Operação do Ibama em Icoaraci aponta para desvio de produção de pescado em alto mar

Suposta prática de interceptação enfraquece a atividade extrativa, mas abastece o mercado de Belém, sem fiscalização.

08/02/2025, 11:00
Operação do Ibama em Icoaraci aponta para desvio de produção de pescado em alto mar
A


multa de R$ 683 mil aplicada esta semana pelo Ibama em uma empresa de Icoaraci, flagrada vendendo 31 toneladas de peixes e camarão rosa - que se encontram no período do defeso -, pode ter descortinado a ponta de um iceberg. Na chamada “Vila Sorriso”, sede de boa parte das empresas de pesca do Pará, o que se diz é que tudo começou com uma investigação em que a Polícia Civil apurava um suposto e antigo movimento de "desvio de produção em alto mar". Ou seja, muito do que a tal empresa vendia seria, na verdade, fruto de operações de cooptação de pescado em alto mar antes de o produto chegar aos portos e aos verdadeiros donos.

Maior feira de Belém e centro receptor da produção de pescado do Pará, o Ver-o-Peso segue sem fiscalização e consumidor não sabe a origem do que compra/Fotos: Divulgação.
A prática de interceptação de pescado direto nas embarcações paraenses - industriais e até artesanais - é mais comum do que se imagina e, segundo um experiente armador, "tem contribuído significativamente para o enfraquecimento dessa atividade extrativa".

Produção sem origem

Segundo um profissional da pesca consultado pela Coluna Olavo Dutra que prefere não se identificar, "o peixe de hoje é a carne de ontem, ou seja, um produto pouco valorizado por não apresentar origem, além de que, quem vende muitas vezes não fez qualquer investimento porque apenas recebe".

Ver-o-Peso na rota

Diz mais: "a maior parte do pescado comercializado no Ver-o-Peso em Belém - cerca de 200 toneladas por dia - não possui qualquer rastreabilidade, favorecendo a que tudo que se desvia lá fora acabe desaguando na capital sem nota fiscal, muitas vezes com a qualidade comprometida e sem que as autoridades queiram encarar o problema de forma direta".

Procurado pela coluna para comentar o assunto, o presidente do Sindicato de Pesca, armador Apoliano Nascimento, não respondeu até o encerramento desta edição.

Papo Reto

·Os indígenas que ocupam a sede da Secretaria de Educação do Estado, em Belém, não estão nada satisfeitos com os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, o Sintepp.

·As lideranças afirmam que o acordo firmado, protocolado e entregue à Assembleia Legislativa pelo governador Helder Barbalho (foto) está condicionado à saída dos indígenas e do movimento e dos professores do Estado.

·Ocorre que a última conversa dá conta de que se os indígenas não deixarem as instalações da Secretaria, a revogação da Lei 10.820 corre o risco de não ser assinada e publicada no Diário Oficial.

·Os indígenas alegam que eles e os professores do Some e Somei iniciaram o movimento e o Sintepp não se manifestou.

·Depois que o acordo foi consolidado, o Sindicato apareceu e se sentou para negociar, porque também representa os professores dos dois sistemas.

·Trocando em miúdos: os indígenas denunciam que o Sindicato, depois das conquistas, quer, por assim dizer, “se livrar” deles. 

·O sindicato insiste que a ocupação não trará bons resultados, porque a greve perde força em Belém e no interior e eles não têm a mesma proteção jurídica dos indígenas.

·Joércio Barbalho informa no Blog Pero Vaz de Caminha: funcionários e colaboradores da emissora de rádio pertencente à famosa Diocese de Bragança estão sem receber há seis meses. Jesus, Maria e José!

·Especialistas advertem: além de viciar, os sachês de nicotina são excelentes para outra coisa: induzir o câncer em seres humanos.

·O preço do café, que disparou 37% para o consumidor final - graças a fatores climáticos, além da maior procura internacional -, continuará nas alturas, sem previsão de queda, avisa a Associação Brasileira da Indústria do Café.

·Um movimento para tornar o ambiente nas cidades escuros chegou para combater o excesso de iluminação nas cidades, o que impossibilita a visão de fenômenos que, anteriormente, eram visíveis a olho nu. 

Mais matérias OLAVO DUTRA