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército. O general Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, também foi indiciado.

Os indiciados são:

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva

Alexandre Rodrigues Ramagem

Almir Garnier Santos - foi comandante da Marinha entre abril de 2021 e dezembro de 2022 e teria, segundo o delator Mauro Cid, colocado suas tropas à disposição para Bolsonaro dar início a um golpe de Estado após as eleições;

Amauri Feres Saad

Anderson Gustavo Torres

Anderson Lima De Moura

Angelo Martins Denicoli

Augusto Heleno Ribeiro Pereira - ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional que, segundo a PF, fazia parte de um núcleo de militares que “agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do Golpe de Estado”

Bernardo Romao Correa Netto

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Carlos Giovani Delevati Pasini

Cleverson Ney Magalhães

Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira - que era chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), teria concordado com a ideia de um golpe em uma conversa com o ex-presidente e seria o responsável por arregimentar os ‘kids pretos’ na ação contra Moraes.

Fabrício Moreira De Bastos

Filipe Garcia Martins

Fernando Cerimedo

Giancarlo Gomes Rodrigues

Guilherme Marques De Almeida

Hélio Ferreira Lima

Jair Messias Bolsonaro

José Eduardo De Oliveira E Silva

Laercio Vergilio - coronel da reserva que trocou mensagens sobre o golpe com Ailton Gonçalves Moraes Barros - capitão que foi expulso do Exército e foi preso na investigação sobre fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente.

Marcelo Bormevet

Marcelo Costa Câmara

Mario Fernandes

Mauro Cesar Barbosa Cid

Nilton Diniz Rodrigues

Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho

Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira - ex-ministro da Defesa que enviou uma relatório ao Tribunal Superior Eleitoral lançando suspeitas sobre o pleito, sem provas;

Rafael Martins De Oliveira

Ronald Ferreira De Araujo Junior

Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros

Tércio Arnaud Tomaz

Valdemar Costa Neto

Walter Souza Braga Netto - ex-ministro da Defesa que foi vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022 e recebeu uma reunião, em sua casa, na qual foi aprovada o plano de ação de ‘kids pretos’ contra Moraes (o qual era parte de um plano maior para o assassinato de Lula e Alckmin);

Wladimir Matos Soares

Detalhes da investigação

Os indiciados estão ligados à tentativa de manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições 2022. O plano da suposta organização criminosa previa até o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

As investigações mostram que o planejamento da ruptura democrática, contou com reuniões com a cúpula das Forças Armadas, rascunhos de minutas golpistas, planilha com detalhes do golpe, minuta de ‘gabinete de crise’ que seria instalado após a ruptura e até o plano de envenenamento de Lula e de eliminar Moraes à bomba.

Um dos pontos principais do documento é a indicação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano de assassinato de Lula, Moraes e Alckmin.

A defesa de Bolsonaro afirma que não tem informações sobre a conclusão da Polícia Federal. Quando o ex-presidente foi intimado a depor no inquérito, em fevereiro, ele se manteve em silêncio.

O documento de mais de 700 páginas foi enviado ao Supremo Tribunal Federal na tarde desta quinta-feira, 21 - mesma data em que ocorre a audiência que vai selar o futuro da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

O relatório situa os indiciados em seis núcleos da suposta organização criminosa:

- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;

- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;

- Núcleo Jurídico;

- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;

- Núcleo de Inteligência Paralela;

- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

Militares

A Polícia Federal indiciou todos os integrantes de um grupo que foi batizado, ao longo do inquérito como Núcleo de Oficiais de Alta Patente - militares que “utilizando-se da alta patente que detinham, agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do Golpe de Estado”.

O ministro da Defesa, Braga Netto e os ex-comandantes das Forças Armadas: almirante Almir Garnier (Marinha), o general Paulo Sergio (Exercito), e o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr. Todos foram indiciados menos Carlos de Almeida Batista Jr.

Estadão Conteúdo

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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